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Mortal Kombat vs DC Universe

Get over here! ... SHAZAM!

O conceito de cruzar franquias respeitadas para aumentar o apelo de um jogo é já conhecido e foi, com algum sucesso, utilizado pela Capcom em diferentes ocasiões (Capcom vs SNK ou Marvel vs Capcom, para citar exemplos).

Refiro especificamente à Capcom, pois é o exemplo irrefutável de que estes esforços podem efectivamente funcionar e ir além da simples promessa de embates entre lutadores de diferentes fontes que não seriam possíveis de outra forma.

Dito isto, Mortal Kombat vs DC Universe traz-nos uma mescla de lutadores do universo de Mortal Kombat e alguns dos super heróis da DC Comics, num total de vinte e dois lutadores. Apesar de não ser de todo estranho ver personagens como Cat Woman, Green Lantern ou Batman num jogo de luta, digladiarem-se contra Liu Kang, Baraka ou até Raiden é, no mínimo, inesperado.

São dois universos completamente diferentes, quer na direcção artística quer nos poderes que cada lutador detém no mundo de faz de conta em que era originalmente representado. Assim, relatos de que o Super Homem seria mais rápido que uma bala ou imune a todo o dano revelam-se largamente exagerados. Quero com isto dizer que todos os personagens estão adaptados ao jogo, de forma a se manter um certo equilíbrio entre todos eles. Aquilo que, neste campo, o jogo consegue fazer bem é transmitir a atitude dos heróis da DC Comics. Os ataques inspiram-se muito nos seus poderes e em ataques característicos, indo ao mesmo tempo beber de outros personagens característicos de Mortal Kombat (mesmo alguns que não foram escolhidos para este título).

Os combates são lentos e baseam-se em tentar aproveitar ao máximo todas as oportunidades para infligir dano, existindo sempre ataques para perseguir o adversário quando este é projectado, indefeso, para longe. Existem elementos (como, por exemplo, a pancadaria aérea que se gera quando um dos lutadores é projectado para fora da arena) s e opções suficientes para o combate ser variado; mas a falta de fluidez é assinalável, deixando o jogo, naquilo que mais importa, a léguas de outras ofertas (para ambas as consolas).

O cerne do jogo acaba por ser o modo “história” em que se explica a fusão entre ambos os universos. Nada de muito complexo, claro, mas foi uma tarefa encarada com alguma seriedade pela equipa responsável, que intercalou todos os combates com sequências animadas que dão uso ao motor de jogo. As vozes dos personagens estão também bem conseguidas, contribuindo tudo para um pacote muito respeitável, no que à apresentação diz respeito.

Sangue continua a ser imagem de marca.

Além disso, o mais habitual modo “Arcade” traz um desafio adicional, complementado por um modo que consiste em completar dez combinações por lutador. Muitas requerem timings exactos e uma boa noção do funcionamento de cada ataque, o que traz algum interesse aos desafios. Tudo isto é completado por um modo online eficiente, que consegue oferecer uma disputa livre de problemas de maior. A grande falha é mesmo a falta de um tutorial, nada que uma vistoria atenta do manual não resolva.

Uma pequena ressalva para a quantidade de arenas que foram desenhadas. Inspiradas em ambos os universos, a variedade de locais é muito positiva, com alguns sítios emblemáticos - a caverna de Batman ou as ruas de Metropolis - muito bem representados.

Saber se Mortal Kombat vs DC Universe está à altura dependerá então das expectativas de cada um. Apesar de não apresentar um sistema de luta muito refinado, equipara-se aos mais recentes jogos da franquia de Ed Boon ultrapassando-os largamente em áreas chave como gráficos ou som, mas ainda assim não consegue oferecer uma experiência cujo apelo próprio suplante o que lhe é conferido pelas franquias que contém. Qualquer fã de um (ou ambos) os universos envolvidos conseguirá tirar muita diversão deste jogo e, no fundo, é exactamente para eles que este jogo é dirigido.

7 / 10

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