Operation Flashpoint: Dragon Rising
Primeiro o som, depois a dor.
Os comando de voz para dar ordens aos camaradas, provêm de um menu redondo com quatro opções/categorias possíveis, que se dividem em sub-comandos. É necessário dizer que a reacção dos nossos colegas aos comandos dados não são propriamente rápidas, denotando uma falta de IA ou na melhor das hipóteses não berro bem alto. O melhor é mesmo nem dar ordens, que o seu comportamento melhora. Como componente táctica julgo haver ainda muita margem para melhorar, pois nunca senti a necessidade de ajuda, a não ser no caso de ficar ferido, mas mesmo nesses casos, nem uma única vez de todo o tempo que joguei, consegui com que alguém me viesse curar, resultando num lago de sangue bem mesmo ao meu pé.
Para além da ajuda terrestre, temos também a ajuda aérea, podendo, como no caso do nível Dragon Rising, recolher informações e coordenadas de determinados locais e chamar um raid aéreo. Interessante foi verificar que podemos escolher que tipo de ataque queremos, se concentrado, ou mais arrasador cobrindo um maior número de terreno. Também pelos ares vem ajuda em nosso socorro, principalmente quando terminamos os níveis e temos que recorrer a uma zona de resgate. Até nestas pequenas coisas, o jogo é brutal em termos de simulação, pois ao chegar ao local vemos o helicóptero ao longe e quando nos detecta vem em nossa direcção. Neste momento entra a componente sonora e também visual em acção, a suavidade da chegada, o barulho cada vez maior das hélices, e até o seu aterrizar tornam a experiência gratificante e real.
Cobrindo um pouco mais sobre o comportamento dos colegas e também dos inimigos, julgo ser um dos factor a ter em conta como correcção até o jogo final. Num jogo onde a componente simulação é o estandarte, esperamos que tudo seja o mais real possível, nem falo em termos gráficos(já a seguir), mas sim em termos de comportamento perante determinadas situações, que de apenas uma ordem directa, ou no caso dos inimigos a compreensão do que está a passar ao seu redor. Verificar que um soldado se fixa num campo a descoberto e nunca mais sai dali e apenas dispara é no mínimo ridículo. Já para não falar dos problemas de "triggers" da acção, que são ainda em excesso no jogo. Um exemplo disso, foi quando tive de matar um colega porque ele simplesmente não subia para o helicóptero, que nos tinha apanhado num zona de resgate. Ou isso, ou ficávamos os dois num piquenique. Felizmente isto não é caso único de OP:DR, pois inúmeros jogos o têm e nas suas versões finais isso já não acontece, ou mesmo se voltarmos a tentar o nível.
A maior desilusão nesta experiência com OF:DR foi realmente o seu grafismo e os constantes problemas relacionados com texture-streaming, e pop-ups gráficos. A maior desculpa poderá ser pela longa vista do terreno, mas isso poderá ser uma desculpa fácil de ser feita, pois estraga em muito a experiência. Olharmos para um monte e só passado um bocado é que aparece as árvores, ou mesmo a relva é algo desagradável à vista. Claro que não podemos comparar a um Gears ou mesmo Call of Duty:Modern Warfare, onde a maior parte das vezes tudo acontece em zonas mais fechadas e circunscritas. Esperava mais neste aspecto, mas julgo ser algo que possa vir a ser melhorado até à versão final. Tudo o resto cumpre para um jogo deste género. As texturas não atingem alta qualidade, mas nada que possa manchar a pintura.
Com uma componente sonora realista, ambientes amplos, e um gosto pelo realismo, espero muito de Operation Flashpoint: Dragon Rising. Se as falhas que mencionei forem corrigidas em metade, teremos aqui um jogo que poderá, e digo poderá subir a um patamar no pódio nos jogos de simulação militar.