One Piece Burning Blood - Antevisão
Diabólico.
Os adeptos de "fighting games" terão brevemente mais uma opção, desta vez oriunda do universo One Piece. A Bandai Namco reconhece a importância e popularidade, tanto do anime como da manga, tendo publicado jogos de diferentes géneros: da aventura aos jogos de role play, passando pelo estilo musou "hack'n slash". Refrescando a série, Burning Blood define-se como um "fighting game" puro dotado de algumas mecânicas peculiares, como o TAG 3 vs 3 e um sistema de combos com a vibração, colorido e tom habitualmente exagerado e cómico que os fãs da série bem conhecem.
Nos escritórios da Bandai Namco, em Madrid, tivemos a oportunidade de experimentar a demonstração que integrou o European Tour 2016, apresentada por Koji Nakajima (produtor da Bandai Namco Entertainment Interactive) e Hiroyuki Kaneko (o director do jogo e da Spikechunsoft), revelando mais uma vez a parceria e as boas relações entre o estúdio japonês que já produziu jogos como Danganronpa: Trigger Happy Havoc e a editora, naquela que é uma das maiores apostas para o ano em curso. A aposta num género diferente e bastante popular deverá redundar numa procura especial, não só dos fãs e seguidores da série animada como os adeptos de "fighting games" poderão encontrar neste jogo uma alternativa às produções regulares, capaz de lhes proporcionar um contexto alternativo e colorido, bem típico da série, porventura acessível aos jogadores menos familiares no género mas suficientemente complexo para satisfazer a audiência mais exigente.
Mais de uma hora a jogar a demonstração e depressa nos adaptamos às particularidades do combate. A curva de aprendizagem não é muito elevada ou complexa, mas não se atinge sem uma inicial boa dose de investimento. Se estão a pensar em alocar alguns dos vossos recursos nesta produção, poderão fazê-lo a partir de 3 de Junho de 2016. O jogo será lançado para a PS4, Xbox One, PS Vita e Steam. Com vozes em japonês, a Bandai Namco mais uma vez apostou na localização, apostando em sete línguas para texto, entre as quais o inglês (português ainda não é desta).
No que toca ao cerne de jogo, em destaque temos logo as personagens. Muito diferentes entre si, cada uma com as suas habilidades. Na demonstração foi-nos facultado um rol de 14 personagens, entre as quais destacamos Luffy, (outra versão de Luffy com mais dois anos para o modo história denominado Paramount War, focado em diferentes personagens), Zoro, X Drake, Franky Aokiji (estes últimos são novidade) entre muitos outros. Esperem no entanto mais personagens, até porque no Japão o jogo foi lançado ontem, com o roster completo.
"No ecrã de selecção podemos escolher até três personagens para o combate na arena, mais três personagens de apoio"
A primeira opção que testamos foi o modo "versus" para dois jogadores. Neste caso podemos jogar com o ecrã dividido, com a perspectiva na terceira pessoa um pouco mais lateral de modo a garantir um correcto acompanhamento das incidências do combate, embora seja possível jogar com o ecrã aberto, fornecendo uma perspectiva mais tradicional. No entanto e como este é um jogo de combate tridimensional com perspectiva dinâmica, o acompanhamento do combate revelou-se bastante seguro, pelo que ambas as opções funcionam bem.
No ecrã de selecção podemos escolher até três personagens para o combate na arena, mais três personagens de apoio. Opcionais, os assistentes podem oferecer algumas vantagens como recuperação de vida. A única condição da disponibilidade desta ajuda é o preenchimento de uma barra na parte inferior esquerda do ecrã. A partir do momento que fica activa, só precisam de clicar no d-pad do vosso comando de acordo com a orientação definida.
O sistema de combate é o típico TAG 3 VS 3, ou seja, a qualquer momento poderão mudar de lutador e convocar um colega para render uma personagem em dificuldades. É interessante verificar como as habilidades dos lutadores exercem influência na formação da equipa. Pode suceder que a dada altura a vossa personagem se revele incapaz de quebrar a guarda do adversário, efectuando golpes sucessivos sem o mínimo êxito, devendo nessa altura mudar de lutador, embora sejam afectados pela dupla habilidade: Haki ou Devil Fruits. Esta combinação de regras torna os combates mais estratégicos, nos quais fazemos sair ou entrar uma personagem em função do padrão de ataque e defesa do adversário. Claro que usando personagens mais altas e fortes poderá transmitir uma sensação de invulnerabilidade mas assim que o adversário sacar dos seus argumentos travarão uma batalha bem mais inesperada.
Uma vez que a demonstração que nos foi facultada corresponde à versão PS4, os botões aqui enunciados correspondem ao Dualshock 4. A mudança de personagens opera-se através dos gatilhos R2 e L2. Por outro lado, o R1 serve para as tão propaladas habilidades especiais, pelo que dependerá do lutador seleccionado: Haki, Logia (útil para bloquear o adversário) e Devil Fruits. No entanto estejam atentos a uma das barras superiores, pois ao activarem a opção será consumida uma parte (regenera ao fim de algum tempo).
O quadrado e triângulo podem ser utilizados para desferir os ataques normais. Na fase inicial do combate é normal sentirmos um impulso de modo a premirmos constantemente estes botões sem seguir grandes combinações. Porém, se combinarem ambos os botões com o L1 em simultâneo, terão acesso a ataques especiais, mais poderosos. O circulo é utilizado para defender, enquanto que o X serve para saltar. Existem depois algumas combinações que vos deixam efectuar um passo lateral defensivo, evitando uma investida do adversário e o "heavy guard break".
"O jogo é apresentado num formato tipicamente cel shade, fazendo justiça ao desenho e animações exageradas, não só faciais como corporais"
Os momentos de maior espectacularidade visual, aproveitados pelos jogadores mais avançados, poderão corresponder às sequências derradeiras de combate, disponíveis logo que a barra climax fique repleta (barra no canto inferior esquerdo). Pressionando o R3 a vossa personagem entra num processo de transformação, dando origem como que a outro lutador, ainda que de forma temporária. Mas pressionando novamente o R3, darão origem a uma sequência animada, dotada daquele exagero visual e carga dramática que bem conhecemos na série, através de um golpe especial que aplicado de forma oportuna relega o adversário para as profundezas, podendo até finalizar o combate por KO.
O jogo é apresentado num formato tipicamente cel shade, fazendo justiça ao desenho e animações exageradas, não só faciais como corporais. Quase todas as personagens apresentam-se ao melhor estilo One Piece, com exageros bastante óbvios e algumas mentes depravadas pelo meio. Porém, é um visual sustentado no anime e isso é contagiante em termos visuais. Em termos de cenários, os mesmos sobressaem pela dimensão e imponência, com destaque para Alubarna e Shandora, muito bem desenhados.
Pese embora as limitações decorrentes da demonstração, One Piece Burning Blood deixou-nos bastante satisfeitos. Parece-nos um jogo capaz de despertar o interesse e atenção dos fãs do anime, capturando bem os seus elementos e respeitando-os, mas também dos adeptos de "fighting games", já que terão à disposição um sistema de combate com forte componente estratégica e um conjunto de sistemas que depois de apreendidos permitem atacar o adversário e exercer defesa de forma alternativa. E depois encontramos um humor tipicamente japonês, com exageros e vozes e diálogos desconcertantes.