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Os Days of Play servem para celebrar a PlayStation

Duas gerações de experiências memoráveis.

Image credit: PlayStation

A PlayStation trouxe de volta os Days of Play, uma celebração da cultura PlayStation que te permite adquirir consolas, comandos, acessórios, PlayStation Plus e claro, jogos a preço reduzido. É um momento para explorar a sua loja digital ou os retalhistas à procura de um lançamento especialmente intrigante que nos poderá ter passado ao lado, mas também é uma forma de relembrar o que já foi feito.

Se a PlayStation posiciona os Days of Play como uma forma de celebrar o universo PlayStation, seja para atrair novos consumidores para o ecossistema que está a criar em torno da PlayStation 5 ou para incentivar os atuais jogadores a adquirir novos títulos, é quase inevitável olhar para estes Days of Play como uma viagem pelo recente trajeto da companhia. Conhecida por renovar o seu catálogo de destaques a cada nova geração, a PlayStation enfrenta grandes desafios comuns a toda a indústria na era pós-Fortnite: Battle Royale.

Estamos numa era na qual todas as companhias investem dinheiro em projetos serviço na esperança de conseguir um que resulte e desfrutar de sucesso estável a longo prazo, algo que a companhia evidencia com a sua aposta na Bungie e em jogos como Helldivers 2 ou Concord (que chegará em agosto de 2024 para PS5 e PC), mas os esforços singleplayer ainda são abundantes e é inegável que a PlayStation ainda se dedica aos jogos cinematográficos pelos quais ficou conhecida, mesmo que sejam em mundo aberto como parta da inevitável necessidade de se adaptar às tendências das massas.

Ao explorar as promoções Days of Play à procura de uma nova experiência na qual mergulhar, entramos inesperadamente numa viagem pelo tempo que nos deixou a recordar o que já jogamos da PlayStation na PS5. Isto deixou-nos a pensar que nesta era do imediato (um jogo chega amanhã, mas parece que desde ontem já sabemos tudo dele e até já o terminamos sem tocar nele), a Sony já nos trouxe muitas experiências que figuram com destaque, como bons representantes do seu carisma nesta indústria.

Remakes, Spider-Man e Astro

A PS5 chegou em 2020 e por um lado parece que passaram 20 anos, mas por outro parece que foi ontem. Na era do "banal", na qual todos sabem tudo sem sair do sofá e sabem mais do que todos mesmo sem abrir um livro, parece fácil banalizar os esforços dos estúdios, mas basta pensar nos primeiros dias com uma PS5 para relembrar a sensação de entusiasmo com o DualSense e as primeiras experiências PS5. Mesmo que muitas delas não sejam exclusivas da PS5 e possam ser jogadas na PS4, quem já transitou para a mais recente consola PlayStation sabe bem o salto de qualidade que isso representa.

O início começou com o remake de Demon's Souls, um jogo da Bluepoint que não é para qualquer um, é para os mais destemidos, mas mostrou a Sony a ir ao encontra dos pedidos dos jogadores mais dedicados. Enquanto procurava satisfazer os hardcores, a Sony apostou em experiências para os casuais, como Marvel's Spider-Man: Miles Morales e Astro's Playroom (disponível gratuitamente em todas as consolas PS5). Foram as primeiras experiências PS5 que, muito graças ao Dualsense, nos deixaram encantados com a PS5. Os loadings rápidos de Miles Morales e a diversão que o Dualsense transmite no pequeno adorável jogo de Astro são momentos que não conseguimos esquecer.

Ratchet, Roguelike e Samurais

Com a pandemia a causar problemas no fabrico de consolas e Fortnite a suscitar uma nova era de jogos f2p que entretêm os jogadores durante meses ou anos sem gastarem um só cêntimo, é fácil perceber como estamos perante uma indústria na qual muitas companhias lutam para encontrar uma nova identidade. No caso da PlayStation, isso é perceptível através de esforços como Destruction All-Stars, uma experiência multiplayer, mas também com Returnal, um roguelike singleplayer que escapou quase por completo ao que esperamos da PlayStation, associada a blockbusters cinematográficos de ação e aventura.

Returnal é também uma das experiências mais divertidas de jogar com um Dualsense, um engenhoso jogo de ação cíclica que passados 3 anos ainda merece todos os elogios recebidos no lançamento. Além desse jogo da Housemarque, o primeiro ano de vida da PS5 ficou marcado por Ghost of Tsushima: Director’s Cut, Death Stranding: Director’s Cut e claro, Ratchet and Clank: Uma Dimensão à Parte. Três jogos singleplayer, totalmente distintos e que mostraram uma PlayStation que não prescindiu do seu ADN, mesmo numa era na qual as massas passam a maioria do tempo com multiplayers repletos de micro-transações.

