Nobody Saves the World - diversão pura e viciante
A Drinkbox volta a surpreender.
Nobody Saves the World é o mais recente esforço da DrinkBox Studios, uma equipa indie do Canadá que continua a dar trunfos ao introduzir o seu cunho pessoal em experiências inspiradas em consagradas séries e mecânicas. Catapultada para o estrelato mundial com Guacamelee!, um Metroidvania inspirado no folclore mexicano, a Drinkbox conseguiu surpreender com Severed e agora volta a fazê-lo com Nobody Saves the World.
Este é um Action RPG no qual exploras masmorras à procura de um item ou objetivo que apenas alcançarás após enfrentar diversos inimigos e claro, o boss final. Com uma perspetiva que mostra a ação vista de cima, é impossível olhar para este Nobody Saves the World sem pensar imediatamente em The Legend of Zelda. Agora imagina os primeiros clássicos dessa série da Nintendo repletos de humor e com mecânicas vindas de títulos como Final Fantasy Tactics. Se tal cruzamento te deixa intrigado, talvez esteja na hora de experimentares este título.
Em Nobody Saves the World começas literalmente como um zé ninguém, sem poderes e sem nada digno de destaque, sendo a melhor forma de explicar o que diferencia este Action RPG, vou contar os primeiros minutos do jogo. Quando chegas a este mundo, vindo de um poço, entras numa mansão e acabas preso nas suas catacumbas. Para escapar terás de usar uma varinha mágica que encontraste para te transformares num rato (é a primeira de 18 formas às quais terás acesso). Como um rato, podes esgueirar-te por locais pequenos e usar as suas habilidades para atacar os monstros que te aparecem.
Este é o conceito que define Nobody Saves the World, um Action RPG no qual não ganhas XP para subir de nível e desbloquear novas formas. Ao invés disso, terás de cumprir as missões apresentadas e obter pontos e XP para subir o nível da forma bem como o nível geral do Nobody, um conceito que molda de forma diferente a abordagem ao progresso no Action RPG. Menos foco na XP e mais foco na constante troca entre formas para as melhorar, desbloquear mais formas e subir o nível geral.
O rato inicial tem um ataque de curto alcance que pode envenenar os adversários e uma habilidade que permite recuperar parte do dano como vida. Existe aqui um toque de estratégia no uso das habilidades devido ao tempo de arrefecimento e assim que completas todas as missões disponíveis nessa fase para essa forma, terás de mudar de forma para obter mais missões e ganhar mais XP geral. Melhorar cada forma permite obter mais habilidades e desbloquear novas formas. Todas as formas são bizarras e a dada altura podes começar a misturar habilidades de diferentes formas para criar uma personagem ao teu gosto.
Com um mapa e progressão inspirado em The Legend of Zelda e visuais altamente coloridos, cuja estética parece saída de uma série de desenhos animados dos Estados Unidos, Nobody Saves the World conta ainda com muito humor nas habilidades, personagens e acontecimentos. As masmorras aleatórias começam de forma muito branda, mas rapidamente a dificuldade cresce com a introdução e condições em cada uma (imagina que sempre que te curas os inimigos também se curam, por exemplo), o que acaba por se tornar incrivelmente divertido e um prazer de se jogar. Até podes jogar com outro jogador se quiseres, o que se torna numa camada extra de diversão em Nobody Saves the World.
O rato permite desbloquear formas como um cavaleiro forte a curto alcance e uma arqueira eficaz a médio/longo alcance, isto dá-te uma ideia do tipo de gameplay de Nobody Saves the World. Sentirás constante incentivo a trocar de formas e a executar as missões apresentadas para subir de nível a forma e obter mais. Ao apostar no progresso através das missões, a Drinkbox consegue efetivamente refrescar este género. É algo que já fez em Guacamelee!, ao incutir o seu toque pessoal nos Metroidvania e volta a fazê-lo de forma eficaz com este Nobody Saves the World.
A Drinkbox lançou este jogo inicialmente nas consolas Xbox e PC em janeiro, mas agora lançou para as consolas PlayStation e Nintendo Switch. Eu joguei Nobody Saves the World na Switch e combina na perfeição com esta consola. Jogado em modo portátil tornou-se num vício autêntico, que fez as horas passar a voar. Dei por mim a pegar para jogar 15 minutos ou meia hora e só depois de passar muito tempo além disso é que consegui parar. É um título incrivelmente divertido, refrescante e com um humor que te agarra.
Prós: | Contras: |
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