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Medal of Honor

Companhia de Honra.

Graficamente, também não surpreende, e mais uma vez, não é nada que não tenhamos visto noutros jogos. Medal of Honor usa dois motores de jogo, um para a campanha e outro para o multijogador, produzido pela DICE a versão do Frostbite Engine. O motor usado na campanha é o Unreal Engine 3 e surgem os habituais atrasos no carregamento das texturas. Em termos de fluidez não tenho nada a apontar, não há quebras na framerate e os loadings passam despercebidos.

Dentro da campanha temos ainda um modo chamado "Tier 1", que vos deixa jogar novamente as missões que já realizaram mas desta vez estão a competir numa leaderboard. Os parâmetros que vão determinar a vossa posição é o número de headshots, mortes com a faca e tempo em que completam a missão. Para além disto, resta-nos uma das coisas mais importantes nos mais recentes FPS, o multijogador.

Se o modo campanha do jogo não traz consigo nenhuma novidade, o mesmo se aplica ao multiplayer. De facto, é muito e até demasiado idêntico a Bad Company (BC). É uma desilusão mesmo, pegar num jogo acabado de comprar e verificar que não possui conteúdo próprio, uma marca que desse vontade de o explorar. A colagem é tal que se fecharmos os olhos ficámos com a nítida sensação que estamos a jogar Bad Company MP.

Mas vamos por partes, falemos primeiro das opções deste modo e suas possibilidades. Não há nada de inovador, sendo os seus modos de jogo cópia do outro título da DICE. Temos cinco ao dispor, Sector Control, Combat Mission, Objective Raid e dois tipos de Team Assault, um mais rápido que o outro, sendo o segundo mais exigente e muito mais realista, pois estamos privados de informações tais como a nossa energia e até a mira das armas. Todos estes modos de jogo são familiares, não havendo nada a aprender, a não ser que nunca tenham colocado as mãos em BC.

Um vislumbre do que podem esperar no modo Multijogador.

É claro que não podiam faltar os diversos unlocks e as tão apetecíveis recompensas. Também aqui nada há de novo, temos que ir progredindo no jogo com cada uma das três classes, Rifleman, Special Ops e Sniper. Todas as classes possuem três tipos de unlocks para as armas designados por slots, que vão desde mais carregadores de munições, novas armas e diversos tipos de acessórios para as mesmas.

Relativamente à jogabilidade em si e ao balanceamento do jogo, que passa pela relação jogo e organização do mesmo no terreno, há muita coisa que merecia mais atenção. Não se compreende como em múltiplas ocasiões somos colocados no terreno de batalha rodeados de inimigos, onde somos apenas "carne para canhão". Outro aspecto incompreensível é o facto de em alguns mapas os snipers têm a possibilidade de atingir o inimigo no local onde este aparece depois de morrer. A construção dos mapas deveria ter sido mais cuidadosa e ter esse pormenor em conta, não tem lógica nem sentido promover o acampamento e dar a "capacidade" aos jogadores de ver o mapa de um lado ao outro.

O modo para múltiplos jogadores de Medal of Honor afasta-se dos seus concorrentes directos, cola-se muito a BC, o que é lamentável, pois não se perdia nada com a tentativa de alguma inovação e até algum risco. Também paira no ar um odor a frustração ao jogar este modo, pois jogadores acabados de chegar, que não têm um ranking elevado e as armas apetrechadas, vão sofrer imenso e a frustração instala-se de tanto morrer. Ranking superior é sinónimo de exagerada superioridade.

Medal of Honor é mais um título que fica aquém das expectativas. Houve uma grande aposta da EA e gerou-se hype em redor do jogo mas isso apenas serviu para que a desilusão fosse maior. A campanha é razoável, mas curta e o multijogador é demasiado parecido com Bad Company. Não que isso seja mau em si, mas que é mais do mesmo. Olhando para isto, os conteúdos para oferecer ao jogador não são muitos. A expressão "Só mais um FPS" serve bem para descrever Medal of Honor.

7 / 10

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