Operation Flashpoint: Dragon Rising
Um tiro no escuro.
No modo campanha para um jogador, a nossa unidade é composta por quatro elementos, onde a coordenação no terreno tem que ser bem gerida. Os elementos da unidade vão variando conforme a missão em questão, podemos ter um Sniper, Médico, Engenheiro, um especialista em demolições, etc. Um exemplo da necessidade de uma boa coordenação é o Médico, é vital que esteja sempre bem protegido para que possa dar assistência aos restantes elementos da unidade.
Na teoria, a interacção com os membros da nossa equipa resulta na perfeição, mas no campo de batalha as coisas são bem diferentes. Os elementos da nossa unidade estão habilitados de uma IA que deixa muito a desejar. Algumas das ordens que lhes damos até que são bem cumpridas, mas existem outras que me deixaram à beira de um ataque de nervos. Pedir para flanquearem um edifício parece ser uma tarefa quase impossível, eles andam pelo terreno completamente desorientados, sem saber o que fazer. Outro ponto ridículo é o seu sistema de cobertura, na maior parte das vezes ficam desprotegidos, sem tirar partido do terreno e dos objectos que nos dão cobertura (edifícios, veículos, árvores, rochas).
Em relação ao modo para múltiplos jogadores (MP), Dragon Rising tem para nos oferecer um modo cooperativo até um máximo de quatro jogadores. Cada unidade tem a sua respectiva classe que é escolhida antes de se entrar no jogo. Neste coop podemos jogar a campanha ou apenas escolher qual a missão que queremos jogar, temos 11 ao nosso dispor. Este é um modo muito divertido e até considero que seja uma das boas surpresas do jogo, principalmente quando jogado com os nossos amigos, onde a comunicação verbal se torna importante e em certas alturas engraçada.
Para além do coop, temos mais dois modos MP ao nosso dispor, Annihilation e Infiltration, até um máximo de 32 jogadores (PC) ou 16 (Xbox 360 e PS3). Este é um dos “calcanhares de Aquiles” do jogo, é decepcionante, uma completa desilusão. O primeiro, Annihilation , é o já conhecido team deathmatch, o segundo, Infiltration , o nome diz tudo, temos que tentar derrotar a equipa inimiga que defende a sua base com “unhas e dentes”. Mas o pior deste modo são os servidores, é necessário quase um milagre para se encontrarem servidores de qualidade, a maior parte deles têm lag, que afecta muito a jogabilidade.
Em relação ao armamento e veículos, o realismo marca mais uma vez presença. O manuseamento do armamento é o mais real possível, recarregar um lança-rockets parece levar uma eternidade (dá tempo para ir tomar um café), seleccionar os binóculos também leva o seu tempo e até a entrada para dentro dos veículos é algo demorada, tentando criar no jogador a sensação de realismo. Temos cerca de 70 armas com um sistema de balística bem real (pistolas, metralhadoras automáticas, artilharia, bombas, etc). Em relação aos veículos, são cerca de 50 (helicópteros, APCs, tanques, barcos, jipes, etc). Mas neste mar de realismo nem tudo resulta, a condução dos veículos é algo estranha, temos uma certa sensação de “lag” e a falta de “peso” também é muito notória.
A nível visual e sonoro, Dragon Rising é um misto de sensações. Graficamente, a fraca qualidade das texturas dos veículos, armas e soldados, e a pobre recriação dos edifícios, contrasta com cenários belos e merecedores de serem apreciados, onde pormenores como o nevoeiro nos vales e o pôr-do-sol ao final da tarde são dignos de destaque. No campo sonoro, realço a excelente recriação do som dos disparos e do seu impacto nos objectos. Fiquei surpreendido ao observar uma explosão a cerca de 500 metros, e o som surgir momentos depois, bastante real e credível.
Foram anos e anos de produção, muito foi prometido pela Codemasters e pouco foi cumprido. A qualidade aceitável do modo campanha, onde destaco a componente cooperativa, esbarra num modo multiplayer online muito fraco, que seria melhor nem existir. Apesar dos vários pontos negativos, Dragon Rising não deixa de ter a sua qualidade, sendo portanto, um título a ter em conta pelos fãs deste género.