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Mighty Switch Force 2 - Análise

Combate às chamas.

Lançado no final de Junho para a Nintendo 3DS, Mighty Switch Force 2 chega à Wii U, num passo previsível se considerarmos o desenvolvimento das produções da WayForward para as máquinas da Nintendo. Mas enquanto que o primeiro jogo da série também contou com uma passagem da portátil para plataforma doméstica, acompanhada de um melhoramento em termos gráficos, custa um pouco verificar que a chegada à Wii U desta nova entrada na série não traz benefícios nem novos conteúdos. O que significa que estamos diante de uma conversão directa e simples que não justifica uma nova aquisição, pressupondo que descarregaram a versão digital disponível para a 3DS.

Aliás, um outro ponto que desfavorece Mighty Switch Force 2 para a Wii U é precisamente a ausência de efeitos 3D, o que acaba por retirar uma sensação de profundidade existente na versão para a 3DS. Exceptuando esses detalhes, este é o mesmo jogo, com a mesma estrutura da versão lançada para a portátil. Patricia Wagon, a anterior agente da polícia detentora de um capacete capaz de provocar efeitos especiais em certas plataformas, está de volta ao activo. As Hooligan Sisters encontram-se em apuros e precisam do apoio de alguém que as resgate das chamas. A novidade desta vez é que em vez de uma pistola, Patricia equipou o uniforme de bombeira, tendo à sua disposição um jacto de água que lhe permite eliminar as labaredas.

A água é uma das novidades neste título.

Embora esta sequela receba uma boa parte dos elementos e mecânicas dos jogos anteriores, as novidades aqui presentes aprofundam um pouco mais a experiência, resultando numa combinação de plataformas com acção e puzzles. A história é escassa e pouco relevante, mas assim que entramos no jogo descobrimos que a campanha se divide por um conjunto de missões. O objectivo passa por resgatar as cinco Hooligan Sisters o mais depressa possível. Pelo meio há todo um conjunto de plataformas que podem ser deslocadas através de diferentes processos interactivos.

Uma das novidades é precisamente a existência dos blocos de areia que podem ser desfeitos através do contacto com a água. Noutros pontos é possível canalizá-la por intermédio de uns tubos, e dessa forma activar certos mecanismos. O apelo ao raciocínio imediato é constante, e pensar na melhor forma de se atingir o objectivo torna-se primordial, ao ponto de a dada altura tudo se resumir a uma questão de tentativa e erro, explorando possibilidades através de contacto com os inimigos, arrastando-os, por exemplo, com o jacto de água para pontos específicos. A curva de aprendizagem é escassa, apesar de serem naturais algumas dificuldades assim que entram na equação mais elementos oriundos do jogo anterior.

Entre eles encontram-se os blocos de propulsão. Entrando neles é possível disparar a personagem na direcção apontada, criando um percurso que a pode levar até um ponto mais ou menos distante e próximo de uma sister em apuros. Depois, existem ainda os blocos especiais que podem ser removidos através da função instalada no capacete da protagonista. A partir da dezena de missões todos os elementos do jogo encontram-se de alguma forma ligados, tornando mais difícil a tarefa, embora não seja de todo impossível ou frustrante. Com persistência, nem se perde muito tempo até completar todas as missões disponíveis.

Sistemas de canalização. Háverá bastantes puzzles para resolver a partir deste modelo.

É pena que numa segunda entrega para a Wii U a WayForward tenha ignorado o potencial do GamePad. Incluir um radar que nem sempre é essencial ou ter a garantia de um modo off-tv é pouco. Acresce que a não inclusão de um grafismo de alta definição torna os gráficos mais pixelizados, especialmente se usarem um televisor de grandes proporções. No ecrã do GamePad isso não é tão perceptível.

Acredito que o objectivo de qualquer produtora ao lançar o seu jogo numa diferente plataforma, passe por conquistar a adesão de novos utilizadores. Resta saber se a falta de novos conteúdos ou argumentos que dariam uma especialidade a esta versão, não prejudicarão essa meta. O design 2D retro de Mighty Switch Force 2, acompanhado por uma boa conjugação de plataformas, acção e puzzles, resulta numa experiência estimulante, apesar de ficar clara a sensação de que muito mais poderia ter sido acrescentado.

6 / 10

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