Monster Energy Supercross Championship 6 - Mais uma volta ao estádio
Rapidez e acrobacias de rodas no ar.
O Monster Energy Supercross é um campeonato disputado nos Estados Unidos e cuja popularidade mundial é de tal ordem que leva a Milestone a renovar mais uma edição deste campeonato de duas rodas para as consolas. Os pergaminhos da editora italiana sediada em Milão não ficam mais uma vez em mãos alheias. Por muito que não navegue com grandes orçamentos, para os fãs das corridas na lama e das categorias 250 cc, este e oeste e as 450 SX cc, há a certeza de mais um produto que faz jus à competição oficial. Talvez não faça as delícias ou maravilhas dos adeptos de uma produção de pendor arcade, mas os fãs dedicados talvez encontrem nesta edição algo mais com que ferrar o dente.
Há um ano tivemos a oportunidade de jogar o número 5 desta série, e então, não obstante nos ter deixado longe de abismados, sentimos que o dever da Milestone estava cumprido. O problema das séries anuais é que tendem a incorporar muitos conteúdos da edição anterior, ou simplesmente a dilatar algumas opções bem sucedidas. Esta edição 6 fica claramente numa zona intermédia. Nem se proclama recheada de novidades, nem fica por concretizar no quadro das melhorias e evoluções. Se quisermos, podemos ver nesta edição uma espécie de incremento. Há vários pontos diferenciados num jogo que se abre para os mais puristas ou aceleras e acrobatas casuais. Um ponto é mais assente e consiste numa jogabilidade mais desempoeirada.
Jogamos a versão PlayStation 5, à espera de contar com mais melhorias do ponto de vista dos carregamentos e até pelo factor dos visuais, com especial incidência no número de fotogramas. Infelizmente as melhorias são ligeiras e até nos “loadings” os tempos de espera são significativos, seja para uma corrida ou simplesmente para uma prova do quadro de aprendizagem. Na realidade, ainda parece um jogo muito arvorado nas plataformas PlayStation 4 e depois adaptado e pronto a correr na PS5. Com uma audiência ainda grande na consola da Sony, não é propriamente uma surpresa.
A jogabilidade permanece naquele ponto intermédio, a pender para a simulação, com variantes acrobáticas e um apreciável número de técnicas. No entanto, é também bastante simples, usando os dois analógicos para uma melhor viragem nas curvas de ângulo apertado. Sinto no entanto que pesam mais os argumentos e afinações para a simulação. Gosto de levantar a embreagem no momento em que cai a grade na partida, para atingir mais depressa a velocidade. Ainda assim, e como todas as pistas são dentro do estádio, por vezes é particularmente difícil não evitar erros ou falhas na condução, com algumas situações caricatas, como saltos sobre os correctores sem que o piloto seja projectado. As quedas continuam a mostrar um piloto que ainda parece um boneco de trapos. Apesar das melhorias notórias ainda muito pode ser feito para tornar a jogabilidade mais aliciante.
Do ponto de vista do desempenho visual, não há muitas melhorias a ressalvar desde o anterior jogo. A cadência de fotogramas parece mais estável mas ainda há muitas zonas cinzentas e opacas, com menores texturas. A iluminação dos estádios podia ser mais vigorosa e as animações da postura dos pilotos também poderia ser melhor. Os compassos de espera ainda são grandes, pelo que o desempenho numa PS5 está longe de ser perfeito. De realçar mais uma vez todo o aproveitamento da licença, com os pilotos oficiais, as marcas fornecedoras das motas e os múltiplos estádios que acolhem o campeonato. A popularidade do AMA Supercross é precisamente o factor das corridas dentro dos estádios, o que torna tudo mais atractivo para os espectadores.
Em termos de opções de jogo, há oito modos e uma escola de aprendizagem na qual somos instruídos pela lenda Jeremy McGrath, vencedor por 7 vezes do campeonato, num périplo desde as bases do Supercross até à afinação para um campeão. Alguns testes são bem exigentes e inclui vencer o próprio Jeremy. O renovado modo carreira para uma maior imersão junta-se ao campeonato (temporada), time attack e provas avulsas, estes já bem conhecidos. O ecrã dividido funciona na base da competição local para dois jogadores. Entre as novidades e para umas sessões mais divertidas destaco o Rhythm Attack, numa competição para rivais lado a lado em diferentes secções. Já o Supercross park funciona como uma grande área, uma box de motocrosse, com diferentes zonas passíveis de exploração. Patrocina mais liberdade e permite testar com mais segurança aquelas acrobacias mais exigentes para uma melhor pontuação. Os objectivos contribuem para uma maior exploração. No que respeita a funcionalidades online, o crossplay contribui para um maior emparelhamento de jogadores e a tabela de liderança permite traçar melhor a progressão na competição em rede.
Sopesando as melhorias e novidades mas também alguns defeitos e arestas ainda por limar, especialmente do ponto de vista técnico, esta sexta edição do AMA Supercross fará mais diferença por quem não tenha jogado alguma das anteriores edições. Se ainda têm a quinta edição por perto, as mudanças não são de grande monta, pelo que fará mais sentido aguardar por uma próxima edição.
Prós: | Contras: |
|
|