Mark Zuckerberg altera moderação das suas plataformas em nome da liberdade de expressão
Aproxima-se do X de Elon Musk. Donald Trump já reagiu.
A Meta Platforms, empresa-mãe do Facebook e do Instagram, anunciou o encerramento do seu programa de verificação de factos por terceiros nos Estados Unidos. O diretor executivo Mark Zuckerberg disse que a medida tem como objetivo restaurar a liberdade de expressão nas plataformas, substituindo os fact-checkers por um sistema de “classificações da comunidade”, semelhante ao implementado por Elon Musk no X. Obrigado The Wall Street Journal.
Zuckerberg anunciou que a empresa vai regressar às suas origens, concentrando-se na diminuição do número de erros, na simplificação das políticas e na restauração da liberdade de expressão. Embora a Meta continue a lutar contra os comportamentos ilegais, deixará de aplicar regras de conteúdo relacionadas com a imigração e género que, segundo Zuckerberg, estão “desalinhadas com o discurso dominante”.
A mudança ocorre num período marcado pelos pedidos de Zuckerberg para acompanhar a nova administração Trump. Zuckerberg enviou recentemente uma carta ao congressista republicano Jim Jordan, dizendo que a Casa Branca do governo Biden estava errada ao pressionar o Facebook a censurar conteúdos relacionados com a pandemia de Covid-19 em 2021.
Além disso, a Meta nomeou Joel Kaplan, antigo conselheiro do presidente George W. Bush como diretor executivo para as políticas globais. Anunciou também a entrada de Dana White, presidente da UFC e aliado de Trump, no seu conselho de administração.
A decisão de acabar com a verificação de factos e de eliminar as restrições a certos tipos de discurso é um sinal da aproximação que Musk adoptou após a aquisição do X em 2022. O sistema de “notas da comunidade” permite que os utilizadores acrescentem contexto às mensagens que considerem enganadoras, desde que haja consenso entre pessoas com histórias de opinião divergentes.
Esta medida foi criticada por organizações como a Liga Anti-Difamação, cujo diretor executivo, Jonathan Greenblatt, disse que a decisão só beneficia os lucros da Meta. Especialistas em psicologia, como Gordon Pennycook, da Universidade de Cornell, alertam que as ferramentas de verificação da comunidade funcionam melhor como complemento dos verificadores profissionais e que a sua ausência pode piorar a qualidade das avaliações dos utilizadores.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou positivamente as recentes mudanças anunciadas pela Meta, a empresa-mãe do Facebook e do Instagram, que decidiu acabar com o seu programa de verificação de factos. Numa conferência de imprensa realizada na terça-feira, Trump disse que a empresa tinha “percorrido um longo caminho” e sugeriu que a decisão da Meta era “provavelmente” uma resposta às suas críticas anteriores. Obrigado CNN Brasil.