Mega Man X3 - Virtual Console - Análise
O último da Super Nintendo.
Terceiro e último capítulo da série X, Mega Man X3 foi lançado para a Super Famicom no Japão em finais de 1995 e no começo do ano seguinte nos outros territórios. Nesse período, a Capcom limitou a produção de cartuchos, pelo que só os mais atentos conseguiram aceder à terceira e final obra do Mega Man para a SNES. Com as consolas 32-bit no mercado e com a Nintendo quase a lançar a Nintendo 64, as atenções andavam longe e só os fãs indefectíveis se mantiveram fiéis à série. Outros descobriram esta riqueza mais tarde. A menor popularidade vivida pela série Mega Man nesse período, aliada à escassez de cartuchos disponíveis, ditou uma subida de preços consistente dos jogos usados, nos anos seguintes e sobretudo na viragem do milénio. Cartuchos que ainda hoje, mesmo sem caixa e manuais, atingem valores bem elevados em sites de leilões e lojas da especialidade.
Mas será que este jogo pouco comum em formato físico, transporta a qualidade dos primeiros jogos da série? Em primeiro lugar importa sublinhar que este jogo pode ser encontrado na eShop da Nintendo Wii U por um valor altamente económico que um simples cartucho, o que desde logo é um ponto positivo para os fãs e um factor sempre decisivo na compra, desde que não se importem de ficar com o jogo em formato digital. No entanto, os fãs de sempre, dividem-se quanto aos méritos de X3 e ao esforço da Capcom em sustentar a especialidade desta versão final. O sistema de entrada nos níveis é altamente familiar e no que toca aos combates até às batalhas contra os bosses e respectivos duelos, o modelo de acção é bastante similar ao dos jogos anteriores.
Neste jogo, uma das maiores novidades é justamente a entrada em cena de Zero, pela primeira vez na série parceiro de Mega Man, numa batalha contra os Reploids, aparentemente comandados por Dr Doppler, o criador da utópica Doppler City. O sistema de combate, como dissemos é bastante similar ao dos jogos anteriores, mas com algumas vantagens em termos de equipamentos e opcionais. Partes de armaduras, chips e apoio fornecido por outras criaturas robóticas melhoram a progressão e tornam os combates um pouco mais interessantes. Mas também persistem algumas falhas ao nível da modelação dos níveis, incitando demasiadas vezes o jogador a cometer erro e a memorizar a passagem antes de prosseguir. Não obstante, as acções realizam-se com grande facilidade e acabámos por ganhar empatia com aquela jogabilidade tipicamente Mega Man.
Para além dos chips e das armaduras, o jogo disponibiliza certos "power ups" como "Heart Tanks" e "Sub-Tanks" de forma a reservar energia para combates mais complicados. De certa maneira esta solução arrefece um pouco a dificuldade, bem alta de noutros títulos da série, sobretudo na ponta final.
Do ponto de vista gráfico, Mega Man X3 melhora um pouco o seu predecessor, com novos sprites e animações bastante consistentes. Há um certo charme nesta derivação X, que mais tarde viria a ganhar forma nessa fantástica remasterização para a PSP chamada Maverick Hunter X, baseada no primeiro jogo. A banda sonora, não sendo memorável também não desilude. No final, Mega Man X3 é uma óptima conclusão de uma derivação da série que nunca foi muito popular aqui no continente europeu. Não se pode dizer que estas excursões constituam o melhor da série, mas decorridos todos estes anos após o seu lançamento continuam a proporcionar um bom desafio em termos de plataformas e acção.