New Super Mario Bros. Wii
Festa em família!
Mas NSMBW está longe de encerrar a experiência se contarem somente com a já de si muito boa experiência individual. Acrescentem três comandos para outros três colegas na mesma sala e não só terão de partilhar o mesmo quadro de jogo, como terão de reunir esforços para superar cada ponta de obstáculo ou optar por uma postura matreira, tendente a seguir em frente à medida que alcançam a dianteira, enviando os adversários para os poços. Mas é a partir daqui que as coisas ficam hilariantes, porque tudo pode estar a correr de feição numa acesa competição, como de repente é dado um passo em falso e todo o avanço acumulado esfuma-se.
E o divertimento para vários jogadores pode começar a qualquer altura, mesmo que estejam a progredir de forma individual na demanda pela busca da princesa Peach, outra vez levada pelos excomungados Bowser. O modo para vários jogadores não se limita ao percurso pelos nove mundos. Foram adicionados o modo livre, para o qual basta seleccionar uma área das que preenchem os nove mundos, e partir com o objectivo de estabelecer a pontuação máxima, havendo uma tabela de liderança no final do nível. O outro modo, a batalha das moedas, é uma estreita competição pelo maior número de moedas, com muitos obstáculos pelo meio, dentro de níveis especialmente editados para o modo e que potenciam uma acesa, vingativa e enérgica disputa.
E se neste núcleo adicional de competição vale sobretudo cada um por si, já a exploração da aventura na máxima amplitude de participantes abre uma grande margem para a conjugação de esforços. As personagens a escolher são quatro: Mario, Luigi e dois Toads. A partir daqui não só devem progredir como se estivessem a jogar de forma individual, como podem optar por acções concertadas, como levar um colega às costas, projectá-lo e içá-lo no ar se a personagem que estiver por cima der uso ao salto hélice. Depois há as bombas sincronizadas, que abalam literalmente o solo, pondo em sentido as tropas adversárias. E os momentos de invencibilidade podem ser aproveitados por mais colegas. Este processo de colaboração traz à memória a execução de Little Big Planet, mas aqui o processo de cooperação acrescenta mais entusiasmo e não há o problema das ligações on-line.
Discute-se se a Nintendo devia arriscar um modo para vários jogadores em rede. É plausível, mas num jogo onde cada fracção de segundo é vital e um ligeiro atraso pode significar um passo em falso, a experiência poderia desligar-se e gerar alguma instabilidade, enfraquecendo visivelmente a progressão ou combate. Dentro do mesmo espaço, as margens para erro são as mesmas que vigoram para a progressão individual, e por isso a experiência fica mais intensa, mas também exigente.
É um quadro notável, participar e observar os restantes jogadores a tentarem o melhor, podendo ultrapassar as áreas com recurso a percursos alternativos (entre o primeiro e o último jogador se houver grande espaço a perspectiva alarga o quadro de jogo). Nalguns casos trava-se diálogo: - Sobe para a plataforma e salta. Estamos à espera e depois vai cada um à vez para que não fique mais alguém preso na lava. Se perderem uma vida podem sempre regressar à demanda, dentro de uma bolha passível de movimentação pelo comando wii. Se um vosso camarada tocar nela, ela rebenta e voltam à ginástica dos movimentos. Pode não ser fácil juntar mais três amigos para os combates ou prosseguimento pela aventura, mas é uma função que alarga o divertimento e que justifica por demais o investimento. Para desfrutar do jogo, ponham com o comando na posição devida, como se tivessem na mão o comando de uma NES e livrem-se daquela terrível protecção de plástico. Só estorva e naquela posição não há risco de arremessos inadvertidos.
No final e por todas as razões percorridas, é difícil categorizar e enquadrar este jogo como sendo apenas um tributo do melhor que se fez com a série Super Mario Bros. Considerá-lo como uma evolução de NSMB para a DS também não é adequado. Tem as suas semelhanças, mas NSMBW assinala um rejuvenescimento, orientado para projectar uma nova experiência sobretudo a nível colectivo, tendo por premissa os tempos saudosos das boas plataformas em duas dimensões absolutamente materializadas na vertente singular, embora sem redefinir a experiência projectada nos clássicos. Porém, efectiva e coroa uma época, sendo interessante acompanhar este percurso da Nintendo, na passagem entre modernidade e evolução a três dimensões de Galaxy para um quadro clássico, do reino Mushroom Kingdom com divertimento a multiplicar por quatro.