Passar para o conteúdo principal

Mario Kart 8 - antevisão E3 2013

Em quatro ou em duas rodas no ar.

Ao jogar a demonstração de Mario Kart 8 para a Nintendo Wii U tive a imediata sensação de estar perto de uma cabine arcade; bons comandos, belos gráficos e muita competição. Mario Kart 8 foi apresentado no dia anterior à minha passagem pelo stand da Nintendo na E3, mas apesar de não constituir uma surpresa, ver regressar as personagens do mundo Super Mario agora em alta definição é qualquer coisa que nos dá uma vontade de ficar a jogar não por uma dezena de minutos mas por algumas horas. Mario Kart 7 ainda está muito presente como jogo portátil. É um dos títulos mais fascinantes para a consola, especialmente pela sua vertente competitiva em rede. O que sucede é que Mario Kart 8 retoma a tradição da competição e em vez de proporcionar corridas até oito jogadores, irá permitir que até 12 jogadores participem numa mesma corrida.

Mas o que começa por nos agarrar ao jogo é mesmo a sua apresentação visual. Mario Kart 8 não só entra na alta definição como nos irá proporcionar melhores animações e detalhes. Isso fica desde logo patente no desenho dos bólides, onde até podemos ver as ranhuras na borracha escura dos pneus. É um jogo que se destaca pela arte típica de uma animação, quase de um cartoon, daí que as cores vibrantes estejam quase sempre em destaque. A sensação de velocidade está lá, apesar da categoria de karts permitida para a demonstração se situar na classe base de cilindrada. Se tivéssemos os veículos de 120 cc para testar, por certo que a sensação de velocidade seria ainda maior.

A demonstração permitia-nos escolher várias personagens, juntamente com os seus karts respectivos e três pistas. Normalmente uma taça em Mario Kart aglutina 4 corridas, pelo que aqui faltava mais uma. Mas como nada sabíamos sobre a estrutura dos troféus, as três provas decorreram consecutivamente até ao final da demonstração. Qualquer conhecedor de Mario kart sabe que o jogo só proporciona realmente um desafio e divertimento à brava quando começámos a efectuar drift, ou seja, entrar em derrapagem com os veículos, pressionando normalmente um dos gatilhos do comando de modo a ganhar velocidade extra. Cada volta permite umas quantas passagens pelos blocos de power up. Como estes são colocados em quantidade limitada e demoram algum tempo a reaparecer, convém acelerar para chegar até eles em primeiro. A dificuldade está em articular estes incentivos à dificuldade com o grau de fecho das curvas.

Além disso, se estivermos na linha da frente, os pilotos menos rápidos podem travar o nosso andamento, usando os seus power ups, dos quais se destaca a sempre temida carapaça azul, que inevitavelmente nos imobiliza por alguns segundos e nos faz perder a posição. Em Mario Kart 8, este equilíbrio, em termos de inteligência artificial, volta a estar presente, mas desta vez há outras variantes à condução, nomeadamente a possibilidade de usar as fachadas dos edifícios e rampas laterais para ganhar ainda mais velocidade. Nalgumas pistas é possível saltar numa rampa lateral e aterrar numa posição horizontal superior. Espectacularidade.

A primeira pista apresentada é o velho circuito em forma de oito. Ideal para os drifts e propício a grandes velocidades, permite também uma rápida demonstração sobre estas deslocações em lateral, como vemos naquelas provas no gelo ou na Nascar, quando os carros sobem para uma zona inclinada. A segunda pista, inspirada em Super Mario Sunshine, oferece uma estrutura mais citadina, onde vemos muitos Toad a servirem de público, claramente entusiasmados à nossa passagem. É talvez a melhor pista das três, precisamente devido à grande densidade de edifícios e onde até encontramos um eléctrico numa zona adjacente ao traçado. Além disso, esta pista revela-se abundante em percursos secundários e alternativos, por onde podemos ganhar uns segundos, embora exiga máxima atenção para contornar os obstáculos

Outra novidade é a transformação dos karts em hovercrafts. Ao passarem por um indicador luminoso azul, o vosso veículo coloca as rodas numa posição horizontal e entra em modo sobrevoo. A condução modifica-se ligeiramente, sobretudo pela melhor resposta da máquina, mas se isso parece gerar mais alguma fluidez e melhor capacidade para curvar, também leva à perda de mais algum tempo quando deslizam em demasia, pois a travagem é menor.

A terceira e última pista disponível é uma nova representação da casa assombrada do Luigi's Mansion. A artwork é realmente admirável e aqui temos algumas zonas inundadas, sendo que para as atravessar os veículos ganham o propulsor que lhes acrescenta mais velocidade debaixo de água. Nas rampas de lançamento também assistimos à transformação dos karts em veículos com asas delta, ganhando capacidade de voo até à zona de aterragem. A fluidez e animação, sempre nos 60 fps é uma vantagem em termos visuais, e põe Mario kart 8 na linha da frente dos títulos que partilham o mesmo género. As motorizadas da versão Mario Kart para a Wii estão de volta, num claro indicador em como Mario Kart 8 terá muitos elementos dos jogos anteriores.

Além disso, em alternativa aos comandos originais do kart, através do botão e d-pad, será possível curvar os veículos através do giroscópio instalado no GamePad, guinando este para a esquerda ou direita. Mas como aqui a precisão não é tão grande, preferimos o método de condução original. A activação dos power ups faz-se através do ecrã táctil, onde podem consultar a vossa posição e obersvar qual o power up que está disponível no centro do ecrã. No final, é a sensação de física e a boa sensação de velocidade que nos deixam com vontade de jogar por mais. Mario Kart 8 não é uma surpresa, mas é a sua familiaridade patente nos múltiplos percursos pejados de obstáculos, que formam um desafio viciante. Só é pena o seu lançamento para 2014.

Lê também