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MotorStorm: Arctic Edge

Quente. Morno. Frio. Gelado.

Muitas têm sido as adaptações de clássicos dos sistemas caseiros da Sony a ser anunciados para a PSP nos últimos tempos. Cabe geralmente a produtoras mais pequenas agarrar estas oportunidades para fazer brilharete. Não obstante, poucos não são os casos em que a pasta é entregue a estúdios mais experienciados no ramo, tal é o caso de Resistance, série convertida ao pequeno ecrã pela popularizada produtora de Syphon Filter. O mesmo acontece com Arctic Edge, produzido pela bigBIG, série outrora responsável pelo aclamado Pursuit Force e respectiva sequela.

Talvez por aí Arctic Edge me tenha despertado mais curiosidade: saber como lidaria a produtora com este estilo de corridas mais aberto e inesperado que é o offroad. E, nesse sentido, ao pegar em Arctic Edge é fácil constatar que o trabalho foi bem cumprido, pois é um Motorstorm em todo o sentido da palavra. Continua intenso, vertiginoso, rápido e lamacento. Diria que cheira a Motorstorm por todo o lado. Porém o cenário agora é outro, o árctico gelado.

E essa será mesmo a maior novidade que irão encontrar ao longo de todo o jogo: um cenário diferente. E por aí digo que Arctic Edge é uma adição necessária à série, pois passando por onde já os seus antecessores haviam passado, este é definitivamente um cenário em falta e que vale a pena visitar. Contudo é bastante fácil também perceber que essa é mesmo a principal novidade aqui presente e fora isso há muito pouco a fazer de chamariz. É um regresso às origens, primando pela falta de variedade entre cenários.

Efeitos de iluminação são muito bem conseguidos em Arctic Edge.

Na verdade, e depois de jogar Pacific Rift, diria até que esta versão PSP é um ligeiro passo para trás. Voltamos a estar cingidos a uma única tipologia de circuitos. São 12 pistas nunca antes vistas, o que é até uma quantidade bastante razoável tendo em conta que o original apenas tinha 8, mas diria que os veteranos da série dificilmente irão encontrar aqui algo de verdadeiramente inédito. Todas elas são demasiado derivativas, sem que consigam encontrar verdadeiros rasgos de originalidade que lhe confiram a magnitude de outros circuitos já conhecidos.

Ora se por um lado é de aplaudir a apresentação de um novo e inédito cenário, por outro, é visível que tudo isto pouco ou nada traz de novo ao jogo.

Com o novo cenário vêm também 3 novos veículos. É de notar, porém, que certas classes de veículos sofreram algumas mudanças. A mota, por exemplo, tem agora uma condução mais dura. Parece até que a sensibilidade característica ao dito veículo terá passado para o novo SnowMachine (o trenó a motor), o que é fisicamente improvável. Os Mud Pluggers chamam-se agora Snow Pluggers e, contas feitas, o único veículo que realmente se adequa a este novo cenário é mesmo o SnowCat, um veículo definitivamente mais lento, mas também mais estável graças às “rodas” estilo tanque com que se movimenta. Fiquei também com a sensação de que é possível utilizar o Boost durante bem mais tempo, o que, tendo em conta a natureza do cenário, até faz sentido.