Metal Gear Solid: Peace Walker
Snake rasteja outra vez até à PSP.
Foi com enorme surpresa que vimos Metal Gear Solid: Peace Walker ser anunciado na E3 deste ano, que se realizou em Junho. Não só por ser um jogo com destino à PSP, mas também porque Kojima, o homem por detrás da série, fez saber que esta será a sua próxima grande produção. Se isto por si só foi suficiente para ficarmos em estado de êxtase, o verdadeiro delírio aconteceu quando vimos as primeiras imagens “in-game”. No entanto, foi graças à demonstração presente no Tokyo Game Show que tivemos a oportunidade de meter as mãos no título, e antever um pouco do que poderemos encontrar na versão final.
Toda a acção começa numa praia, para a qual se dirige Naked Snake numa corpulenta mota à moda antiga. Ao fim de mais um vídeo introdutório, onde é possível ver alguns soldados pertencentes à Militaires sans Frontieres a treinarem, somos convidados a completar um tutorial, que nos ensina os controlos básicos do jogo e mecânica de combate. Como a diferença de comandos entre as consolas domésticas e a PSP é enorme, este nível de aprendizagem é mais do que obrigatório.
Como a portátil da Sony não tem um segundo analógico, essencial para controlar a câmara neste tipo de jogos de acção, a equipa decidiu adoptar uma estratégia já conhecida de outros títulos da PSP; usar os botões de acção. Isto significa que, para olhar para cima, se deixarmos a opção nos controlos invertidos, ao pressionar “x” subimos a câmara, ao carregar “triângulo” descemos e com o “quadrado” e “círculo” rodamos para a direita e esquerda, respectivamente. Assim sendo, também os controlos anteriormente associados a estes botões foram alterados. O “cima” foi escolhido para desempenhar as acções primárias, e o “baixo” para alternar entre andar agachado, deitar-se e voltar à posição erguida.
Algo que, infelizmente, não está disponível nesta versão é a possibilidade de rastejar. Isto significa que já não podemos “fugir” dos soldados, e quando algum deles se aproxima de nós, tudo o que temos a fazer é rezar para que a nossa camuflagem, medida uma vez mais em percentagem no lado direito do ecrã, resulte e que passem por Snake sem sentirem a sua presença. Como é óbvio, não é aconselhável escondermo-nos em locais com pouca vegetação ou no meio de um caminho, mesmo que exista muita flora, pois as tropas podem tropeçar, embora de forma despropositada, no nosso herói.
Tivemos a oportunidade de experimentar um vasto leque de armas, que como já sabem os veteranos de MGS, têm de ser usadas tendo em conta o tipo de cenário, o número e o tipo de inimigos presentes. Além disso, estão ainda presentes os “gadgets” habituais, como os binóculos, que são adquiridos com o passar da aventura a, por exemplo, revistar guardas inconscientes.
A forma de meter tudo isto em prática, ou seja, numa situação de combate alternar pelas várias armas e disparar eficientemente, é que já não é tarefa fácil. Isto porque, ao navegar pelos menus para escolher os itens certos, o jogo continua a decorrer em “background”. Numa situação de combate em que, para dar conta de uma horda de inimigos, optamos por mudar para uma M16, pode ser tempo suficiente para os inimigos nos matarem. Além disso, a utilização da mira pode ser algo confusa e muito pouco precisa, já que os botões da PSP não têm sensibilidade. Desta forma, pressionamos o gatilho da esquerda para apontar, ajustamos a câmara com os botões de acção e, finalmente, disparamos com o “R”. Não é muito intuitivo, é verdade, mas também não nos parece que a equipa de produção tivesse mais alguma alternativa. Para os que não querem adoptar esta mecânica típica de “shooter”, existe a possibilidade de utilizar pontaria automática, sendo adquirido automaticamente o alvo mais próximo.
O combate corpo a corpo não foi esquecido, e encontra-se disponível para complementar o modo furtivo. Ao aproximarmo-nos de um inimigo por trás, ao carregar no gatilho direito sem o largar, Snake tapa-lhe a boca, e bastam alguns segundos para este ficar inconsciente. Ao rodar o analógico, fazemos com este rode e seja atirado para o chão de forma violenta. No entanto, é possível dar vários golpes livres, utilizando mais uma vez no “R”, carregando neste várias vezes.
Graficamente, Peace Walker está soberbo, muito acima do que se faz para a portátil da Sony. A demonstração que jogámos fez-nos imediatamente lembrar MGS 3, já que grande parte dos cenários tem florestas densas e bastante pormenorizadas, até porque o jogo tem lugar na Costa Rica. Os modelos das personagens também são impressionantes, principalmente nas “cutscenes”, onde é possível observar as expressões nas faces que não deixam de impressionar.
Algo novo que encontrámos na série, e que já foi confirmado pela equipa de Kojima que irá estar presente na versão final deste MGS é a possibilidade de gravar as missões separadamente e repetir as mesmas quando quisermos, algo bastante útil para aquelas alturas em que temos apenas alguns minutos livres para jogar.
Para culminar, existe ainda a possibilidade de jogar o título de forma cooperativa com até mais 3 amigos que possuam uma cópia do jogo. Desta forma, toda a acção promete ser bastante mais fácil, já que existe uma enorme variedade de estratégias. Infelizmente, não tivemos oportunidade de testar este modo, algo que iremos fazer em breve.
É com grande expectativa que esperamos Metal Gear Solid: Peace Walker, até porque tem tudo para se tornar num clássico e num dos melhores jogos para a PSP. Ainda com vários meses de desenvolvimento pela frente, existem muitos aspectos que serão melhorados, como é o caso dos controlos de jogo.