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Pac-Man Championship Edition DX

Caça fantasmas!

Desta vez, porém, Pac-Man tem dois trunfos na manga. O primeiro é o abrandamento do ritmo de jogo, reduzido a um autêntico "slow-motion" quando ficam cercados pelos fantasmas e estão prestes a perder uma vida. Nesse caso poderão fazer marcha-atrás e evitar a ameaça por um ponto de fuga que esteja próximo (o jogo dá suficiente tempo para decidir) ou fazer aquilo que os americanos qualificam como "drop the bomb". Sim, Pac-Man terá direito a um certo número de bombas que deverá utilizar nas situações onde não seja possível fugir. Mas para isso há consequências. Não só perde a possibilidade de comer mais fantasmas (pois eles desaparecem com o deflagrar da bomba), como o multiplicador de pontos é descontado e a velocidade do jogo diminui. É um sério revês para quem almeja uma grande pontuação.

Justifica-se ponderar se estas alterações nas regras tradicionais de Pac-Man não traduzem uma certa facilidade na obtenção do resultado final, já que anteriormente e sem estas implementações o cenário plausível passava pela perda de um crédito e sobretudo por um travão na progressão do ataque ao "score". Na prática o que se passa é que fica mais fácil para concluir o jogo, dentro de 5 ou dez minutos. Claro que a opção para os puristas da série passa por activar o modo "hard". No entanto o apelo e chama pela pontuação máxima, no fundo o "ex libris" do jogo, não esmorece, continuando a alimentar um ímpeto para percorrer o labirinto tendo em vista mais multiplicadores de pontos. Aliás, todas as pistas no jogo favorecem esse ensejo num soar visual e auditivo bem típico dos "jackpot" das "slot machines". É aí que se sente o jogo entra na crista da onda e o que vos passa na cabeça durante essas porções estonteantes de tempo é aguentar naquele ritmo frenético durante o maior tempo possível.

Pac-Man Championship DX - Primeiros 15 minutos

Quanto à progressão individual, há nove mesas de jogo para desbloquear. O primeiro encontra-se desbloqueado e para abrirem os restantes deverão concluir os desafios propostos dentro do tempo limite de 5 a 10 minutos para cada mesa. Na maioria estes correspondem a "time trials" ,"score attack", passando pela caça aos fantasmas e outros onde vos é pedido que comam uma série de frutos antes de acabar o tempo limite. Dominando a estrutura básica do jogo é a partir do momento que se passa para um Pac-Man com "power up" e por isso capaz de comer os fantasmas azuis que o jogo se torna tão atractivo, num misto de "old school" e "design" moderno.

As diferentes paletas de cores, músicas e desenho dos protagonistas, não só são modificáveis, como contribuem para alimentar o fascínio pelo jogo. Estamos perante um jogo onde as regras básicas se assimilam ou recuperam ou poucos instantes, mas contar com uma imagem irresistível é um apelo que não dá para evitar. O que existe é uma fusão autêntica entre cores, música electrónica estimulante e o aspecto inconfundível da cena arcade dos anos oitenta.

Produto do núcleo duro da Namco, é um feito a forma como editora e produtores conseguem manter viva a chama da personagem que celebra este ano os seus 30 anos. Ícone de gerações, Pac-Man sobrevive à erosão do tempo e, mais que isso, não só representa um firme tributo na fidelidade do produto original e espírito das máquinas arcade (onde nasceu) como nesta versão Championship Edition DX expande os conteúdos a um ponto formidável. Mexer nos clássicos pode tornar-se num processo melindroso, mas a Namco soube, mais uma vez, estar à altura do desafio.

9 / 10

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