Artigo - O ano de 2011 em iOS
Do espaço a Arkham City.
Em Julho chegou finalmente Deathsmiles, essa poderosa referência da Cave e o estúdio Japonês mostrou bem que não estava para brincadeiras. Um argumento completamente parvo e repleto de personagens bizarras, Deathsmiles trouxe para os iOS um pouco do sabor típico dos shooters horizontais made in nippon que tantos aprenderam a gostar. Tal como seria de esperar numa adaptação para um formato móvel e portátil, Deathsmiles ganhou uma dificuldade ajustável e quem queria poder ter entretenimento passageiro mas quem realmente queria sofrer, poderia varrer os níveis com grande fúria, ou melhor dizendo, ser varrido sem perdão. Em certas alturas o dedo parecia que se mexia sozinho e de livre vontade e entrava em modo automático, o efeito era sensacional.
Neste mesmo mês chegou outro jogo inspirado num novo filme inspirado numa outra banda desenhada da Marvel, desta vez Captain America: Sentinel of Liberty. Numa experiência basicamente igual à adaptação iOS de Mirrors Edge, jogo bem interessante diga-se, Sentinel of Liberty pedia ao jogador que controlasse os movimentos do Capitão para ultrapassar obstáculos já que a corrida era efetuada automaticamente pelo próprio. Subir paredes, deslizar por túneis e aplicar combos em soldados da Hydra era o que nos era pedido e pelo caminho o jogador podia recolher itens que davam acesso a extras como fatos. Rapidamente o jogo se tornava repetitivo e os combos perdiam rapidamente o encanto e o ritmo perdia o seu encanto. Foi um jogo que tive especial empenho em terminar mas que não mais voltei após o ter feito.
Ainda no mês de Julho tive a oportunidade de conhecer uma das mais divertidas experiências iOS do ano, Reckelss Getaway. Este é um jogo altamente divertido no qual o jogador, com uma perspetiva aérea sobre a acção, tem que controlar um carro que foge da polícia por percursos longe de serem considerados normais. O jogador apenas controlava os movimentos laterais do veículo e o uso de habilidades especiais mas toda a simplicidade, aliada aos visuais coloridos, criam uma experiência irresistível e durante várias semanas, e até meses, este foi um jogo que me acompanhou. As atualizações que seguiram o lançamento deram mais vida ao produto e Reckless Getaway é sem dúvida um dos títulos iOS de 2011 que mais facilmente recomendo. A procura de melhores pontuações e tempos assim como a procura pelo acesso a uma nova área foram os principais motivadores e tudo é mesmo muito divertido.
Em Agosto tive a oportunidade de conhecer mais uma experiência Sonic iOS na forma de Sonic & SEGA All-Stars Racing e se gostam do género então não se façam rogados, mergulhem de cabeça neste título e podem vir a sofrer de altas doses de diversão. Recentemente esteve disponível de forma gratuita como parte das comemorações do novo ano e se aproveitaram a oportunidade sabem então muito bem o que tem nas mãos. Quem não o experimentou ainda pode ter a certeza que a mistura de uma jogabilidade veloz e louca com poderes especiais específicos enquadrados com as várias personagens da SEGA aqui presentes. Os controlos podem precisar de algum hábito mas quando o conseguirem, é satisfação garantida.
Para uma experiência mais pausada mas na mesma intensa Agosto trouxe-me o cativante Anomaly: Warzone Earth. Aqui temos a experiência tradicional de defesa de torre mas invertida, ou seja, o jogador é quem ataca as torres de defesa para cumprir objetivos diversos, que podem variar entre conquistar uma zona ou passar por determinada área. O desbloquear de melhoramentos, novos veículos e armamento, o crescente nível de dificuldade e a sua excelente apresentação fizeram com que Warzone Earth seja um encanto e para os que gostam do género, é mesmo muito recomendado. Os seus visuais são espantosos e toda a temática é bem interessante, o desafio da jogabilidade é o desejado e necessário complemento de ouro.
JetPack Joyride é um nome que deveria ser familiar a todos os que tem um iOS pois é um dos jogos com uma das relações diversão/preço existentes nos aparelhos. A jogabilidade consiste no que é atualmente considerado como o género dos "corredores infinitos", ou seja, o personagem move-se infinitamente da esquerda para a direita automaticamente e o jogador "apenas" tem que tocar no ecrã nos momentos desejados para o fazer saltar ou pressionar para o manter no ar, tal é possível devido ao JetPack como o nome do jogo deixa antever. Evitar obstáculos consoante a velocidade vai crescendo enquanto se tenta cumprir desafios específicos e reunir dinheiro é algo tão simples quanto o esquema de jogo mas que vai-se tornando mais desafiante e cativante de cada vez que se começa o jogo. Barry Steakfries é uma figura pela qual se vão encantar e o vosso respeito pela Halfbrick Studios certamente vai aumentar.
Depois da festa de JetPack em Setembro, em Outubro as atenções também foram para Bike Baron da Mountain Sheep. Pensem em Trials HD ou Joe Danger e já sabem o que esperar com Bike Baron, apenas tem que imaginar num esquema de controlo por toque, que incrivelmente consegue funcionar melhor do que se podia desejar, e tem então resumida esta experiência. Desde o lançamento que surgiram algumas atualizações que dão mais conteúdo e diversidade a Bike Baron e é uma proposta que adorei conhecer se bem que por vezes tudo pode ser um pouco confuso, é preciso algum hábito para o dominar apesar de ser fácil de assimilar. Os visuais procuram um tom mais ao estilo de Joe Danger procurando o colorido e cómico e são um belo par para a jogabilidade.
