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"Nintendo precisa mostrar aos consumidores porque é que eles precisam de uma consola híbrida"

Analistas opinaram e fizeram as suas previsões.

Vários analistas partilharam as suas impressões sobre a Switch e opinaram sobre os aspectos que consideram mais positivos, e, claro, aqueles que acreditam ser os mais negativos, para o futuro da nova consola da Nintendo.

Piers Harding-Rolls, da IHS Markit, considerou que com o preço de venda da consola (329.99 em Portugal), "Não é uma compra impulsiva nem é tão barata como as outras consolas recentes da Nintendo, por isso com este preço a Nintendo terá de competir com as consolas já existentes e com os tablets. Como resultado disso, comunicar os aspectos únicos da Switch, em particular as possibilidades dos comandos Joy-Con, e os seus conteúdos exclusivos através da publicidade será importante para ganhar peso no mercado.".

Para Harding-Rolls, "Ao contrário da Wii, este não é um produto que se vá vender necessariamente de boca em boca, uma vez que a proposta é relativamente complexa".

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No caso de Patrick Walker da EEDAR, este acredita que a Nintendo tem que trabalhar para conseguir chegar ao grande público e assume que os novos The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey, irão cativar os fãs veteranos dos jogos da companhia. Para Walker é evidente que, "A Switch terá um forte lançamento, mas tem objectivos a longo prazo." Isto porque apesar "do catálogo da Nintendo ser atractivo e impulsione as vendas iniciais. E apesar da Switch ser atractiva para os fãs tradicionais da Nintendo com uma disposição inteligente de lançamentos de grandes séries, o anúncio do preço relativamente alto e o apoio morno das companhias externas supõe desafios para a adopção do público geral."

'A Nintendo deve mostrar aos consumidores porque é que precisam de uma consola híbrida'.

Walker admite que foram confirmados jogos de destaque como o novo FIFA ou The Elders Scrolls V: Skyrim, mas considera que na apresentação "houve pouca presença das grandes editoras externas, como a Activision, Ubisoft, Take-Two, Square Enix e Capcom. Sobretudo para reconquistar o público em geral, a Nintendo deve mostrar aos consumidores porque é que precisam de uma consola híbrida, como fizeram com a detecção de movimentos com a Wii na E3 2005. Apesar do 1-2-Switch ser inovador e interessante, a sua capacidade para se encaixar no mercado dos utilizadores casuais de forma imediata é menos clara do que o Wii Sports na Wii".

Enquanto isso Lewis Ward, da IDC Research, mostrou-se um pouco preocupado com o preço da consola e considera que faz sentido. De facto, Ward considera mais relevante "o distintivo paradigma de controlo que, unido à portabilidade da Switch, abrirá novas oportunidades para a jogabilidade". De facto, ele afirma que a Switch "levará a jogabilidade das consolas a novos ambientes que serão atractivos para muitos jogadores".

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No entanto Ward mostrou-se bastante critico quanto ao catalogo mostrado. "Preocupa-me um pouco a profundidade do catálogo no lançamento, embora a Nintendo tenha insistido na importância do ritmo, o que significa que deveremos ver grandes lançamentos ao longo dos meses de 2017. Neste momento diria que estão em melhor posição para vender do que com a Wii U.... gostaria de ver mais variedade no catálogo de lançamento da parte de companhias externas antes da fazer uma previsão firme sobre como o quão será melhor a prestação da Switch em relação à da Wii U no seu primeiro ano."

Para além disso, Ward vê com bons olhos o pagamento de uma subscrição para os servidos online, algo que começará no próximo Outono, até lá será gratuito. "Gosto que tenham adoptado o modelo de subscrição e estou interessado para ver se fazem algo materialmente diferente ao PlayStation Plus e ao Xbox Live, apesar de até agora não ter visto muitas diferenças".

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Para Joost van Dreunen, da SuperData, o mercado digital vai ser ainda mais importante, e considera que, "A Nintendo está a enfatizar o mercado físico" e destaca que "o sistema de cartões da Switch é mais baseado na 3DS que na Wii U, o que sugere que a distribuição digital terá um papel maior na nova plataforma."

Dreuden diz que, "Os consumidores acham que é mais fácil expandir a memória de armazenamento e descarregar jogos directamente para o dispositivo do que ter que levar todos os seus jogos em separado. O desafio aqui para a Nintendo está em oferecer uma experiência sem problemas na sua eShop."

Ele acredita que o catálogo de jogos clássicos em distribuição digital será importante, "Embora a Nintendo continue a inovar com os seus jogos, para muitos consumidores os seus jogos clássicos continuam a ser a grande razão de compra. Dar acesso ao seu catalogo de jogos clássicos ajudará a impulsionar a adopção do serviço de subscrição da Switch".

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Para Piers Harding-Rolls ainda deve de se ver se o mercado está interessado no conceito de hibridação de consola de sala e portátil que representa a Switch. "A nova consola híbrida Switch da Nintendo mostra uma companhia que está numa mudança cultural e procura encontrar um equilíbrio entre o seu negocio tradicional e atrair o novo publico dos smartphones," explicou ele.

"O formato da Switch personifica literalmente as tensões que estão em jogo enquanto procura satisfazer o utilizador tradicional de consolas da Nintendo e também atrair um novo conjunto de consumidores que rotineiramente usam os seus dispositivos móveis, em particular os tablets para jogar. A estratégia de um dispositivo híbrido como este ainda não foi experimentado no mercado: os tablets anteriores para jogar que podiam conectar-se ao televisor tiveram muito pouco mercado, e nem tão pouco tinham o impacto e o apoio de uma companhia como a Nintendo".

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A IHS Markit prevê vendas de 4 milhões de consolas Switch em 2017 "embora estes números possam ser revistos nos próximos dias baseando-nos na data de lançamento, se for anterior à que tinha sido prevista, e ao abastecimento de stock para as lojas durante o ano".

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