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Mortal Kombat X continua a tradição ultra-violenta da série

As Fatalities e ataques X-Ray regressam ainda mais explícitos.

Mortal Kombat é neste momento uma das séries de jogos de luta de maior duração na história dos videojogos, existindo e continuando a receber novos jogos por mais de 20 anos. Nem todos gostam ou tem estômago para estes jogos, sendo o principal motivo o seu abuso de violência e gore, mas curiosamente este é também a sua característica mais popular e que os fãs tanto adoram. Na sua natureza, Mortal Kombat é um jogo extremamente violento, desde as suas Fatalities capazes de causar arrepios ao próprio nome que adoptou. Definitivamente que não é um jogo para "meninos".

Durante a sua longa história, Mortal Kombat nem sempre esteve em alta, mas depois de um regresso fantástico em 2011, a série voltou a encontrar a glória passada e readquiriu a atenção e confiança dos fãs de jogos de luta. Mortal Kombat X, anunciado pouco antes da E3 2014, procura dar continuidade a este sucesso. É seguro dizer que não há grandes razões para preocupações com este novo jogo. Ed Boon, um dos criadores da saga, continua a ocupar uma das posições mais importantes no processo de desenvolvimento, a de diretor criativo. É raro haver alguém que fique tanto tempo associado a só uma saga, mas Ed Boon é uma excepção e mais valia, trazendo consigo toda a sua experiência e conhecimento.

Para mim a E3 2014 começou logo em grande. Mortal Kombat X foi o primeiro jogo que tive a oportunidade de jogar e a gratificação foi instantânea, como devia ser. Uma das primeiras impressões foi o incrível aspecto gráfico, que respeita a arte peculiar que sempre caracterizou Mortal Kombat mas com um nível de pormenores que sobressaem com um mero olhar. Estes detalhes não estão incluídos apenas nos lutadores, que nunca estiveram tão vivos, os cenários que servem de pano de fundo a estes combates mortais estão incríveis e vêm introduzir uma variação à jogabilidade.

Agora será possível interagir com os cenários. Estas interações estão reservadas para pontos específicos do mapa, que são assinalados apenas quando o vosso lutador estiver próximo (vão reparar que aparece a indicação para carregar num dos botões para iniciar a interação). Não sabemos a totalidade das interações que a NetherRealm está a preparar, mas dos cenários apresentados, vimos ser possível usar os objetos no cenário para atacar o adversário ou para fugir para outro ponto e apanhar o oponente de surpresa. Num dos mapas, um porto com um aspecto medieval, um dos barcos serve como limitador à área jogável. Quando próximos deste barco, o lutador pode utilizá-lo para dar um salto e colocar-se atrás do oponente, encostando-o à parede.

D'Vorah é uma nova lutador com poderes de inseto.

Outra novidade será os estilos de combate para cada lutador. Agora, quando chegar o momento de escolher um dos combatentes, terão também que optar por um de três estilos, que introduzem variações ao nível dos ataques disponíveis. Isto significa que dois jogadores podem estar num confronto usando o mesmo lutador, mas devido a estes diferentes estilos, cada um poderá estar a usar uma estratégia diferente. Como exemplo, certamente que no vídeo de gameplay revelado na E3 viram o Sub-Zero a usar um dos seus clones de gelo como uma arma. Este é um dos estilos (Grandmaster) que poderão escolher.

Os jogos de luta são talvez o caso mais complicado de implementar novos elementos sem estragar ou alterar demasiado a jogabilidade a que os fãs estão habituados, todavia, Mortal Kombat X está a conseguir fazê-lo. As novidades descritas acima só vêm expandir a jogabilidade, que continha na linha do anterior, altamente apurada, rápida, brutal e apta para ser explorada e descobrir novos combos.

Uma obrigatoriedade para um novo jogo de luta é sempre novos lutadores. Podem ser muitos, podem ser poucos, mas têm que estar presentes. Mais uma vez, Mortal Kombat X cumpre as regras. Creio que a estrela entre os novos lutadores, por ser a mais diferente, é a dupla Ferra/Torr, que consiste numa pequena rapariga em cima das costas de uma enorme criatura/homem. Em alguns ataques a rapariga desce para atacar por si própria, tornando esta dupla imprevisível e com combinações de ataques diferentes de qualquer outra personagem de Mortal Kombat.

A temível dupla Ferra/Torr.

"Mortal Kombat X continua a ser Mortal Kombat com todo o esplendor e brutalidade que desde o início sempre foram a marca da série."

A juntar-se à lista de lutadores temos ainda D'Vorah, metade humana metade inseto e também com ataques únicos com membros de insecto, ácido e enxames de pequenas criaturas voadoras. Em terceiro lugar temos Cassie Cage, filha de Johnny Cage e Sonya Blade, dois lutadores clássicos de Mortal Kombat. Por último foi apresentando Kotal Kahn, quase de certeza um descendente do vilão Shao Khan, de aparência musculada e com vários poderes mágicos, sendo um deles a capacidade de absorver vida do adversário. É ainda um dos lutadores com a Fatality mais nojenta, arrancando o coração do oponente e bebendo o seu sangue.

O que resta dizer? Os ataques X-Ray dolorosos de ver que tiveram estreia em Mortal Kombat 9 estão de volta ainda mais explícitos, agora a 1080p (e 60 fotogramas por segundo). Se não jogaram o jogo anterior, os ataques X-Ray mostram os órgãos e ossos a serem esmagados e partidos sem piedade. Com a excepção das Fatalities, são os momentos mais brutais que podem esperar ver nos combates.

Mortal Kombat X tem todos os ingredientes essenciais para ser a melhor entrada na série de sempre. É fascinante olhar para as primeiras entradas da série na SNES e Master System e comparar com o que temos hoje. A evolução é gigante, mas não há desrespeito para com as origens. Mortal Kombat X continua a ser Mortal Kombat com todo o esplendor e brutalidade que desde o início sempre foram a marca da série.

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