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Microsoft quer monopolizar desenvolvimento de jogos no PC

Epic Games diz que é preciso combater isso.

Num artigo apresentado pelo TheGuardian, Tim Sweeney, um dos fundadores da Epic Games, acusou a Microsoft de querer monopolizar o mercado dos videojogos no PC e acredita que a indústria deve lutar contra isso.

Sweeney acredita que a iniciativa Universal Windows Platform, revela o primeiro passo para a criação de uma plataforma fechada dentro de uma plataforma no Windows 10, colocando restrições no ecossistema PC e monopolizando a distribuição e comércio de aplicações. Algo que considera ser o gesto mais agressivo de uma companhia que depois de confrontos com as fabricantes, está agora a agir contra toda a indústria PC, até contra os consumidores.

"A Microsoft lançou novas funcionalidades Windows PC na UWP e está a dizer aos programadores que apenas as podem usar se se submeterem ao controlo do ecossistema fechado que é o UWP. Estão a reduzir a liberdade os utilizadores para instalar programas PC completos, e a inferiorizar os direitos dos programadores e editoras que querem manter uma relação directa com os seus clientes."

Sweeney não se opõe aos planos da Microsoft em criar e gerir um serviço no qual distribui aplicações PC, mas ao colocar restrições que reforçam o seu controlo enquanto tiram margem de manobra aos criadores e consumidores, não é benéfico para ambas as partes. O homem da Epic relembra a enganadora prática que a Google faz com a plataforma Android, que tecnicamente é aberta mas praticamente fechada.

"O Android torna possível instalar aplicações de terceiros, fora da loja Google Play Store, necessário para o Google respeitar a licença Pública Geral do Kernel Linux. No entanto, a Google torna ridiculamente difícil que o utilizador o possa fazer, desligando a opção por padrão, escondendo-a e enterrando-a. Não é um problema meramente técnico: faz com que a Google Play Store domine o mercado sobre as concorrentes, mesmo não sendo muito boa."

O perigo no PC estará na degradação do Win.32 enquanto a Microsoft continua a melhorar UWP, fazendo com que os estúdios independentes tenham mais dificuldades em escapar ao monopólio comercial da companhia. Sweeney utiliza novamente o Windows 10 como um exemplo das práticas anti-consumidor da Microsoft, que permite desligar muitas as funcionalidades padrão que são intrusivas, mas faz com que seja altamente difícil de o fazer.

Sweeney diz que os consumidores, editoras e programadores devem-se defender e que uma plataforma aberta brilha com conteúdos, enquanto o que a Microsoft pretende é um embaraço. Desde 1991 que Sweeney trabalha na plataforma e afirma que esta não é a primeira tentativa furtiva da Microsoft procurar domínio.

Deixando uma palavra de respeito para homens como Phil Spencer, que diz ouvir atentamente e escutar os problemas das editoras, Sweeney avisa que não devemos ouvir as palavras da Microsoft mas sim atentar nos seus actos, pois quanto mais fechada se tornar a plataforma, mais perigo existirá para os consumidores e jogadores do PC.

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