O PlayStation VR2 é uma enorme evolução
Não há como voltar atrás.
A realidade virtual ainda não faz parte do mainstream no gaming, mas nos últimos anos registou uma grande evolução. Pouco-a-pouco, tem captado entusiastas e o seu nicho está cada vez maior. Para isto contribuiu os esforços de múltiplas marcas que foram lançando novos capacetes com melhor design, mais poder de processamento, maior resolução, e conforto para o utilizador.
No território das consolas, a Sony é a única apostar nesta tecnologia. Em Outubro de 2016 lançou o primeiro PlayStation VR para a PS4. Não era o capacete mais avançado da época, mas a acessibilidade do preço e da experiência tornaram-no num êxito da realidade virtual (foram vendidas 5 milhões de unidades até 2020). Quase 7 anos após o lançamento do primeiro capacete, a Sony volta a apostar na realidade virtual, desta vez na PlayStation 5.
Antes de falarmos do PlayStation VR 2, há que referir a importância da consola para a experiência geral. A PlayStation 5 é muito mais potente do que a PlayStation 4, uma das razões pela qual o novo capacete de realidade virtual pode ter resolução 4K (basicamente, 2K por cada olho). Na PlayStation 4 isto era impossível; a realidade virtual requer "muitos cavalos", por isso, o PS VR original tinha um ecrã de 1080p, que cumpria o propósito, mas estava longe de ser ideal.
Na realidade virtual, a resolução é um dos pontos-chave para uma experiência melhor. O ecrã está colocado aos olhos, diferente do que acontece numa televisão, logo todos os píxeis e imperfeições ficam mais expostos. Há que reconhecer, apesar dos seus quês, que o primeiro PlayStation VR, para a sua altura e para o preço, era uma óptima forma de entrar na realidade virtual. Dito isto, o salto para o PlayStation VR 2 é abismal. Depois de experimentar o novo capacete, é impossível voltar ao antigo.
PSVR 2 | Mais prático, mais imersivo
Para mim, são as grandes diferenças comparativamente à primeira geração. O PlayStation VR 2 tem um único cabo que é ligado diretamente à consola. Quem tem ou teve o anterior, sabe a confusão de cabos que aquilo era; e ainda havia a necessidade de ligar a uma caixa antes do sinal chegar à consola. A configuração do novo capacete é rápida e fácil. Não existe câmara em frente à televisão, estão incorporadas no dispositivo.
As câmaras integradas fazem a leitura do espaço à medida que vais olhando à tua volta. No final, podes fazer ajustes através dos comandos, aumentando as barreiras virtuais do espaço de jogo. Para além dos comandos ergonómicos incluídos na embalagem, há um par de auriculares. São pequenos, mas leves e confortáveis. Também experimentei jogar com um Pulse 3D... e não gostei de toda a pressão e peso na cabeça. Apenas o capacete e os pequenos auriculares é equilíbrio perfeito para não ficar demasiado abafado.
Na qualidade de imagem, o PlayStation VR 2 tem novidades importantes. O ecrã é 4K OLED (tem quatro vezes mais resolução do que a geração anterior), um ângulo de 110° (o anterior tinha 100°), e mais importante, seguimento ocular. Esta tecnologia, que requer inicialmente uma configuração rápida, segue a direção dos teus olhos. Enquanto estás a jogar, a nitidez vai acompanhar sempre o sítio do ecrã para onde estás a olhar. Na minha experiência, foi uma grande ajuda a reduzir a fadiga ocular da realidade virtual e o enjôo de movimento.
A única quebra de imersão é o cabo
Já existem capacetes de realidade virtual sem fio no mercado, como o Meta Quest 2, mas o PlayStation VR 2 funcionará por cabo. O único jogo que tive a oportunidade de experimentar foi Horizon: Call of the Mountain. Existia a opção de jogar sentado ou de pé. Escolhi jogar de pé, porque tens mais liberdade de movimento e ajuda à imersão. O jogo tem secções com bastante movimento e o cabo acabou por atrapalhar um pouco. Podes ficar enrolado ou tropeçar quando estás a andar de um lado para o outro.
Os novos comandos de realidade virtual são superiores aos PlayStation Move, que na geração anterior a Sony reciclou para o seu VR. Os comandos do PlayStation VR 2 foram pensados de raiz para este formato e encaixam perfeitamente na curvatura da mão. Os botões X e O estão no comando direito; o □ e △ estão no comando esquerdo. Demorei cerca de 5 minutos a habituar-me aos comandos e ao local dos botões. Os controlos por movimento mantiveram quase sempre a sua precisão, até em situações de stress (isto é, com movimentos muito rápidos).
A questão do preço do PSVR 2
Custa mais do que a PS5, o que para muitos pode ser um entrave. O preço do PlayStation VR 2 são 599,99 euros. É mais caro do que o primeiro capacete, mas o incremento de qualidade também está à vista. Além disso, inclui os dois comandos (convém recordar que o bundle mais acessível do primeiro PSVR não tinha comandos). Este artigo ainda não é a nossa review. São apenas as primeiras impressões com base numa sessão de experimentação que durou cerca de 1h30. Do que vimos e jogámos, estamos impressionados.
Em breve também poderás contar com um artigo de primeiras impressões de Horizon Call of the Mountain, que é um dos jogos de lançamento do PlayStation VR 2.