Motorstorm: Pacific Rift
Confrontos no paraíso.
Ao todo temos 16 pistas para explorar, divididas por quatro zonas da ilha. Estas mesmas quatro zonas, são a “desculpa” para a criação dos bilhetes ou dos eventos. Temos assim as pistas da zona da Água, Terra, Ar e Fogo, os quatro elementos do planeta que dividem a ilha. Esta opção de criar divisão de condições é algo abonatório, pois confere uma maior diversidade de pistas, ambientes e formas de correr. Se na pista “The Edge” temos que ter cuidado com as curvas, pois a mínima falha é morte certa, já em pistas como Paradise Beach, Colossus Canyon e Mudslide temos que levar em conta as zonas apertadas de floresta. Pessoalmente fiquei enamorado pela Riptide e Colossus Canyon.
A progressão dos bilhetes é feita de forma gradual entre estes quatro ambientes, sendo que iremos desbloqueando à vez novos bilhetes e veículos conforme progredirmos em cada um. Por exemplo poderemos ficar sem qualquer bilhete disponível na zona Terra, se não completamos certos objectivos nas restantes, obrigando assim aos corredores a deambular entre os ambientes. Na prática este sistema funciona, e o querer percorrer e chegar ao fim de cada ambiente é a execução máxima. Por cada ambiente temos 24 bilhetes, nos quais teremos que obrigatoriamente atingir o primeiro posto em todos eles se quisermos ver todos os bilhetes preenchidos. Dentro dos bilhetes ainda temos corridas de velocidade, que são corridas livres a solo dentro de cada pista, onde temos que percorrer determinados checkpoints em um tempo limite. Também o afamado modo Eliminador, vindo directamente de uma actualização ao anterior jogo.
Penso que é nesta forma de criar o modo carreira que dividirá as maiores opiniões. Motorstorm apregoa-se como um jogo duro, viril e agreste, apenas para os "motorstormers". Conforme Nigel Kershaw da Evolution Studios disse na recente entrevista à Eurogamer Portugal, a curva de aprendizagem é mais suave que o anterior, sendo as primeiras provas fáceis e acessíveis, ao invés das ultimas que se mostram um verdadeiro problema de resolver. A questão é a forma que abordamos e esperamos desta opção.
Queremos um jogo duro, difícil ao extremo, onde a raiva e os gritos de insucesso são quebrados por gritos de extremo gozo quando conseguimos afinal chegar em primeiro lugar com uma explosão de milésimos segundos? Então Motorstorm Pacific Rift é para vocês, mas por vossa conta e risco. Se acham que isso será frustrante, e de colocar os cabelos em pé de desespero, pensem duas vezes antes de querer cumprir com todos os bilhetes e passem para o modo online ou de diversão. Aqui só queremos verdadeiros vencedores e jogadores sujos.
Após terminarmos o modo carreira dificilmente voltaremos a pegar-lhe, sendo esta a maior lacuna de Motorstorm Pacific Rift, a falta de apelo à repetição. Isto por uma simples razão. Todas as provas poderão ser testadas na mesma forma no modo diversão, onde em time-trial, modo livre, podemos escolher a nosso belo prazer os combos que pretendemos, relegando o modo Festival para segundo plano, servindo apenas como desculpa para desbloquear todos veículos, pistas e extras. Uma das lacunas que o anterior tinha era a falta de Split-Screen, sendo a inclusão deste modo para 4 jogadores algo atractivo, mas que é inevitável a sua perda de qualidade gráfica e framerate.
Referente aos veículos, apenas foi adicionado uma nova categoria o Monster Truck, sendo o total de 8 categorias. Esta nova adição em nada veio dignificar Motorstorm, sendo um veículo extremamente instável e irreal no seu comportamento. Para um Monster Truck falta o peso, a força, um veículo para esquecer. A juntar ao Monster Truck, podemos colocar os Big Rigs, onde a sua condução é um atentado à paciência, tal é o comportamento irrealista dele, parece mais um balão do que um veículo de toneladas. Algo que não conseguimos compreender é a inclusão destes veículos em confronto, em modo Eliminador, com veículos rápidos e ágeis, em combos completamente sem sentido.