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Naruto Shippuuden Ultimate Ninja Storm Generations - Análise

Os laços de várias gerações.

Outra alternativa que ganhou peso importante em UNS2 foi o modo online. Tornou-se palco para rivalidades saudáveis com membros da nossa lista de amigos, tornou-se palco para torneios de larga escala entre membros de fóruns por todo o mundo e uma forma de ligar a comunidade devota aos jogos de Naruto. Aqui em Generations o modo Online está de regresso e promete recuperar a sua importância. Para além de poderem entrar em combates um contra um, podemos também entrar em torneios e até num modo sem fim no qual vence quem tiver mais vitórias consecutivas. O nível de personalização passa aqui pelas cartas que o jogador pode personalizar tanto na imagem como nos título e subtítulo que as acompanha. É como se estivesse-mos a criar uma ficha de jogador, um bilhete de identidade Naruto para todos poderem ver.

Estas cartas são na verdade muito mais do que meros acessórios ou imagens de identificação. Na verdade podem vir a torna-se objeto de culto para alguns pois a carta que nos acompanha e nos identifica é na verdade um boost que podemos conferir à nossa equipa. Existem vários níveis, quanto maior mais rara e poderosa a carta é e consequentemente melhor é o atributo especial que nos confere durante o combate. É mais um interessante elemento para adicionar à profundidade que a gameplay pode alcançar.

Isto porque a CC2 decidiu ajustar alguns elementos da gameplay e modifica de forma agradável os combates que caracterizam a série. Não propriamente para refrescar, pois tudo sente-se bem igual a si mesmo, mas mais propriamente para limar, corrigir, e melhorar onde fosse preciso, a CC2 implementou alguns ajustes que mudam um pouco os frenéticos e altamente ritmados combates de Ultimate Ninja Storm aqui nesta sua versão Generations. Se tudo já era altamente veloz e dinâmico, agora também se tornam um pouco mais profundos e até estratégicos. Talvez para baralhar um pouco os veteranos de UNS2, a CC2 decidiu modificar um pouco a gameplay mas não se assustem.

Continuamos na mesma com o esquema de botões tradicional (um para ataque, outro para desvio, outro para itens de ataque e outro para recarregar chakra) e todas as combinações que deles resultam estão na mesma bem similares ao que conhecem mas quando temos alguns elementos novos e alguns ajustes tudo pode subitamente parecer diferente e mais profundo. Combater é muito igual, o botão de ataque pressionado em sucessão em combinação com uma direção volta a diferenciar os combos e o respetivo ataque especial que os fecha mas agora temos várias versões dos personagens que vão surgindo ao longo do modo história e cada uma dessas versões têm combos diferentes e ataques especiais diferentes.

Esta é uma novidade mais importante do que pode parecer pois temos nuances nas formas como estes personagens se sente de jogar e quando temos um leque tão diverso não deixa de ser incrível as diferentes sensações que os diversos personagens conferem quando os usamos. É uma profundidade interessante que se poderia perder facilmente caso tivessem cedido a um facilitismo abusado na gameplay. No entanto essa profundidade não é tão grande quanto poderia ser, ou até quanto a natureza do produto em si permite, mas o certo é que jogar com Zabuza, por exemplo, se sente bem diferente do que jogar com Kakashi e tal sente-se ainda muito mais do que nos anteriores.

"A série UNS é uma carta de amor aos fãs não só pela forma como trata a história e como tão bem carrega as mensagens de Masashi Kishimoto, também o é pela sua componente visual que consegue verdadeiramente transportar-nos para o mundo do personagem."

Cada personagem tem dois ataques especiais, que variam consoante a sua versão, e até os próprios combos mudam, apesar da forma de os executar sem simples e basicamente a mesma. Onde a CC2 decidiu ir mais longe e introduzir uma sensação de estratégia aos combates, algo que se vai fazer verdadeiramente sentir, é na implementação de um limite à quantidade de substitution jutsus que podemos usar. Num jogo no qual a velocidade é enorme e a facilidade de iniciar ataques também, recorrer ao jutsu que permite trocar o nosso corpo por um tronco e surgir nas costas do adversário é uma tentação enorme mas agora vamos ser forçados a melhor gerir a nossa forma de jogar. Até porque a I.A. está preparada para explorar esta nova faceta do jogo.

