Matterfall - Análise
Infernal.
A Housemarque já cimentou a sua posição como a casa de jogos frenéticos, explosivos e desafiantes. Afinal, este é o estúdio que nos trouxe Alienation, Resogun, Super Stardust Delta e, mais recentemente, Nex Machina. Até podemos dizer que este estúdio finlandês tem estado "em fogo" ultimamente. Nex Machina foi lançado em Junho, e agora, em menos de dois meses está pronto para lançar Matterfall, que foi desenvolvido em parceria com a XDev da Sony, tratando-se portanto de um exclusivo PlayStation 4.
Matterfall faz parte da mesma família de Nex Machina. Foi isso que Tomi Hartikainen, o director do jogo, nos disse numa entrevista antes de publicarmos esta análise. Não são dois jogos exactamente iguais, mas regem-se pelos mesmos princípios. Este é um jogo para quem tem reflexos e reacções rápidas, grande capacidade de concentração, e está à procura de um desafio. Se tivesse que resumir Matterfall, diria que é um jogo de tiros com plataformas que decorre numa perspectiva lateral.
Os jogos da Housemarque nunca primaram pela história e Matterfall não perde tempo em atirar-nos para a acção. A única introdução é um pequeno vídeo (ao qual temos que assistir sempre que iniciámos o jogo) que nos explica rapidamente que uma espécie de matéria tomou conta do planeta e que somos um herói que terá de lutar contra a expansão desta matéria hostil. O primeiro nível é basicamente um enorme tutorial, mas a dificuldade rapidamente aumenta nos níveis seguintes.
Depois de algum tempo a habituar-nos aos controlos, visto que o botão de saltar foi atribuído ao L1, com a justificação de que assim é mais fácil saltar e disparar ao mesmo tempo (e confirma-se), começamos pouco a pouco a conhecer as mecânicas. A habilidade de strike é uma das mais importantes e tem várias utilidades: permite atordoar os inimigos, destruir projecteis e como uma forma de prolongar o salto. Também temos um laser azul que serve para activar e desactivar plataformas e um poder especial que abranda o tempo durante alguns segundos.
Juntando tudo isto, temos um jogo que coloca à prova a nossa capacidade de reagir a situações com muitos inimigos à nossa volta. Matterfall é mais um jogo da Housemarque com um puro ADN arcade em que o objectivo é pontuarem o máximo num nível. No final podem comparar a vossa pontuação com as pontuações dos outros jogadores e tentar de novo para conseguirem um número ainda maior. Antes de cada nível podem escolher a dificuldade. Existem quatro dificuldades, sendo que a última, Master, só fica disponível depois de derrotarem o último boss.
"Matterfall é um jogo extremamente curto"
Quanto maior for a dificuldade, menor é a quantidade de barras de vida da personagem, e num jogo com pouca margem para erro, torna-se complicado não morrer em algumas situações em que o espaço fica apertado. Por outro lado, quanto maior a dificuldade, mais rápido cresce o multiplicador de pontuação, portanto, se quiserem competir pela melhor pontuação, escolher a dificuldade mais elevada é a única solução. Por vezes o desafio roça a frustração e se ficarem presos em qualquer parte, podem sempre trocar os modificadores da personagem e armas especiais.
Infelizmente, Matterfall é um jogo extremamente curto. Ao todo, são apenas doze níveis, incluindo três bosses. O prolongamento que poderás obter depois de concluíres todos os níveis está em competir nas tabelas de pontuação por uma classificação melhor. Não existe modo cooperativo nem qualquer modo extra. Existem coleccionáveis em cada nível, relativamente fáceis de encontrar, que desbloqueiam armas e modificadores, mas na verdade não existe assim tanto para desbloquear. Se encontrares tudo, terás acesso a quatro armas e a oito modificadores.
Apesar de conseguir oferecer momentos desafiantes e de ter mecânicas bem conseguidas, Matterfall não deixa de ser uma desilusão perante os jogos anteriores da Housemarque. Para além de não trazer nada de novo, tem poucos conteúdos. A personagem que controlámos também falha em criar impacto, caindo no banal. É uma sensação estranha. Depois de uma onde da jogos de sucesso, a Housemarque parece ter tropeçado com Matterfall. Esperava-se mais de um estúdio como este.