Need For Speed: Rivals - antevisão E3 2013
Agarra que é acelera!
Por norma os jogos de automóveis são quase uma tentação na passagem para uma nova geração de consolas. Como integram um género que assenta sobretudo em aspectos como velocidade, fluidez, animações, bólides e cenários detalhados, o apelidado "car porn" tem sido uma das máximas desde que o produtor de Gran Turismo colocou a sua equipa a trabalhar no maior número possível de polígonos por automóvel. Nesta E3, apesar de Gran Turismo 6 estar reservado para a PS3, são mais as propostas para a próxima geração. Sobretudo sequelas, mas ninguém fica indiferente a um Forza 5, Driveclub e a este Need For Speed Rivals. Qualquer fã passaria bem uma tarde com um destes jogos.
Apresentado durante a conferência da Electronic Arts na E3, Rivals é a grande aposta do género condução para as plataformas da actual e da próxima geração. Motorizado a partir do Frostbite 3 (que se estende a todas as produções da EA), Rivals partilha grandes semelhanças com o NFS Hot Pursuit da Criterion. Por momentos até pensei que a produtora que deu origem a Burnout estivesse a cargo da produção de Rivals, mas não é isso que sucede. Embora providencie apoio técnico (vê-se que muitas influências da Criterion estão no jogo), esta é uma produção da Ghost Games, um estúdio escandinavo que resultou de uma reestruturação operada pela EA e que conta no seu currículo com produções como Forza Horizon, Project Gotham Racing e Race Pro. Ou seja, eles sabem o que fazem.
Apesar de estar com um pé na presente geração de consolas (Xbox 360 e PS3), todos quiseram ver o Rivals para a Xbox One e PS4, onde irá estar a partir de Novembro quando chegar ao mercado (não o português) para a Xbox One. E assim que entramos no jogo descobrimos que o desafio e conceito por detrás deste jogo nem é inteiramente novo. Há uma cidade fictícia - Redview County - que se percorre sem limites, como em Most Wanted. Nela regressam os polícias e aceleras, todos com autênticos super desportivos à sua disposição. Entre carros kitados e muitas marcas oficiais, ao fim de muitos anos de ausência, os produtores orgulham-se em apresentar os novos modelos da Ferrari. Que falta fazia o cavalinho rampante.
E é precisamente a partir do belo Ferrari F12 Berlinetta que arrancamos para a estrondosa demonstração preparada para esta E3. No stand da EA e à porta fechada é possível experimentar o jogo para a PS4 sem ter de aguardar penosamente nas longas filas que se formam desde a abertura, às dez horas da manhã. No meio decorre um torneio ainda mais apetecido, pelo que é numa sala reservada e junto dos produtores que conseguimos premir o gatilho do acelerador até ao fundo.
Os elementos da Ghost Games apontam para dois objectivos essenciais para este jogo. Garantir um cruzamento rápido e praticamente sem quebras entre experiência individual e jogo multiplayer e, em segundo lugar, permitir que o jogador desde que acelera a partir do primeiro instante até parar de jogar esteja sempre a ganhar "speed points", essenciais para subir de nível. Estes podem ser obtidos mediante diferentes formas; cumprindo objectivos individuais como velocidades máximas, saltos, derrapagens, entre outros. Além disso, ao subir de nível o jogador desbloqueia novos carros e pode efectuar melhorias, kitando os veículos quer em termos de performance, quer através do aspecto, nomeadamente pinturas, rebaixamentos e decalques, como forma de garantir veículos personalizados.
A grande diferença deste jogo para os anteriores, é que ao conduzir em Redview County num objectivo individual, o jogador pode encontrar outros condutores que estejam a desfrutar do modo multiplayer. Então, como polícia ou como fugitivo, através do sistema "alldrive", poderá aproximar-se dos outros jogadores e entrar na sua corrida. Para tal só tem que pressionar o botão L1 do comando. Se o desafiado aceitar, a entrada é automática na corrida. Há uma intenção deliberada dos produtores em colocar o jogador imediatamente em competição. Isso não só é notório nesta quebra de barreiras entre modo individual e multiplayer, como também sucede no começo do jogo, que ocorre sem passagens por menus, evitando períodos de espera. Ao abrir o jogo, o jogador avança imediatamente para a pista e a partir daí decide o que quer fazer e como quer competir.
Na estrada, Rivals na versão next-gen é impressionante, embora o seja mais em termos gráficos do que propriamente na condução. Nesta, os drifts não são tão fluidos como os de Hot Pursuit, embora a sensação de velocidade esteja em grande nível. A diferença desta vez é maior no caso dos efeitos climatéricos. A equipa de produção escolheu para demonstrar o jogo um ambiente adverso, observando-se no horizonte a formação de um furacão, acompanhado de muita chuva, vento que arrasta partículas e poeiras para o ar e gotas de água da chuva que se fixam ao ecrã com realismo. NFS Rivals não poderia existir sem os "power ups", destacando-se neste caso o Turbo, para velocidades superiores, e o disparo eléctrico EMP que funciona um pouco como a caça aos aviões.
Para as consolas da actual, da próxima geração e para o PC, Rivals não reformula o conceito das corridas ilegais, mas concilia muito do melhor que a série NFS alcançou nos últimos anos e ainda proporciona um aspecto visual marcante; mais puro e duro. Agora com a vantagem de permitir conduzir os belos carros italianos da Ferrari, será mais do que uma tentação, quando chegar ao mercado no final do ano.