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Mario & Luigi: Brothership - Mais um promissor e bem humorado RPG para a Switch

Os irmãos embarcam numa viagem pelo mar verdejante.

As aventuras de Mario & Luigi constituem um das séries de apreciável dimensão da Nintendo. Brothership funciona como a sexta entrada da série, cuja origem remonta a Mario & Luigi Superstar Saga, publicado em 2003 para a Game Boy Advance. É um périplo que funde as aventuras dos dois protagonistas, predominantemente em plataformas, num misto de role play e acção, com maior incidência no formato dos combates por turnos, no qual os irmãos produzem golpes específicos em colaboração. Normalmente são aventuras pontuadas pela comédia e também pelo desenvolvimento de perigos e criaturas que puxam pelo melhor desta iniciativa a dois.

Com lançamento previsto para o próximo mês de Novembro, tivemos entretanto a oportunidade de jogar aproximadamente hora e meia de Mario & Luigi Brothership. Não é uma sessão tão vasta que nos permita ter uma ideia mais pormenorizada de todos os trâmites da campanha, mas assegura uma óptima ideia global. A mais saliente, logo à partida, é que apesar de ter deixado de ser produzida pela Alpha Dream (que entrou em falência em 2019), permanece fiel ao legado desta. Da caracterização das personagens, ao sistema de evolução e combates por turnos, passando pela exploração das ilhas, há uma aproximação ao que há de mais tradicional na série.

Image credit: Nintendo

No entanto, se passarmos aos detalhes e ao conceito que emerge desta aventura, há factores diferenciadores que a tornam apelativa. Desde logo, a começar por um dos mais relevantes: uma aventura em alto-mar. A existência de um mar a explorar, atravessando marés e ventos em direcção a ilhas, transporta-nos para a memória de jogos como Zelda Wind Waker ou mesmo Phantom Hourglass, assim como Skies of Arcadia (com a particularidade de aqui navegarmos literalmente sobre as nuvens). Desta vez, Mario e Luigi foram sugados para um mundo chamado Eletria. Um acontecimento precipitou a desagregação do território, que se desfez em múltiplas ilhas. Nestas porções de território é necessário restabelecer a luz, uma espécie de vitalidade que volta a unir a ilha ao território central que dá vida a Eletria.

Uma curva de aprendizagem suave

Pelo meio das peripécias que decorrem nos primeiros momentos de jogo, assimila-se a jogabilidade entre muitas conversas e diálogos com as já habituais personagens da aventura, com destaque para Pligue, uma amorosa criatura voadora - bastante similar a um leitão - e que nos acompanha ao longo desta fase inicial. Como é habitual na série, existem imensos diálogos, necessários para a introdução à aventura e outras conversas relativas à explicação das mecânicas. Desse convívio decorre que Mario e Luigi terão à disposição, para navegar em alto mar, uma embarcação acoplada a uma ilha. Chama-se ilha Nauta e possui um canhão no topo, a partir do qual os protagonistas são enviados para as ilhas.

Image credit: Nintendo

O sistema é interessante, ao ponto de possibilitar escolhas ao longo da aventura. A opção pela próxima ilha a visitar depende da deslocação em alto mar. As ilhas assumem diferentes formas. Pode ser uma cidade, uma floresta ou então um terriório com uma designação específica. Nessa navegação conhecemos um par de ilhas. Uma delas funciona como a parte mais tradicional, onde saltamos e atravessamos plataformas, num crescendo até ao ponto derradeiro onde é activada uma luz. Até lá, há que vencer inimigos e completar alguns puzzles, numa clara articulação entre Mario e Luigi. Outra ilha funciona como uma área onde podemos adquirir mais equipamento, de roupas e indumentárias específicas para um maior efeito de danos nos adversários. Além disso, podem ser adquiridos objectos que fortalecem os poderes de ataque e defesa, melhorando as estatísticas. O contacto com esta ilha parece ser primordial numa fase mais avançada da aventura.

Quanto ao sistema de combate, enquadra-se nos ataques por turnos típicos da série. O “timming” é crucial, tanto a atacar, como a defender. Diga-se que ao longo desta quase hora e meia de jogo, fomos muito mais introduzidos ao sistema de jogo do que propriamente a defrontar adversários poderosos. Apesar da manifesta facilidade nos primeiros turnos, há pormenores que não desapareceram dos jogos anteriores, como o duplo salto para mais danos nos inimigos, o mesmo valendo para a defesa, através de um golpe de evasão seguido de um contra-ataque.

Ataques e acções concertadas

Quando Luigi e Mario passam a actuar ao mesmo tempo, a acção é mais interessante, já que um irmão pode assistir o outro para um golpe derradeiro, a funcionar como uma machadada final no combate. O tempo de execução é bastante estreito pelo que requer alguma concentração e hábito antes de se tornar numa rotina. De resto, os ataques “Bros.” funcionam como uma deriva e evolução dessas combinações, processos simples mas desafiantes pelo tempo da sua execução. São essenciais à sobrevivência e progressão dos irmãos ao longo da jornada. Igualmente relevantes, as acções “Bros.” permitem aos dois resolver puzzles. Num deles, um dos irmãos lança uma pedra sobre uma tábua, para que o irmão ganhe impulso até à plataforma mais elevada. Este tipo de puzzles é uma constante e torna toda a fase de exploração um óptimo desafio. Tanto nas acções como nos golpes “Bros”, os objectos ocupam um papel central. Muitos estão escondidos ou podem não ser percepcionados num instante inicial. Quanto aos objectos de ataque, podem ser adquiridos a troco de moedas e tendem a causar mais danos. Desde martelos até botas especiais.

Image credit: Nintendo

Ainda que recupere muitas mecânicas utilizadas em jogos anteriores da série, Mario & Luigi Brothership foi bem interessante nesta fase de primeiro contacto. As impressões deixadas são francamente positivas, especialmente pela dinâmica dos combates e as ferramentas tendo em vista a resolução dos puzzles, onde nos parece que a interacção entre os dois protagonistas é não só desafiante como bem mais dinâmica. A exploração, tanto das ilhas como a navegação em alto-mar, adensa a sensação de descoberta, de terra à vista e de território por desbravar. Veremos como no conjunto funciona este rumo e conceito em Brothership, no longo trajecto da aventura.

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