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Metal Gear Solid V: Ground Zeroes - Análise

Preparem-se para ficar ainda mais impacientes.

A jogabilidade está mais em linha com os shooters na terceira pessoa dos tempos modernos, isto vai desde o sistema de cobertura, que não requer mais a utilização de um botão, mas funciona automaticamente quando nos encostamos a uma parede. Ou ao sistema da mira, que é agora semiautomático. Big Boss andou também a treinar as suas habilidades de acrobata, e pode agora subir, ou saltar pequenos obstáculos, o que por vezes permite atalhos e abordagens interessantes aos objectivos.

Graficamente está lindíssimo. Acredito que ainda possa ser feito mais, nomeadamente quanto ao comportamento do cabelo de Snake, mas digamos que está ao nível da fidelidade da versão de Assassin's Creed IV na nova geração. Impressionou-me mais o comportamento físico do mundo envolvente. Os feitos de luz e chuva estão muito bem conseguidos, mas em Ground Zeroes ainda não podemos ver o tal sistema dinâmico de dia/noite que Kojima tanto falou, a missão principal passa-se sempre de noite, e depois podemos ver o ambiente de dia durante a missão secundária.

E por falar nisso, depois do sabor agridoce que nos invade quando surge a cinemática de encerramento após a missão principal, somos brindados com um "score", e desbloqueamos quatro missões adicionais, "Eliminate the Renegade Threat", "Intel Operative Rescue", "Classified Intel Acquisition" e "Destroy the Anti-Air Emplacements". Estas demoram cerca de 20-30 minutos cada, sendo que duas delas possuem um "feel" similar à campanha, onde a abordagem furtiva é privilegiada, enquanto as outras duas são mais viradas para a acção, encarando os inimigos de frente e de arma em punho.

Isto eleva a quantidade de conteúdo jogável de Ground Zeroes para cerca de 4-5 horas, mas depois ainda existem uns coleccionáveis (bem) escondidos na missão principal, que desbloqueiam um bónus, que difere mediante a versão que tivermos. No meu caso, a versão PlayStation 4 oferece o modelo original de Solid Snake, esse mesmo. Confesso ainda assim que preferiria jogar com Raiden, o bónus da versão Xbox. Se quiserem completar Ground Zeroes a 100%, o tempo total de jogo pode facilmente dobrar.

Ok, agora o que não gostei nesta versão em estilo de prólogo, em primeiro lugar, o facto de não existir um boss, ou pelo menos um mini-boss. Bem sei que se trata apenas de uma introdução, e talvez fosse demasiado cedo para um desafio deste género, no entanto, tratando-se de um título Metal Gear, é impossível não ficar decepcionado. É como jogar um Warcraft dos velhinhos sem cinemáticas, se é que me faço entender. Para vos acalmar, direi apenas que a parte da história oferece uma grande conclusão, que nos enquadra perfeitamente para o que está para vir. Pena é sermos uns meros espectadores deste momento.

O outro ponto menos bom tem a ver com o facto de Big Boss ter muito poucas linhas de diálogo durante o jogo, com certeza saberão que o actor original da versão ocidental de Solid Snake, David Hayter, foi substituído por Kiefer Sutherland para Metal Gear Solid V. Isto foi alvo de algumas críticas dos jogadores, mas sinceramente, do pouco que ouvi, a mudança foi quase imperceptível, razão para ficar curioso para ouvir mais.

É difícil dizer se o jogo valerá o preço pedido, é certo que é dez euros mais barato na versão para a anterior geração, e talvez fosse esse o preço mais justo para a actual, onde podemos ter um real sabor do que Phantom Pain será. Estou certo que os fãs da série não hesitarão e penso que também não se arrependerão se decidirem comprá-lo, raios, conheço muito boa gente que pagou o preço completo de Zone of the Enders só para jogar uma demo do MGS 2: Sons of Liberty, e mais recentemente pela versão HD, que trouxe a demo de Metal Gear Rising: Revengeance.

8 / 10

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