NSA e GCHQ espiam o Xbox Live e World of Warcraft
Mundos virtuais são vistos como potenciais esconderijos e redes de comunicações para terroristas.
As agências NSA (National Security Agency) e GCHQ (Government Communications Headquarters) têm a capacidade de espiar os mundos virtuais dos videojogos, como o Xbox Live, World of Warcraft e Second Life, revelou o The Guardian com base em novos documentos de Edward Snowden.
O interesse de entrar para os mundos virtuais surgiu em 2007, quando se colocou a hipótese de que os terroristas podiam estar a usar os videojogos não apenas como um meio de entretenimento, mas como uma forma de comunicação e elaborar planos, ainda que até hoje não se tenha descoberto evidências que suportem esta hipótese, indicam os documentos.
Os documentos mostram que estas agências têm ferramentas para espiar as conversas dos jogadores e recolher os seus dados. Agentes reais até já foram enviados para os mundos virtuais para se misturarem entre os jogadores.
Um dos documentos obtidos da NSA, escrito em 2008, refere os videojogos e os ambientes virtuais como uma rede de comunicações rica e sublinha que seria um perigo deixá-los sem vigilância, podendo haver terroristas escondidos nestes mundos.
Com a informação obtida através dos videojogos, a NSA esperava saber sobre ataques informáticos, construir redes sociais dos indivíduos, fazer aproximações através de agentes disfarçados e obter informações de alvos, como a sua localização, foto de perfil e comunicações.
Das companhias em questão, apenas a Blizzard comentou sobre as informações expostas no The Guardian, dizendo que "Desconhecemos qualquer vigilância que esteja a decorrer. Se houvesse vigilância, seria sem o nosso conhecimento ou permissão". A Microsoft recusou-se a comentar assim como Philip Rosedale, o criador de Second Life e CEO do Linden Lab.
Depois de contactada, a NSA também recusou a comentar sobre a sua alegada vigilância dos videojogos. Um representante da GCHQ não confirmou nem negou o envolvimento da agência nestas ações, mas fez questão de enfatizar que todo o trabalho levado a cabo é legal e autorizado.