Mario Kart 3DS
Dá-te asas.
Dentro das séries que gravitam em torno da personagem Mario, a versão das corridas de go-karts é das que tem sido melhor sucedida ao longo do tempo, desde o momento que a Nintendo optou por lançar por Super Mario Kart no já distante ano de 1994 para a Super Nintendo. Na altura foi o máximo ao ponto de muitas editoras terem aproveitado o cone de ar facilitado pela estreia de Mario nos Karts com vista a produzir um resultado semelhante.
Certo é que para a época o jogo rapidamente se tornou num padrão, numa referência até para a empresa, que viria a desenvolver novas opções nas plataformas seguintes, embora com alguns desvios face à estrutura original. Mas quem corre pelo risco da inovação, por muitos que algumas experiências se afastem do melhor conteúdo, há um pendor fresco e inovador capaz de merecer apelo.
O que faz de Mario Kart grande não é apenas a representação do reino Mushroom numa espécie de fim-de-semana de folga como aquele em que funcionários de uma empresa trocam os instrumentos de trabalho e vestem uma indumentária desportiva para, de forma descomprometida, confraternizarem, divertirem-se e competirem entre si no asfalto. Este sentido descomprometido, embora longe de abdicar de uma vertente competitiva constitui parte do sucesso da série. O mais reside no mérito dos programadores, que formam um conjunto de corridas onde o resultado é imprevisível até à última curva por força dos power ups e dos karts desenvolvidos para as personagens.
O constante desenvolvimento da série implica novos acréscimos, mas apesar da direção escolhida há interesse óbvio em deixar a estrutura clássica o mais fiel possível. Com vista a liderar uma alteração no percurso e até por força do excelente desempenho em Donkey Kong Returns para a Wii, a Nintendo delegou no seu estúdio subsidiário Retro Studios (também destacado pelo grande trabalho na série Metroid Prime) o novo episódio de Mario Kart para a Nintendo 3DS.
Tomando em conta o extremo colorido das pistas e os motivos associados às personagens (afinal Mario Kart não deixa de significar uma festa em família), o jogo abunda em ritmo, recolha de moedas e "power ups" para as mais variadas finalidades. Igualmente em destaque toda a estrutura arcade, num estilo frenético e onde o controlo dos veículos começa por ser relativamente simples e fácil de adquirir nas primeiras pistas para depois se tornar num exigente desafio ao ponto de gerar alguma frustração para os mais incautos. De resto, os jogadores prevenidos reconhecerão que essa transposição de dificuldade acaba por recompensar, sobretudo nas partidas para vários jogadores (em lan local ou então via banda larga pela internet – uma concessão para a vertente 3DS que muito irá agradar aos fãs).
Consciente da necessidade de incutir novos elementos que ajudem a baralhar as opções no momento da seleção do bólide, a Retro Studios incluiu a possibilidade de adaptar os monolugares dentro de um quadro que abrange pneus, spoilers, asa-delta, entre outros acessórios que colocam o carro num ponto de evolução com determinadas vantagens em função das pistas escolhidas.
Temos assim que escolhendo o kart de Mario, mais aerodinâmico e fechado como se tratasse de um F1 de pequena dimensão, podemos colocar uns pneus típicos de um 4x4 "off road" em alternativa aos pneus mais pequenos e macios de origem. Dessa forma aquilo que o carro irá perder em velocidade em curva e aderência, será compensado nas saídas de pista, ganhando tração nos percursos com grandes porções de terra e lama.