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Mario Sports Superstar - Análise

5 em 1.

Um compêndio de modalidades desportivas que não se demarca perante as experiências individuais. Desafios que não sobressaem.

Depois de Mario & Sonic nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, a Nintendo voltou a encetar uma parceria com a Camelot e a Bandai Namco para mais uma ronda de actividades desportivas. Mario Sports Superstars enquadra-se perfeitamente nesse seguimento de jogos curtos e rápidos, de cariz arcade e um tanto simplificados, e que apesar das tentativas de criar um certo refrescamento redundam mais uma vez no mesmo desfecho; algo previsíveis e pouco compatíveis para mais do que umas breves sessões de jogo. De Mario Golf, passando por Mario Tennis, estamos como que conversados. Ambos tiveram já entradas a "solo" no panorama portátil, pelo que na reincorporação das mesmas actividades nesta colectânea pouco mais há a descobrir.

Talvez seja uma forma da Nintendo encontrar mercado adicional diante de um público mais juvenil, mas não nos parece que com Mario Sports Superstars se verifique um ganho em termos de experiência portátil que não tenha sido já observado. Repetir quase as mesmas fórmulas e processos, através de actividades desportivas que poucas novidades apresentam, a não ser a prática da equitação, como que banaliza a experiência e projecta mais dificuldades em torno do que devia ser uma oportunidade para encontrar caminhos alternativos e novas experiências.

Apesar da evolução patente nalgumas modalidades, com mais alguns movimentos e acções especiais, o jogo nunca nos conquista, nem sequer oferece grandes motivos para nos mantermos interessados por mais do que algumas partidas ou desafios porque quase tudo foi já experimentado. Aos poucos descobrimos que as actividades proporcionam algumas soluções mais evoluídas. No ténis, futebol, golfe, basebol e equitação (corridas a cavalo), encontramos uma série de comandos profissionais, um suplemento de exigência que depressa se transforma numa sensação de repetição, pois muitos destes movimentos foram já experimentados, apesar da novidade proporcionada em determinados momentos.

O futebol tem muito de fantástico, quase sobrenatural, e distante da simulação ou do melhor arcade. Para quando um Virtua Striker?

E mesmo assim sobra a sensação de que um Mario & Sonic, apesar da ligeireza com que reproduz muitos desportos olímpicos, é mais generoso em conteúdos. Apesar dos torneios e competições online, ao fim de algum tempo descobrimos os limites a Mario Sports Superstars. E sendo o seu conceito tão simplificado e com poucos rasgos de criatividade, principalmente com um design muito pouco apelativo, depressa sentimos um tédio ao fazer um novo desafio.

A única variante é a dificuldade com que os oponentes jogam contra nós, que vai do mais acessível no Mushroom Cup até ao mais desafiante Champions Cup, capaz de nos sujeitar a alguns apertos. No final trocam moedas por mais personagens, estádios, pistas, mas isso é pouco para nos manter colados, porque para lá do desafio e da subida de dificuldade os princípios do jogo são os mesmos e esses pouco entusiasmo proporcionam. Sacar as personagens secretas torna-se aborrecido. Para lá das soluções como o modo treino (uma espécie de guia para os mais novos e como forma de conhecer os movimentos profissionais) e os desafios de uma partida, não sobra muito mais do que isto a não ser competição online entre amigos e competição aleatória com outros jogadores (existe uma opção para competição multiplayer local).

Em termos de actividades, algumas delas são quase uma incorporação de outros jogos já lançados, nomeadamente o Golf e o Open Tennis, da Camelot, só que mais limitados e com algumas restrições. O ténis, por exemplo, não contempla mais estádios e não oferece muitos dos mini jogos. É natural se pensarmos que a modalidade está incluída numa compilação, mas esperávamos uma evolução, o que não acontece. O golfe importa opções de Mario Golf: World Tour, aproximando-se muito do esforço realizado pela produtora no jogo para a 3DS, mas sem grande profundidade. Por um lado pode ser jogável para novos jogadores e desconhecedores dos títulos da série Mario Golf, mas não vão encontrar aqui nada de novo.

Para lá das pistas, também podem seleccionar cavalos.

O futebol, juntamente com as corridas a cavalos, suscitou-me mais alguma curiosidade, mas depressa a bola esvaziou quando subi ao relvado com a equipa composta por 3 membros do Mushroom Kingdom por mim escolhidos, a juntar a um conjunto de 8 idênticos elementos (Shy Guys, koopas, etc). É verdade que o jogo exibe algumas técnicas e está mais interessante que a mesma modalidade protagonizada na mais recente edição dos jogos olímpicos. Mas é tudo muito simples, capaz de dar lugar a uma espécie de batalha campal quando se activam os especiais. Os guarda-redes controlados pelo computador são capazes de defender tudo e os enquadramentos para o remate nem sempre são os melhores. Há um desafio latente, mas as soluções são igualmente básicas e depressa fazemos o mesmo. Não reinventa o futebol, mas também não produz as emoções que o mesmo desperta.

As corridas a cavalo valem sobretudo pela novidade, mas à semelhança das outras actividades, depressa se tornam repetitivas, fruto da simplicidade com que estão desenhadas. Há uma certa sensação de controlo do cavalo, sendo até interessante ver a personagem realizar um segundo salto para conquistar umas esferas que adicionam velocidade suplementar, assim como a tirar proveito do cone de ar, mas os elementos estratégicos são poucos. O basebol torna-se desapontante porque pouco mais há a fazer do que premir o botão para lançar a bola ou dar a tacada no momento certo. Existem, claro, algumas variantes e opções para lançar a bola com efeitos de modo a surpreender o adversário, assim como a enquadrar a posição quando temos o taco em mãos. No entanto e à semelhança das outras actividades, muito pouco há a destacar.

Mario Sports Superstars pega em várias modalidades desportivas e junta-as numa mesma compilação, uma espécie de 5 em 1 que também pode ser um jogo dividido em cinco porções que não mostram mais do que tenha sido já visto ou experimentado. Nas modalidades mais aproveitadas pela Nintendo, como o ténis e o golfe, as experiências proporcionam até um certo retrocesso, apresentando-se mais limitadas e com menos mini-jogos. Em suma, é uma oportunidade algo desaproveitada, que pouco mais dará que um jogo aceitável para novos jogadores que nunca tenham experimentado nada do género, sem deixar de levar em conta que existem opções para a 3DS de algumas destas actividades com melhor execução.

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