A barra que permite aceder a esta espécie de contra ataque vai-se auto regenerando mas quando usada numa sucessão demasiado rápida ficamos inevitavelmente expostos a combos devastadores com demasiada facilidade. Rapidamente percebemos que temos que levar mais longe a nossa linha de pensamento em relação ao jogo. Aqui podemos optar pela proteção, que resulta mas somente em sintonia com outras técnicas pois também ela quando usada em demasia vai-nos deixar tontos e sem possibilidade de resposta. A evasão e a evasão recarregada por chakra ganha também uma nova dimensão e um novo peso. Todas estas três técnicas em combinação podem ser a porta para um melhor domínio do jogo e quando temos um ritmo ainda mais frenético, personagens mais agressivas, o ritmo entre jogo de ataque e capacidade de defesa fica muito mais satisfatório.

A série UNS é uma carta de amor aos fãs de Naruto não só pela forma como trata a história e como tão bem carrega as mensagens de Masashi Kishimoto, também o é pela sua componente visual que consegue verdadeiramente transportar-nos para o mundo do personagem. Os seus visuais parecem quebrar quaisquer barreiras com o mundo dos desenhos animados Japoneses e não fosse o excessivo aliasing, algo que já vem sendo normal na série e nos jogos que partilham similaridade, e seria realmente como se tivesse-mos a interagir com um desenho animado. Colorido como uma explosão de cores, animações fluídas e um representar fiel do que vemos na televisão, assim é Generations que cumpre com a tradição estabelecida pelo original.

Os combates podem ser frenéticos e altamente velozes, repletos de explosões e momentos que mais parecem autênticas cinemáticas, quando despoletamos um dos golpes especiais que recriam algumas das cenas mais emblemáticas da série, com combos que se sucedem a um ritmo inacreditável. Tudo decorre com uma suavidade que simplesmente impressiona, apesar de no modo online por vezes a suavidade não ser ao nível desejado, e aqui sentimos que a CC2 manteve-se igual a si mesma, atestando a sua qualidade.

Pena UNS: Generations não estar traduzido para Português, pelo menos nas suas legendas, pois tendo em conta o produto em si, poderia torná-lo mais amigável de uma grande parte da sua possível audiência. A presença das vozes originais Japonesas tornam-se mais do que imperativas, tornam-se essenciais para um melhor desfrutar do jogo e tal como na série de televisão, a música cumpre o seu papel de forma exemplar e os momentos ganham um pouco mais de sensação de épico com a ajuda dos trabalhos para aqui compostos.

Naruto Ultimate Ninja Storm Generations é um jogo mais do que agradável para os fãs dedicados mas que perde alguma da relevância e impacto de UNS2. Perde algumas das suas maiores qualidades e tenta implementar algumas novidades mas que nunca se sentem como compensações à altura. O maior leque de personagens já visto num jogo da série vai certamente ser um atrativo irresistível para muitos e a variedade que oferecem ao esquema de combates é sem dúvida agradável. Os vários modos dos personagens e as nuances que conferem à forma como se sentem quando os usamos é outro dos pontos de peso a seu favor, assim como a grande sensação de autenticidade que a série se orgulha em envergar.

Ultimate Ninja Storm Generations é um produto que qualquer fã da série pode sentir-se impelido a adquirir mas ao contrário do anterior já deve tomar algumas considerações. Os elementos que tornaram no anterior num produto de excelência perderam-se e pelo caminho ganhou uma estrutura diferente, mais direta, mais tradicional e um pouco "menos Naruto" do que estávamos habituados. Para os que não conseguem evitar o desejo de jogar com novos personagens e desfrutar novamente de um videojogo baseado no seu personagem favorito então não se façam rogados, abram porta a mais uma dose de Naruto. Se pelo outro lado sentem que os cortes são demasiado importantes não existindo uma compensação merecedora e que até nem faz nada de realmente novo, então talvez possam passar ao lado.

7 / 10

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