Mario & Luigi: Dream Team Bros - Análise
Estes dois comem monstros ao pequeno almoço.
O primeiro ponto a sublinhar neste jogo é a constante passagem entre mundo real e mundo onírico. Só Luigi consegue entrar em sono profundo sobre as almofadas de pedra, acedendo assim ao mundo dos sonhos, ele que no seu sonho se revela bem mais forte e destemido (pudera!). Por outro lado, Mario é capaz de mergulhar no sonho de Luigi, de onde deverá resgatar os travesseiros aprisionados em bolas de pesadelo. Neste mundo dos sonhos, construído em duas dimensões, numa aproximação aos jogos clássicos de plataformas em 2 dimensões, o design é uma evolução do mundo real, ou melhor, é uma representação do mundo real na cabeça do Luigi.
É interessante explorar este mundo onírico. Mais do que uma viagem ao sonho de Luigi, encontramos as mais fortes representações, mas também uma turma de patifes. O combate possui algumas semelhanças com as batalhas tidas no mundo real, mas neste caso, há diferenças. A primeira deve-se à continuidade da presença de Luigi, ainda que a título meramente onírico. Isto quer dizer que só uma personagem vai atacar directamente, e, nesse caso, a direcção do ataque cabe a Mario, enquanto que Luigi dá apoio através dos ataques Luiginários. Na forma do ataque normal, este é acompanhado por um ataque imediato composto por dezenas de Luigi que saltam sobre o adversário, causando dano extra. Tal como nos jogos anteriores, o esquema de combate por turnos permanece, devendo o jogador evitar ataques dos adversários.
No entanto, a grande variedade dos ataques e mecanismos Luiginários é o que faz a diferença neste mundo onírico. Estes poderes, ou melhor, mecanismos, são adquiridos de forma progressiva (existe um por cada grande área da ilha travesseiro). O primeiro e mais conhecido poder é a incorporação do Luigi onírico num bigode que passa a funcionar como uma palmeira-elástico capaz de catapular Mario para superfícies superiores. Ou seja, no ecrã inferior temos Luigi em sono profundo. Se tivermos activado o mecanismo, podemos puxar-lhe um dos bigodes (com o dedo ou com o stylus), que isso terá efeito no mundo onírico. Noutro poder - o espirro -, só temos que tocar no nariz do Luigi para que no seu sonho ele empurre, através do vento causado pelo espirro, uma série de blocos que se encontram no fundo da dimensão. Noutro caso poderá até quebrar paredes de blocos e abrir percursos interrompidos. Há uma grande variedade de objectos situados no mundo dos sonhos que Luigi pode incorporar. À medida que avançamos no jogo, mais mecanismos ficam disponíveis, perfazendo um total de 9 modelos de interacção, muitos deles baseados na parte da ilha travesseira onde as personagens se encontram. Estes mecanismos oferecem oportunidades de interacção com o ecrã táctil, sendo que os efeitos provocados pela activação, permitem a Mario completar a missão, descobrindo os travesseiros e libertando-os.
Apesar de oferecer uma estrutura muito similar à dos jogos de plataformas, os combates por turnos são o que há de normal. O combate principia assim que um inimigo choca com Mario ou Luigi, ou vice-versa. Estes combates oferecem algumas regras específicas, como por exemplo, a possibilidade de evasão aos ataques dos inimigos, desde que haja rapidez e perícia na execução dos movimentos. Para tal, terão que descobrir o padrão de ataque dos inimigos. Não é fácil adivinhar todos os movimentos - requer-se olho atento -, mas o certo é que estas condições oferecem muito mais imprevisibilidade, variedade aos combates e um sentido único. Do mesmo modo, os ataques também exigem perícia e um sentido de oportunidade apurado, pois se premirem o botão de ataque no momento certo, conseguem desferir mais dano no adversário. Os efeitos gráficos disto, sobretudo nas personagens, oferecem risada.
Todavia, a Alpha Dream foi ainda mais longe e introduziu ainda mais alguns ataques especiais no mundo do sonho de Luigi. Trata-se de ataques que funcionam como uma espécie de último recurso para derrotar o adversário. Exemplificando: na bola luiginária, o apoio de Luigi ao seu parceiro resume-se a uma bola de Luigi's, que vai crescendo como uma bola de neve (já experimentaram Katamary Damacy? É muito parecido). Para ficar maior, temos que fazê-la rolar por cima de personagens Luigi, rodando para a esquerda ou para a direita. Depois de estar suficientemente abastecida, o jogador tem que fazer pontaria aos adversários e acertar-lhes em cheio. Também nesta secção existe uma grande variedade de ataques, oferecendo diversas interacções com o ecrã táctil e o sensor de movimentos. Contudo, é melhor reservar para os combates mais difíceis estes ataques especiais, uma vez que todos eles consomem pontos PB, uma espécie de pontos baseados no trabalho de equipa dos irmãos, e estes não abundam. Por vezes alguns combates serão travados com um Luigi onírico gigante. A consola deverá então ser colocada numa posição vertical e a stylus deverá ser usada para seleccionar as opções de ataque. No fim desse combate, estando o adversário prestes a sucumbir poderá ser aplicado um ataque Bros em jeito de estocada final, competindo a Mario realizar esse golpe de misericórdia.
Na passagem do mundo onírico para o mundo real, a estrutura de combate tende a permanecer. No entanto, a tendência para a exploração é muito maior e mais rica quando passamos para os mundos em 3D. Sobre uma perspectiva isométrica, podemos explorar os cantos e recantos das áreas que completam a ilha travesseiro. Há uma grande variedade de zonas e espaços. Desde o castelo central, ao parque, passando pelas áreas temáticas, haverá momentos onde se requer a prática de certas acções. Ao peculiar modelo de combates por turnos, que requer uma conjugação de técnica e perícia, acrescem algumas acções de uso exclusivo no mundo aberto. Nesta fase, Luigi acompanha sempre Mario, sendo daqui que ganha forma o lado mais característico da série, na qual, o botão A permite a Mario saltar e atacar nos combates, enquanto que o botão B é exclusivo de Luigi, permitindo que salte e ataque em combate. Em termos de defesa, os mesmos botões exercem os devidos efeitos. No entanto, será possível quebrar barreiras ou grandes obstáculos, através do martelo que permite a Mario e Luigi remover grandes obstáculos, activar mecanismos ou fazer descer plataformas. E depois ainda temos à disposição duas transformações do Mario; uma em forma de toupeira, que o leva a percorrer áreas macias inferiores, e outra na forma de mini Mario, o tamanho perfeito para encontrar passagens para zonas secretas, onde de outra forma os manos não caberiam.