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Os videojogos vão continuar a ser a prioridade da Nintendo

No entanto Satoru Iwata diz que companhia vai experimentar outras formas de entretenimento.

Apesar da Nintendo continuar comprometida em inovar o mundo dos videojogos, a companhia de Mario está também à procura de crescer de novas formas.

Satoru Iwata, presidente da Nintendo, mostrou um pouco da sua visão para os próximos dez anos da companhia, como parte de uma sessão de perguntas e respostas com os investidores.

Um dos primeiros esforços de forma de entretenimento que não estão ligados às áreas dos videojogos é a tal misteriosa campanha "Quality of Life", que foi falada pela companhia pela primeira vez no ano passado. Apesar da Nintendo estar a investir nessa área isso não significa que ela estáo a pensar em afastar-se dos jogos.

"Deixem-me garantir-vos que a Nintendo não está a tentar distanciar-se dos videojogos," disse Iwata. "Nunca perderemos a nossa paixão pelos videojogos e iremos continuar a fazê-los."

Dito isto, Iwata explicou que ele não quer que a Nintendo seja considerada uma companhia que apenas cria videojogos.

"Por outro lado, se as pessoas dentro da companhia pensassem que a Nintendo é uma companhia que não pode fazer mais nada do que videojogos, e acreditassem que os comandos dos videojogos continuassem de uma certa forma porque essa é a forma que tem sido adoptada durante os últimos 30 anos, e que os videojogos devessem ser criados de uma certa forma ou que devessem começar sempre com um tutorial, terminarem de uma forma particular e terem que ter muitos elementos árduos pelo meio, um enorme muro mental iria ficar à nossa frente quando tentássemos criar um novo género para um videojogo com o qual muitas pessoas se surpreendem ou quando tentámos criar uma interface de utilizador sem precedentes que surpreende as pessoas de forma agradável," disse ele.

Iwata continuou para dizer que estar ligado a esta forma de pensar poderia ser prejudicial para o sucesso da Nintendo a longo prazo. Como tal a sua nova e mais aberta definição de entretenimento é "a de coisas que poderão melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma agradável."

Internamente a Nintendo encorajou os seus produtores a tomarem o desafio de criar novas formas de entretenimento. Alguns funcionários já avançaram com algumas propostas, no entanto Iwata preferiu não comentar sobre isso porque ainda estão numa fase prematura de desenvolvimento.

"Tal como esperava, as pessoas começaram a fazer várias propostas," disse ele. "Não posso elaborar sobre nada novo hoje uma vez que essas propostas ainda têm de tomar uma forma mais concreta, mas pessoas dentro da companhia começaram a fazer propostas quando me perguntavam se elas estão em sintonia com a visão da companhia. Isto é algo que a Nintendo tem de continuar a fazer a longo prazo."

"A nossa estratégia para os próximos dez anos é modificar a definição de entretenimento e expandir as áreas em que a Nintendo possa fazer negócio," disse ele.

Também durante a apresentação, Iwata explicou porque é que a Nintendo escolheu a área da saúde como uma das primeiras novas categorias de entretenimento que querem perseguir. Pensem desta forma, muitas pessoas estão interessadas em melhorar a sua saúde, e a Nintendo pensa que tem ideias inovadoras de forma a ajudar as pessoas a sentirem-se bem."

"Apesar de no geral as pessoas saberem o que devem fazer para melhor a sua saúde, é difícil para muitos de nós continuar essas boas práticas," disse ele. "Tal como expressão japonesa, 'A maioria das pessoas tende a desistir após três dias'. Muitos de nós estão preocupados por não sermos capazes de continuar algo que reconheça a importância da nossa saúde."

Os videojogos podem oferecer uma solução para os problemas de saúde que envolvem a motivação e o feedback, disse Iwata. Ele não revelou quaisquer detalhes de como os produtos de saúde se vão parecer, mas contou que a Nintendo está bem preparada para aceitar o desafio. Iwata sugeriu que a Nintendo está aberta em estabelecer parcerias com as companhias third-party para jogos focados na saúde."

"Dentro da Nintedo, as pessoas têm o saber fazer que poderá contribuir para a sociedade," disse ele. "Esse saber fazer e domínio, poderá no entanto, não significar nada enquanto tiverem a mentalidade de que isso não faz parte do seu trabalho. Por outro lado se as pessoas reconhecerem que existe algo que podem fazer, o output da Nintendo mudará dramaticamente. Ao mesmo tempo se uma companhia externa tiver novas ideias mas não souberem como usá-las, a Nintendo poderá ser a companhia certa para elas."

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