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Nintendo Direct - Jogos Wii U

Como a Nintendo consegue cativar os fãs para futuros lançamentos.

Acabou há pouco mais uma Nintendo Direct transmitida a partir do quartel general da empresa em Quioto. Desta vez o directo teve como destaque os jogos para a Nintendo Wii U, a consola da nova geração que chegou no final do ano passado. Satoru Iwata, o presidente da Nintendo, foi novamente o apresentador do directo. É sempre ele o pivôt quando se trata de um evento de carácter global. Nos eventos para a Europa normalmente é Satoru Shibata que se prepara para a câmara.

Em pouco mais de trinta minutos, Iwata apresentou novos vídeos de jogos em produção, anunciou novos serviços e apontou até para os jogos que vão chegar nos próximos tempos, ao mesmo tempo que abriu um pouco a cortina sobre o que poderão esperar os consumidores da Nintendo, já na próxima E3.

Não sei qual é a vossa impressão, mas torna-se cada vez mais claro que estes eventos da Nintendo fazem todo o sentido e, mais do que isso, traduzem uma especial relação de proximidade entre editora e jogadores. Não é normal existir uma tão grande aproximação entre presidentes das editoras e audiência. A maior parte desse contacto tende a ocorrer num plano das plataformas e redes sociais, especialmente a partir dos produtores, que não só facultam informações e detalhes sobre o que estão a fazer, como respondem aos seus seguidores, por via twitter.

O Nintendo Direct é diferente. Revela alguma distancia; a apresentação é pré-gravada, difundida através da internet, e não é possível inquirir o apresentador. Porém, produz um efeito mais interessante, é que revela um acompanhamento das dúvidas e questões dos consumidores. É importante ver uma companhia que se interessa pelo feedback de quem vota nos seus produtos. Após um lançamento abundante de jogos para a Nintendo Wii U, esta é uma fase de menor intensidade de estreias e o próprio Iwata reconheceu isso mesmo nesta Direct.

Desta vez a Nintendo percebeu que tinha de apelar à plateia da primeira fila. Por isso esta conferência foi talvez o mais forte Nintendo Direct alguma vez transmitido. Na verdade, por momentos dava a impressão que estávamos em pleno acompanhamento de uma conferência para a E3

Em matéria de jogos, a Nintendo bombardeou literalmente quem acompanhou o evento, com anúncios importantes. Eiji Aonuma teve o seu segmento para falar de dois novos jogos da série Legend of Zelda. Wind Waker vai chegar no final do ano em HD, com função off-TV e nem foram reveladas todas as funções desta adaptação de um jogo produzido para a GameCube. O Zelda que está a ser programado para a Wii U de raiz, esse chegará mais tarde. Houve também um apontamento para a produção de um novo Super Mario, a cargo da Nintendo Tokyo EAD, o estúdio que nos trouxe Super Mario Galaxy e Super Mario 3D Land. Existe ainda um Mario Kart em desenvolvimento para a Wii U. Estes jogos vão estar disponíveis em demos durante a próxima E3, anunciou Iwata.

Mas se estas produções podem ser qualificadas como expectáveis, a Nintendo carregou dos cartuchos quando começou a mostrar vídeos de novas produções. Entre elas está o novo jogo da Monolith Soft, o estúdio que trouxe recentemente Xenoblade Chronicles e que parece conduzir o jogo de role play individual para uma orientação on-line. Os visuais são impressionantes e a escala do combate deixa antever essa relação de forças em cooperação que irá existir entre vários jogadores. Tetsuya Takahashi é o homem forte da produção e dele normalmente saem jogos com abundantes surpresas. Entra para a lista dos mais aguardados.

Outra novidade é a cooperação entre estúdios externos, como o "mash up" entre Fire Emblem e Shin-Megami Tensei, aqui numa colaboração com a Atlus. Neste caso temos novas franquias em previsão, ainda que não tenham sido revelados títulos e janelas de lançamento.

A transição do Miiverse para os smartphones, assim como a criação da Virtual Console dedicada à Wii U, esta última com previsão de estreia até ao fim da primavera, aguçam o interesse pelas funções da consola. No caso da existência do Miiverse em aplicativo para os smartphones, isso significa que quem tem o equipamento pode continuar a acompanhar os "posts" e progressos dos amigos adicionados à "friend list". Da Virtual Console podemos esperar jogos da SNES, NES e Game Boy Advance, ainda que inicialmente num número limitado.

Num evento dedicado aos jogos para a Wii U, não podiam faltar vídeos sobre dois dos jogos mais aguardados para a plataforma: The Wonderful 101 e Bayonetta 2. O primeiro é mais uma produção original de Hideki Kamiya, o director de Bayonetta, o jogo de acção que é um assomo de genialidade. Infelizmente a Nintendo não mostrou muito sobre os jogos, nem difundiu particularidades do jogo. O melhor deverá estar reservado para a E3, possivelmente com novas versões jogáveis. Iwata chamou a atenção para a entrevista que teve com Atsushi Inaba, da Platinum Games, o estúdio responsável pelos dois jogos. Será mais um Iwata Asks para seguir.

Claro que a Nintendo quer reservar os melhores e mais importantes anúncios para a E3. Revelar nesta altura todos os trunfos que está a reservar para a Wii U num Nintendo Direct, equivaleria a desperdiçar a oportunidade para manter os jogadores atentos não só durante a E3, mas para o longo ano que está pela frente. Parece-me, no entanto, que este foi o mais forte Nintendo Direct programado pela Nintendo. Foram anunciados bastantes jogos novos, mostrados novos vídeos e reveladas funções e serviços para a Wii U. Assim, a Nintendo não só revela interesse em falar para o seu público, como aponta para os futuros produtos. Essa preocupação de levar o seu chefe a dirigir-se regularmente aos jogadores traduz interesse pelo feedback dos fãs, mas também revela confiança e segurança da empresa quanto ao futuro da Wii U, assim como da 3DS. Afinal, sem ovos não se fazem omeletas.

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