Mario and Donkey Kong: Minis on the Move - Análise
Dá-lhe corda!
Bowser é o grande rival de Super Mario: ele é o chefe supremo Koopa, a tartaruga mutante colossal, o destino derradeiro de uma grande aventura no Mushroom Kingdom e nunca é o último a rir. Antes, porém, de raptar a princesa do reino dos cogumelos, já outro larápio, chamado Donkey Kong, fugia com Pauline para o topo de construções, como que rivalizando com o velho King Kong, lançando pipos na direcção do mais famoso canalizador do planeta que acorria para o resgate da miúda das mãos do gorila. Miyamoto pensou baptizá-lo de Monkey Kong, mas no final entendeu por bem operar uma troca de letras, substituindo o m pelo d. O que perdia em designação, ganhava em carisma. Mario e Donkey Kong são velhos rivais, mas o seu confronto não é tão recuperado como o que opõe Mario a Bowser. Mas nem por isso deixa de ser um duelo mundialmente reconhecido, pois até nos Simpsons as personagens foram parodiadas, numa cena em que Homer faz o papel de macaco mau.
Não deixando de ter uma linha condutora que o aproxima ao jogo original da NES, Mario and Donkey Kong: Minis on The Move é o quinto jogo da série Mario vs Donkey Kong. Esta série traz consigo a boa capacidade da Nintendo em inventar diferentes desafios e conteúdos com protagonistas centrais. Sem nunca abdicar das plataformas, as grandes alterações verificam-se na mecânica de jogo. Nesta série, o objectivo é guiar os minis através de percursos que vamos formando desde a partida até à meta. Nos primeiros jogos da série Mario Vs Donkey Kong tínhamos outras mecânicas. Era fundamental manobrar determinadas plataformas para encaminharmos o pequeno Mario até à meta, evitando confrontos contra inimigos, quedas e danos irreversíveis.
Minis on the Move, porém, muda muito daquilo que conhecíamos, embora continue a servir-se do ecrã táctil enquanto ferramenta primordial de interacção para jogos principais e para os mini-jogos. No entanto, também aproveita os efeitos 3D do ecrã, o que significa total aproveitamento dos dois ecrãs, contrariando o argumento de quem ainda pensa que o segundo ecrã é meramente gimmick. No ecrã inferior, acedemos aos comandos que nos permitem seleccionar blocos de um percurso que formamos dentro de uma área rectangular, onde existe um percurso e por onde avançam os minis, automaticamente, até à meta .
Além disso, Minis on the Move é o segundo jogo da série lançado exclusivamente como jogo digital para a loja da Nintendo da 3DS, a eShop. A honra de estreia no serviço digital da DSi coube a Minis March Again, em 2009. Mas comparativamente com o presente jogo, era bem mais reduzido em conteúdo. O que podia ser um jogo disponível para chegar ao mercado a retalho, ganha distribuição exclusivamente digital, com um preço muito mais em conta. Por 9,99 euros podem adquirir este Minis on The Move.
Bastam umas breves horas com este jogo, para percebermos quão vasto é o seu conteúdo. Acredito que este é o primeiro sinal da firme intenção da Nintendo em apostar mais no digital e este jogo serve de rampa de lançamento para mais jogos. Há uns anos, isto era impensável e a Nintendo era criticada precisamente por desprezar a publicação de outros jogos digitais. Não se podendo agora dizer o mesmo, resta saber se a Nintendo terá a coragem de transportar outras séries para a linha exlcusiva de jogos eShop.
Minis on the Move é um jogo que se destaca não só pela particularidade das mecânicas de jogo, mas também pelo seu diversificado conteúdo. Assim, na componente principal do jogo existem 4 diferentes variantes de desafios. Depois ainda existem os mini-jogos, dotados de mecânicas originais e ainda um editor de níveis e uma loja de brinquedos (que serve sobretudo para os coleccionáveis). Em suma, este não é um jogo para umas horas ou para um dia, é desafio para uma ou mais semanas.
Tal como nos jogos anteriores, mais uma vez o objectivo é assegurar o percurso certo, dentro do tempo limite, para que os minis (Mario, Daisy, Peach e Donkey Kong) prossigam automaticamente dentro de um percurso que vamos construindo, desde a origem até à meta. Enquanto jogo de puzzles, Minis on the Move requer uma preparação cuidada para cada percurso, exigindo do jogador uma antevisão rápida e esclarecida sobre o trajecto que a personagem vai cumprir, sendo grande o teste de perícia.
Aqui o controlo das personagens resume-se a uma série de cliques sobre cada um dos minis para forçar o seu ritmo. Na verdade, a tarefa do jogador passa por unir as plataformas para criar um trajecto. O modo de jogo principal é constituído por quatro variantes de desafios a partir dessa regra. Ao princípio só um género de níveis está disponível, mas assim que completarem o jogo e terminarem os níveis, recolhendo todas as medalhas e moedas, ganham acesso aos outros modos de jogo, baseados no mesmo princípio mas com pequenas alterações.
Ao todo são perto de 200 níveis maravilhosamente apresentados em 3D, mais parecendo umas construções flutuantes inspiradas no Mushroom Kingdom. Os primeiros níveis pautam-se sobretudo pela facilidade. As regras são apresentadas antes do jogo começar, sendo possível completar os primeiros segmentos com a mesma facilidade com que se percorre um "tutorial" assistido. No entanto, as coisas complicam-se lá por altura da segunda vintena de níveis, especialmente quando são introduzidos novos elementos e que trazem consigo mais alguma profundidade. De qualquer modo há um desafio constante: a luta contra o tempo e a escolha certa da peça do puzzle.