Ainda antes de chegar Novembro a ustwo trouxe Whale Trail, um jogo com uma premissa bem idêntica à de JetPack Joyride mas aqui com um visual que me fez pensar imediatamente em LocoRoco da Sony. Altamente colorido e "fofinho", Whale Trail coloca-nos a controlar as movimentações de uma baleia que voa pelos céus tentando escapar às nuvens cinzentas carregadas com trovões. A experiência não foi tão arrebatadora quanto o foi no primeiro impacto de JetPack Joyride mas serviu para variar da mesma mantendo dentro do mesmo género. É uma alternativa a terem em conta e com uma música tão catita não é de admirar que ainda esteja entre os meus jogos de eleição em 2011.
Novembro foi o mês em que os iOS receberam Raccoon Rising, um jogo sem grandes particularidades que o destaquem mas que cativou o meu interesse devido a ser o primeiro produto de um ex-membro da Silicon Knights. Aqui no jogo temos que ajudar um guaxini a escalar pelo ecrã para evitar que a desgraça caia sobre o seu belo mundo. A jogabilidade na vertical é bem interessante e o jogo tem uma dificuldade que pode não ser bem aceitei pelos adeptos das experiências mais casuais mas caso invistam a vontade necessária, Raccoon Rising pode deixar-vos um bom sabor. O estilo visual é agradável e é curioso ver que tipo de experiências podem surgir quando pessoas experientes na indústria abordam este tipo de plataformas.
Dezembro foi sem dúvidas um dos meses mais espantosos em termos de videojogos nos iOS. Primeiro porque foi o mês em que a Chair e a Epic nos deram Infinity Blade II, atualmente o meu jogo iOS favorito, e um produto espantoso que triunfa em tudo sobre o original. IB II prova sem contestações que a Chair tem aqui uma série com muito espaço de progressão e que o futuro pode ser bem risonho caso assim o queiram. O design de excelência é aqui aprimorado, a jogabilidade base refinada e aumentada, os visuais levados a novos patamares e toda uma quantidade de coisas boas que fazem com que seja obrigatório. Muitos podem continuar a criticar a sua estrutura de jogo mas o esforço colocado aqui pela Chair fazem com que seja um produto mais do que competente: recomendado.
Caso IB II não fosse suficiente, a Warner Bros. decidiu colocar o talento da NetherRealm, conhecida por Mortal Kombat, num jogo iOS de Batman e assim nasceu Arkham City Lockdown. Há muito que desejava um título iOS de Batman de gabarito e ACL é precisamente isso. Pega no esquema base de IB da Chair e leva-o para a cidade de Gotham com o conhecido personagem da banda desenhada da DC Comics como protagonista. Após terminarem o jogo somos convidados a começar do início com todas as melhorias e novos equipamentos para enfrentar inimigos mais difíceis e obter mais melhorias e chegar a novos níveis. Pessoalmente considero que é um produto bem divertido mas pálido perante a qualidade de IB II, mas de todas as formas digno do nome que enverga.
Antes do ano de 2011 terminar a SEGA decidiu que Sonic CD seria uma boa prenda para o Natal e sem reservas decidi aceitar o convite. O resultado foi mais do que estava à espera, praticamente o único jogo de Sonic que ainda não havia jogado tornou-se no meu favorito na série. Sonic CD pode ter cerca de 15 anos mas tem uma profundidade e jogabilidade que o permitem ter interesse e valor na atualidade. As viagens no tempo, os bosses diferentes do habitual, e todos os diferentes cenários que o jogador podia conhecer fazem com que Sonic CD seja um produto de excelência.
Por fim fica uma palavra para Six Guns da Gameloft, um jogo que merece ser jogado por todos que procuram algo que mais que a casualidade e o melhor de tudo, é grátis. Pensem em Red Dead Redemption num iOS e começam a ter uma ideia do que é Six Guns. A Gameloft copiou a fórmula da Rockstar Games mas a sua experiência nos formatos móveis permitiu-lhe contornar as limitações e criar um jogo espantosamente divertido e fácil de jogar. Caso o jogador o queira pode ter algo bem similar ao tom da experiência caseira que copia ou então pode optar por uma abordagem mais ao jeito de um jogo móvel e navegar pelo mundo rapidamente. Somos nós quem decidimos como queremos jogar e todo o ambiente não deixa de surpreender.
Desta forma fica aqui partilhado quais os jogos iOS que me acompanharam em 2011 e apesar de haverem muitos mais, estes são os que mais adorei conhecer. Muitos outros houveram que me escaparam, alguns que ainda estou a conhecer neste início de 2012 como Zenonia 4 ou Tintin por exemplo, e outros que preferia não ter conhecido. Jogos de referência como Final Fantasy Tactics ou Chrono Trigger foram lançados, sem esquecer a loucura da Kairosoft, mas o dia-a-dia foi preenchido com diversão patrocinada por estes títulos aqui presentes.
Se 2012 for no mínimo tão interessante quando 2011 foi então podemos contar com grandes novidades a caminho e quem sabe os iOS continuam a conquistar mais profundidade nas suas experiências já que diversidade é algo que tem de sobra. Se tiverem outras experiências iOS que vos marcaram em 2011 não se façam rogados, partilhem pois posso descobrir um novo jogo que me vá encantar e estava ali prestes a ser esquecido.