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Overlord II

Voz de comando!

Overlord chegou ao mercado em 2007 pela mão da Triumph Studios e logo aí inaugurou uma surpresa gentil graças a uma narrativa polvilhada de sadismo, humor negro e paródia, tendo por base um sistema de jogo apelativo e algo próximo de Pikmin, a obra de Miyamoto para a GameCube. O contexto ficcional de Overlord era todo ele de fantasia. Desse universo ergueu-se uma figura imponente e sombria, o The Overlord. Um déspota, guerreiro e tirano e ao mesmo tempo a entidade suprema de hordas de criaturinhas maliciosas e malfazejas (os minions e goblins), servos fiéis perante quaisquer ordens, mesmo as mais difíceis. Graças a esse pequeno exército (progressivamente ampliado durante a evolução no jogo) o senhorio apoderava-se de vilas e aldeias, semeando pânico e terror por onde passava a seita.

Um dos aspectos terríficos nesta paródia é que os minions e goblins estão dispostos a sacrificar a sua vida pelo interesse do seu mestre, uma figura algo oculta e sinistra dotada de uma boa mole de poderes. Para a sequela que deverá chegar às lojas no próximo mês de Junho estão previstas consideráveis mudanças, sendo por isso previsível uma série de correcções que capitalizem a experiência anterior. Desde logo o destaque vai para a ascensão de um império semelhante ao romano. As tropas ocupam territórios centrais e marcham autoridade pelas grandes cidades. Este domínio surge na sequência do desaparecimento do Overlord, ao mesmo tempo que o avanço da civilização fez cair em desuso a crença na magia em favor da lógica e ciência.

Os minions e goblins são procurados ao mesmo tempo que o filho de Overlord, ainda um rapazito, foi deportado para uma zona nórdica montanhosa e gelada. É a partir dessa altura que o jogador assumirá o comando do jogo controlando o pequeno Overlord. Nos primeiros passos dados numa aldeia gelada e distante o jovem começará por pôr em prática as habilidades herdadas do pai, embora num estado embrionário. Mas aos poucos ganha a confiança dos minions que se rendem e espantam perante tais actos de intensa magia. De imediato obedecem ao amo e começam por atacar alvos adversários, espalhando caos e terror na praça central da outrora pacata vila. Perante tal quadro de revolta as tropas romanas esforçam-se por devolver paz e ordem ao território, mas os minions aparecem em maior número e batalham ao lado do Overlord para aniquilar as tropas.

Minions e Goblins poderão montar lobos e outras criaturas

The Overlord volta a usar golpes e técnicas de “hack’n slash” para defrontar poderosos e vastos exércitos dotados dos mecanismos mais avançados à época como as catapultas. Mas é graças às quatro vertentes e funções em que os minions se desdobram que pode ser aplicada uma combinação mais estratégica ao mesmo tempo que é a chave para concluir com sucesso cada um dos puzzles. Embora o esquema básico seja hereditário do jogo anterior, o leque de soluções aplicadas pelos minions é maior. Uma das hipóteses passa por colocar as criaturas a navegar em barcos de guerra.

Outra das novidades passa pela relação de maior proximidade com os minions, premiando os mais valentes, encorajando-os a assumir o comando de pequenos exércitos concebidos para cumprir uma ordem específica. Se um destes minion-chefe sucumbir à voracidade do combate o jogador poderá recorrer a uma artimanha que possibilita a devolução da vida. Não sem antes sacrificar um punhado de minions. Em paralelo e numa toada polvilhada de bom humor as criaturas podem utilizar disfarces de criança ou soldado conforme das circunstâncias. O tom jocoso e irónico é uma constante.

Criaturas gigantescas como a aranha gigante exigem grandes esforços.

Por outro lado o quadro das opções mudou consideravelmente. Enquanto que no primeiro episódio as decisões tomadas nem sempre densificavam as escolhas, no caso de Overlord II o jogador poderá optar por uma perspectiva de domínio ou destruição. A diferença diante das hipóteses é que pela primeira é possível criar benefícios e estabelecer um sentido de comunidade e prosperidade, embora reservado aos interesses do Overlord. Na segunda hipótese sobra pouco mais que saque, falta de misericórdia e terror. Conta-se com um campo de batalha mais alargado e vasto ao mesmo tempo que se conjugam áreas de diferentes geografias. Os “bosses” projectam-se pela maior dimensão merecendo destaque a aranha gigante. Para facilitar a orientação foi incluído um pequeno mapa no canto inferior direito, ao mesmo tempo que se facilitou a dinâmica e movimentação da personagem central.

Quando acolhemos a versão beta de Overlord II ainda faltava completar uma pequeníssima parte do jogo. Apesar disso o avanço perante a obra anterior é considerável em virtude do quadro maior de opções. O alargamento do campo de batalha, as hipóteses de estratégia, o humor patente, o grafismo renovado, quadro narrativo e o estilo de combate prometem cativar o jogador até ao desfecho. E sempre sobra a hipótese do Overlord ir desbloqueando mais feitiços e magias na relação como lida com o lado negro, vingando deste modo o desfecho do pretérito episódio.

Overlod II tem data prevista de lançamento no território europeu para 26 de Junho e terá versões para a Xbox 360, Playstation 3 e PC.

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