Máquina do tempo - F-Zero X (Virtual Console Wii U)
A categoria junior das corridas futuristas da Nintendo.
Desde o incrível F-Zero GX, produzido pela Sega para a GameCube, que os fãs das corridas supersónicas aguardam por um novo episódio. A dada altura ficou a impressão de um sonho à beira de acontecer na Nintendo Wii U. O mini jogo F-Zero na selecção dos Nintendo Land parecia abrir a porta, e depois os DLC's de Mario Kart 8, que evocaram o clássico através de pistas e veículos alusivos, deixaram no ar um eventual regresso. No entanto, não passou de uma suposição. Felizmente, os fãs viram em seu lugar ser apresentado Fast Racing Neo, um jogo de corridas futuristas igualmente rápido, dotado de uma jogabilidade muito sólida e de uma performance impecável. As semelhanças com o jogo da Nintendo são grandes, excepto no nome.
No entanto, a Nintendo Switch poderá bem ser a consola certa para acolher o tão desejado regresso. Julgo que um novo F-Zero até ao Natal de 2017 seria absolutamente bombástico. Isso não só tornaria a consola ainda mais interessante, com uma lista de software a colher muitas pretensões dos fãs, como é um tipo de jogo que tende bem a mostrar o potencial da máquina em termos de performance. Muito se tem falado sobre a Switch nos últimos tempos, com algumas fontes a revelarem dados algo precisos quanto à sua performance, assinalando uma diferença significativa quando a operar em modo portátil. Seja como for, F-Zero tende a aproveitar as capacidades do hardware. Foi assim na Super Nintendo, Nintendo 64 e depois na GameCube.
O F-Zero X, na versão cartucho para a N64, chegou agora à Virtual Console da Wii U. É uma óptima forma de conhecer um clássico que ainda se joga bem, embora seja dos três aquele que menos concretiza a chama da inovação. Se a versão original produziu uma boa estreia, com visuais algo avançados para uma consola 16 bit e uma apresentação algo 3D, e a versão GameCube é como que o mais próximo que há da perfeição, graças a um registo arcade notável, o jogo para a N64 mostra um bom desenvolvimento embora nos pareça um jogo em progressão, especialmente no tocante à apresentação gráfica, exibindo texturas em baixa resolução e fraca modelação das aeronaves. Não é um jogo muito bonito, ainda que seja bastante praticável.
O ponto mais interessante de F-Zero X é precisamente a sensação de velocidade, especialmente por correr a 60hz, um extra de velocidade que incrementa a fluidez. É isso que essencialmente o distingue da concorrência. Na Wii U o jogo também corre através do modo off-tv, podendo ajustar os comandos. Como é hábito também podem visualizar o manual original ao pormenor. O gameplay é essencialmente o mesmo: correm em percursos futuristas usando uma de várias máquinas. A escolha não ocorre por acaso, sendo relevante ponderar factores como velocidade de ponta e aceleração. Em pistas com menos rectas a última revela-se a mais adequada. A máquina só trabalha enquanto tiver energia. Existem pontos na pista que permitem o carregamento, podendo despender alguma dessa energia sob a forma de "power boost". Tudo muito eficiente, eficaz, com uma dose de estratégia apreciável.
Uma grande alteração face ao original é a introdução de música pesada, que curiosamente assenta bem no modelo de jogo. As pistas são desafiantes, algumas com uma estrutura cilíndrica, embora as mais avançadas sejam uma complicação não só para se conseguir uma volta sem ter um acidente como terminar em primeiro é ainda mais exigente. O jogo contempla vários modos de jogo e quatro grandes taças, opções suficientes para um contacto prolongado. F-Zero X consegue boas proezas, ao permitir que 30 aeronaves entrem em competição estreita sem que a performance do jogo seja posta em causa. As bases do original estão lá, pena que em termos gráficos não seja um jogo tão grandioso. Tem pelo menos o mérito de abrir caminho ao F-Zero GX. Se este é a Fórmula 1 da Nintendo, F-Zero X é a categoria Júnior, o campeonato por que todos devem passar antes de ascenderem à categoria principal.