Medal of Honor
Companhia de Honra.
Após uma ausência de três anos, Medal of Honor está de volta. Esta nova entrada é uma volta de 180 graus na série, um reiniciar, daí o nome ser somente Medal of Honor, sem nenhum subtítulo. Sendo a Segunda Grande Guerra um tema já muito explorado no género dos first-person shooters, aconteceu algo semelhante ao que aconteceu com Call of Duty 4. As guerras modernas são o foco dos grandes jogos deste género nesta geração, e como tal, Medal of Honor seguiu a "onda". Mas Medal of Honor foi mais longe e decidiu pegar num conflito actual e centrar-se nele, a guerra no Afeganistão.
Duas coisas rodeiam o lançamento de Medal of Honor, sendo elas o hype, é o regresso de uma grande série que já vem do tempo da primeira PlayStation e que nos habituou a jogos de grande qualidade, e a segunda é a controvérsia. Primeiramente o jogo começou por ser banido pelas lojas GameStop instaladas na bases militares Norte-Americanas, e mais recentemente, os talibãs mudaram de nome na componente multijogador para Opposing Force devido ao desconforto de algumas famílias e soldados. A meu ver, esta medida não muda nada, o jogo continua a retratar a guerra no Afeganistão e os talibãs estão presentes na campanha (e também no multijogador, afinal apenas mudaram de nome).
A finalidade da campanha é mostrar ao jogador a realidade diária dos soldados americanos no Afeganistão. Não vamos controlar somente uma classe ou esquadrão de soldados, mas vários: temos os Seals, os Rangers e o Tier 1. Apesar de serem diferentes, fazemos a mesmas coisas com todos. Com o Tier 1 existem algumas secções de snipping, em que temos de alvejar inimigos a grandes distancias, que fogem ao habitual.
Um dos problemas que afecta a campanha é a sua falta de variedade, foram várias as vezes em que pensei "Eu já não fiz isto antes?". O cenário principal são as montanhas, é o sítio onde decorre cerca de 80 porcento da campanha. Os níveis são sempre a mesma coisa, avançamos em frente e matamos vezes e vezes sem conta talibãs. Algo muito utilizado é o suporte aéreo, onde em quase todos os níveis existe uma parte para seguirmos em frente e temos de assinalar um alvo (normalmente uma arma de grande calibre) para ser bombardeado.
Os talibãs aparentam estar as jogar às escondidas, digo isto porque tudo o que fazem é esconderem-se atrás das rochas. Não há grande dificuldade para avançar-mos em frente, escondemo-nos também atrás das rochas e esperamos que eles metam a cabeça de fora. É raro lançarem uma granada contra nós, não tentam avançar em frente no terreno ou flanquear-nos, basicamente, não existe estratégia. A ideia com que fiquei dos talibãs é que só sabem gritar e disparar.
E depois, a história é praticamente inexistente. Saltamos de esquadrão em esquadrão (o jogador, não as personagens) mas não ficamos a saber nada sobre as personagens e nem há interacção entre as mesmas. A campanha resume-se aglomerado de missões com algumas cinemáticas a fazer ligação entre elas. Nota-se que o final da campanha era suposto criar impacto no jogador, mas devido às razões referidas, não consegue criar o efeito desejado.
Embora tenha a falhas, não considero que seja uma campanha má, pode-se classificar de razoável, mas outros jogos já fizeram igual ou melhor, não há nada de novo, e é por isso que não surpreende. Simplesmente havia potencial para muito mais. A guerra no Afeganistão é algo actual e que está na televisão, revistas, jornais e outros meios de comunicação, o que me parece é que a Danger Close não soube aproveitar o que tinha em mãos. A curta duração da campanha também não joga a favor do jogo. Não estive a jogar com um cronómetro ao meu lado, mas diria que a campanha dura umas 4 horas (em dificuldade normal).