Mega Man Extreme e Mega Man Extreme 2 - Virtual Console 3DS
Duas produções para a Game Boy Color baseadas nos clássicos da SNES: Mega Man X.
O papel de Keiji Inafune para a afirmação mundial da série Mega Man como uma das mais relevantes na categoria dos jogos de acção em 2D foi central. A admiração pelos trabalhos originais, nos quais se viu altamente envolvido como designer, criando a mítica personagem, mas também o palco por onde haveria de enfrentar inimigos e bosses sempre temíveis, levou-o a arriscar dois capítulos que vieram, em 2008 e 2010, completar uma dezena de edições Mega Man de alcance 8 bit.
Trabalhando hoje em Mighty No. 9, um projecto que fundado através do Kickstarter, e com a franquia Mega Man a passar por uma espécie de retiro sabático, vale a pena mergulhar um pouco na série detida pela Capcom e recuperar duas satisfatórias lembranças para a Game Boy Color, agora disponíveis na eShop da 3DS. Embora sem a assinatura de Keiji Inafune, Mega Man Extreme e sequela projectaram no quadro da consola portátil da Nintendo a relevância de alguns dos mais importantes jogos da SNES: Mega Man X e sequela.
Naturalmente, a menor capacidade de processamento da Game Boy Color não permitiu grandes veleidades ao estúdio incumbido de Mega Man Extreme (MME) e depois Mega Man Extreme 2 (MME). Mesmo assim, são dois jogos que mantêm uma estrutura próxima e baseada nas mecânicas das produções da SNES. MME recupera quase todos os bosses, níveis e mesmo os items, à excepção de algumas peças escondidas que melhoram o nosso equipamento forçam o sentido da exploração, são os mesmos. Embora não sendo uma conversão e se apresente reduzida a um grafismo algo modesto e com um design menos fulgurante, o modelo de jogabilidade do clássico permanece.
Não se pode dizer que os bónus concedidos depois de completarem o jogo, como a abertura dos oito níveis e o modo suplementar em dificuldade "hard" sejam hoje incentivos de primeira espécie. Os títulos originais da NES e SNES mantêm a sua vitalidade graças à boa execução e design, não se podendo dizer o mesmo destes dois capítulos, com algumas falhas notórias sobretudo um "downscale" pouco eficaz e um design com menor profundidade. Aliás, se experimentarem Mega Man Maverick Hunter X para a PSP, o "remake" do Mega Man X para a SNES encontram com moldes modernos um verdadeiro remake de um clássico.
MME2 trouxe algumas alterações e melhorou certas deficiências do original. Mantendo no entanto um design algo próximo, começa por oferecer duas personagens para jogar: X e Zero, enfrentando ambos a respectiva missão e progressões ligeiramente distintas, com efeitos ao nível dos "upgrades" e das armas recuperadas dos inimigos, pois cada um terá de enfrentar "bosses" diferentes. A jogabilidade também foi ligeiramente melhorada, sobretudo ao nível do "dash" mas é na diferença que vai entre jogar com X e Zero que MME2 potencia mais desafios e uma urgência em dominar os movimentos e armas equipadas por ambos.
MME 2 acaba por ser superior ao original, corrigindo alguns problemas como a eliminação do backtracking proporcionada pelas fortalezas e uma diferente planificação dos "items" alocados pelo cenários. Jogar com duas diferentes personagens criou mais alguma indefinição, embora muitos "bosses" sejam essencialmente regressos de MMX e MMX2. Se possuem os dois primeiros Mega Man para a SNES em cartucho ou sob a forma de ficheiro obtido pela Virtual Console para a Wii, encontram-se bem serviços, podendo dispensar estas duas produções. Mega Man Maverick Hunter X, para a PSP, é outra grande opção, o que vos deixa mais pela nostalgia e por uma lógica de completude a opção em encontrar mais algum desafio nestes dois títulos lançados para a Game Boy Color e agora disponíveis na Virtual Console da Wii U.