Marvel Studios criticada pela forma como trata as companhias de efeitos visuais
É uma das maiores clientes e porta-se como um rufia.
Joe Pavlo, artista que trabalha com efeitos especiais e vencedor de um Emmy pelo seu talento, falou sobre a sua experiência a trabalhar com a Marvel Studios em Guardiões da Galáxia e deixou críticas sobre práticas nada saudáveis na indústria.
Num momento em que a Marvel Studios está envolta em polémica sobre os efeitos visuais, após as críticas aos primeiros trailers de She-Hulk, ao adiamento do trailer de Guardiões da Galáxia Vol.3 porque James Gunn queria melhorar a qualidade dos efeitos visuais e pelo calendário massivo de séries e filmes revelados na San Diego Comic-Con, temos cada vez mais vozes a comentar o tema.
Numa entrevista com o The Guardian, Pavlo diz que "a indústria dos efeitos visuais está repleta de pessoas fantásticas com imensa boa vontade que se preocupam imenso, mas no final do dia, não há nada que os proteja quando estão encostados à parede e a Disney faz exigências loucas."
"Toda a boa vontade do mundo evapora-se quando tudo é mudado e eles decidem que vão substituir aquele personagem por um ator diferente ou mudar todo o cenário, agora estão numa pizaria e não num campo de milho. Pode ser assim tão extremo mesmo no último minuto," comentou.
"Pode ser caracterizado como bullying, mas filtrado por diversas camadas de gestão e supervisão e hierarquia. Não é o executivo da Disney que agarra alguém e grita com ele ou algo assim. É mais uma atmosfera em que todos sentem que é a coisa mais desesperadamente improtante e, se não o fizermos, estamos todos lixados."
"A maioria dos artistas nem contacto tem com os clientes. Só mesmo as pessoas ao nível dos produtores e supervisores e depois transmitem à equipa. Podes dizer que um supervisor é um verdadeiro rufia, mas na verdade é um efeito dominó e depois as pessoas que são os líderes de equipa, assim que não conseguem lidar com isto, tornam-se em rufias."
Pavlo diz que querer versões diferentes da mesma cena ou alterações é muito comum, mas a Disney e a Marvel são famosas por querer diversas versões a correr em paralelo para escolherem qual desejam, diz o artista. Segundo diz, criar um sindicato e maior protegação para os trabalhadores desta indústria é cada vez mais imperativo.