Ratchet and Clank: Uma Dimensão à Parte é uma experiência graficamente sublime, que valoriza de diversas formas os esforços feitos em torno do Dualsense e que ainda perdura como um dos mais divertidos jogos que podes ter na PS5. Ghost of Tsushima também merece ser realçado pois ao chegar à PS5 numa versão completa, com melhorias gráficas, 60fps e a expansão, tornou-se na versão definitiva para jogar numa consola. O épico de samurais da Sucker Punch é um dos melhores jogos da PlayStation Studios na última década. Provavelmente, devia ter sido um título de lançamento da PS5, um título cross-gen, o que teria evitado alguma confusão em torno dos problemas tão específicos que surgiram na indústria com a pandemia.

O regresso de adoradas séries

Parece que foi ontem, mas já passaram 2 anos desde a chegada de jogos como Gran Turismo 7 e Horizon Forbidden West, jogos inseridos em séries aclamadas e com propósitos bem distintos. Gran Turismo 7 da Polyphony Digital foi o regressar de uma série através da qual a PlayStation conseguiu com relativa naturalidade expandir os seus planos para serviços, um jogo que inclui imenso conteúdo singleplayer, merecedor de imensos elogios pelo grafismo geral, mas capaz de entreter jogadores durante meses com atualizações gratuitas.

No entanto, olhar para 2022 é verificar que a Sony lançou três poderosas experiências singleplayer nesse ano: Horizon Forbidden West, The Last of Us: Parte 1 e God of War: Ragnarok. A sequela da Guerrilla Games é um jogo de ação e aventura em mundo aberto, com gráficos deslumbrantes e apesar do sistema de combate ainda continua a impressionar. É um dos exemplos do desejo da Sony em expandir a sua fórmula de experiências cinematográficas para um design não linear.

Neste departamento tivemos o remake de Last of Us, que chegou 10 anos após o original e tornou ainda mais impressionante o que já era fenomenal. Ragnarok da Sony Santa Monica foi o aguardado regresso de Kratos, na sua jornada nórdica, com uma incrível qualidade gráfica e fortes momentos de ação. São três jogos que mostram que, apesar de não mostrarem uma Sony disposta a arriscar tanto quanto noutras gerações, mostra uma companhia ainda disposta a apostar nos seus principais valores.

Singleplayers divertidos e serviços

Olhar para os anos de 2023 e 2024 da PlayStation é verificar uma companhia que está a fazer esforços para encontrar um jogo serviço capaz de conquistar audiência e servir como gancho para fortalecer o apelo do seu PlayStation Plus, mas também é ver uma companhia que jamais deixou de sentir apelo pelos jogos singleplayer. Algo que é exemplificado por Marvel’s Spider-Man 2 e Rise of the Ronin, sem falar em Stellar Blade.

Marvel’s Spider-Man 2 da Insomniac Games solidifica esta produtora como uma das mais valias na PlayStation Studios para jogos cujo gameplay simplificado é um dos seus atrativos, pois permitem descobrir com facilidade experiências graficamente deslumbrantes, altamente divertidas de acompanhar do início ao fim.

A atualização para The Last of Us: Parte 2 Remastered chegou à PS5 com um novo modo roguelike (God of War: Ragnarok também recebeu um novo modo roguelike, gratuitamente), o que também serve como pista para mostrar uma PlayStation a experimentar para ver o que resulta nesta nova era da indústria, mas o ano promete ficar marcado por outros nomes.

Rise of the Ronin é um jogo de samurais, principalmente singleplayer, desenvolvido em conjunto com a Koei Tecmo, no qual o gameplay de Nioh é adaptado para mundo aberto, o que resulta num action RPG cinematográfico para alimentar quem ainda espera por Ghost of Tsushima 2, enquanto Stellar Blade mostrou a emergente indústria a satisfazer os desejos que os japoneses não querem realizar. É um action RPG principalmente linear, semelhante aos títulos da PlatinumGames, com muita ação e sensualidade.

Resta ainda mencionar Helldivers 2, um jogo serviço para PS5 e PC que despertou enorme interesse em fevereiro. Nesta jornada pela história recente da PlayStation, é impossível não falar neste jogo pois mostra a Sony à procura de diversificar o seu catálogo.

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