O downgrade gráfico afecta a tua intenção de compra?
The Division ressuscita a polémica.
Depois de jogos como Watch_Dogs, Assassin's Creed: Unity, The Crew e Rainbow Six Siege, a Ubisoft já deveria ter percebido que o melhor seria ficar bem longe de uma controvérsia, especialmente uma que esteja relacionada com inferiorização gráfica. Depois de espantar os jogadores de todo o mundo com apresentações em PCs de topo que prometiam ser demonstrativas do produto final, repetidamente a companhia entregou jogos que não só não cumpriam graficamente como ficavam bastante abaixo em termos de funcionalidades. Podemos sempre argumentar que a primeira apresentação é um conceito, uma amostra do que poderá, ou não, ser. No entanto, até que ponto é moralmente correcto, até mesmo em termos de confiança dos consumidores nas suas políticas empresariais, demonstrar algo que não corresponde ao jogo pelo qual iremos pagar meses mais tarde. É algo a que muitos já chamam de "desonestidade Ubisoft".
The Division é o mais recente caso e promete dar que falar nas próximas semanas, especialmente quando chegar a beta ao PC, Xbox One e PlayStation 4. Isto porque aquando da revelação na E3 2013, o mundo ficou rendido não só ao poder gráfico do motor Snowdrop mas também aos inovadores conceitos gameplay e a diversas mecânicas que demonstravam algo sem igual nas consolas. Originalmente previsto para 2014, The Division foi alvo de alguns adiamentos e agora que está prestes a chegar, dia 8 de Março, tivemos finalmente uma oportunidade para comparar a revelação inicial com a beta que teremos em breve nas mãos. O jogo perdeu bastantes funcionalidades visuais e não consegue ter o mesmo nível de detalhe ou qualidade geral. Isso é inegável.
No entanto, e isto é o que nos leva a colocar estas questões, quase tudo o que a Ubisoft prometeu em termos de conceito de jogo e mecânicas singulares, parece ter permanecido em The Division. Ficou prometido um jogo de acção na terceira pessoa em mundo aberto, com elementos RPG, no qual o jogador teria que se aliar a outros jogadores para enfrentarem as adversidades em grupo. Tudo isto parece estar pronto para ser apresentado, estes conceitos fascinantes que nos deixam ansiosos por o experimentar. Será que isto chega para validar o teu interesse no jogo? Acreditas que ao baixarem a qualidade gráfica em relação aos materiais promocionais, com os quais aliciam as carteiras dos jogadores, estão a retirar o mérito a todas e possíveis fantásticas funcionalidades que prometeram?
Apesar de não estar à altura das arrebatadoras demonstrações iniciais do Snowdrop, The Division continua um jogo visualmente impressionante, cujos conceitos podem mesmo fazer com que seja diferente. Mesmo quando é constantemente comparado a Destiny.
A ideia de uma experiência online na qual jogámos com amigos em prol de objectivos comuns, a chamada PvE, ficou consagrada nas consolas graças ao jogo da Bungie, que criou uma comunidade e um espírito de dedicação como nenhum outro conseguiu. The Division terá várias mecânicas para tentar o mesmo objectivo e quase todas as que nos foram prometidas parecem estar presentes. Talvez à excepção do teu amigo estar a controlar drones aéreos com o tablet.
A acção na terceira pessoa num mundo aberto, com um gameplay que combina acção e estratégia, permitindo ao jogador receber experiência para melhorar os seus atributos e classe, de forma a melhorar as suas possibilidades de sobrevivência, parece estar à altura do que foi prometido. Existem zonas específicas para PvP, chamadas Dark Zone, para os que quiserem algo diferente, caso contrário, podem passar o jogo todo focados na campanha PvE.
O que The Division precisa fazer é acertar no gameplay dos tiroteios, do sistema de cobertura, recompensar a exploração, diversificar as missões, conseguir um enredo aceitável, e valorizar o jogo de equipa. Conciliando a isto os elementos RPG e permitir que o jogador crie um personagem que seja distinto dos restantes, The Division poderá corresponder ao que prometeu. Mais imperativo será apresentar elementos gameplay que criem o efeito causado por Destiny em experiências de acção deste género, a ideia que todos os dias temos que ir para lá se não estamos a perder algo. Apesar da qualidade gráfica ter descido, algo que não pode ser negado, quanto mais vemos e ouvimos sobre este The Division mais interessados ficamos.
O que queremos perguntar é se a inferiorização gráfica altera a tua intenção de compra? Se acreditas que é uma prática desleal apresentar algo que não corresponde à qualidade final pelo qual o jogador paga? Também podes acreditar que é apenas uma parte da equação e que respeitando o conceito e as filosofias originais, se a qualidade gráfica for boa e cumprir no resto, vale na mesma a pena comprar o jogo?