Mario Party: Star Rush - Análise
Chuva de estrelas!
Com Mario Party 10 lançado o ano passado para a Nintendo Wii U, este ano é a Nintendo 3DS que recebe uma nova iteração da série, designada Star Rush. Trata-se de um Mario Party de formato portátil que sucede a Island Tour, lançado em 2013. Exceptuando o ano seguinte que não contou com nenhuma edição, desde 2012 que a Nintendo edita um novo jogo. No entanto, a abundância em cena nem sempre é acompanhada por um incremento de qualidade, apostando numa fórmula que tem pouco mais para oferecer para lá do jogo multiplayer e dos renovados mini jogos. No fundo, Mario Party trata-se de uma colectânea de mini jogos, redesenhados a cada nova iteração, mantendo os seus pressupostos básicos, como os jogos em tabuleiro, os dados a decidirem a sorte do avanço nas casas e a obtenção de estrelas e moedas.
Não obstante as mudanças introduzidas em Star Rush, o formato global do jogo é relativamente similar ao dos anteriores. Ainda assim a Nd Cube (produtora) limou algumas arestas, introduziu novos modos de jogo (alguns importam uma fluidez maior de jogo) e procurou suprir as deficiências do anterior. De facto, a palavra de ordem em Star Rush parece ser celeridade. A forma das jogadas por turno tornava demasiado longos os jogos em tabuleiro, um aborrecimento que desapareceu, dando lugar ao lançamento dos dados entre os quatro jogadores em simultâneo.
Além disso, os jogadores movimentam-se livremente dentro de um mapa, uma espécie de mundo subdividido por 3 grandes áreas totalmente diferentes, como se estivéssemos num Super Mario Bros. É o designado modo Toads ao molho (a tradução livre é admirável pois lembra-nos o todos ao molho). De realçar a localização para o português de Camões, em mais um magnífico trabalho. Novamente o braço da Nintendo em Portugal lutou para ter o jogo localizado, uma concretização que o público infanto-juvenil agradece e mesmo para os graúdos, torna-se interessante porque em muitas linhas a opção residiu pela tradução livre, criando um efeito mais humorístico.
Outra novidade em Star Rush é a progressão. Quase todos os modos de jogo estão bloqueados inicialmente, só ficando disponíveis quando subimos de nível. Com a aquisição de estrelas no modo Toads ao molho ganhamos experiência, o que nos dá acesso a novas personagens, mini jogos e modos de jogo. Não leva muito tempo até atingirmos outros modos como o Moedatlo e o Papa-Balões. Curiosamente, sendo estas opções não só novidade, parecem funcionar um pouco melhor que o Toads ao molho. Desde logo porque são modos mais curtos e rápidos, com uma série de mini jogos adaptados ao nome. No Moedatlo somos recompensados pela captura de moedas através de 3 mini jogos em série, enquanto que no Papa-Balões o objectivo é mais ou menos similar, através do rebentamento de balões com moedas, com o formato do avanço livre em tabuleiro.
Para alguns pode ser ou não uma vantagem enfrentar os "bosses". Enquanto que no Toads ao molho sujeitamo-nos a enfrentar vários "bosses" até ao final do tabuleiro, estes modos são mais restritos e focados nos mini jogos, oferecendo breves secções jogáveis. Uma das novidades no Toads ao molho é a possibilidade de encontrarmos aliados, isto é, personagens do mundo Mushroom que nos auxiliam com os seus dados, potenciando uma pontuação maior, com a qual podemos fazer uma aproximação mais rápida à casa desejada e conseguir dessa forma um bónus. No final ganha aquele que conseguir mais estrelas. Cada estrela corresponde a dez moedas, o que significa que deverão investir na recolha constante de moedas. Claro que existem bons e maus aliados. Super Mario, Yoshi ou Peach, são por exemplo, algumas das personagens positivas. Se efectuarem uma aliança com Wario, poderão até ver o número do vosso dado subtraído. A inovação é interessante e proporciona partidas mais céleres, mas também complexas (quando acederem aos mapas mais elaborados e maiores), sendo que o factor sorte é muitas vezes decisivo, tanto nos mini jogos como na questão do lançamento dos dados. Uma parte do sucesso é controlada pelo jogador, mas boa parte ainda depende da sorte, o que pode causar algum esmorecimento.
Existem modos de jogo suplementares, entre puzzles, jogos de ritmo e gamão, embora sem a concretização apurada dos anteriormente mencionados. Valerá a pena, por isso, caso tenham mais amigos com 3DS, testar a opção para vários jogadores. As sessões a 4, como é habitual nestes jogos, são mais divertidas pela proximidade e confronto que possibilitam (ninguém gosta de perder nem a feijões). Desta vez com uma grande vantagem: basta que um dos quatro possua o cartucho ou o jogo em formato digital. Para usufruírem do multiplayer completo os outros jogadores só terão que descarregar da eShop uma opção designada Party Guest. Se optarem pela tradicional opção multi através do "download" estarão limitados em conteúdos.
Claudicando em termos de modos de jogo, Star Rush ainda assim livrou-se de alguns contratempos que marcaram as edições anteriores. Os jogos em tabuleiro são mais directos e dinâmicos, oferecendo mais tempo de jogo e menos compassos de espera; no fundo, mais acção. Quanto aos mini jogos de serviço, estes vão dos mais simples como apanhar moedas num submarino ou roubar maçãs para um cesto de uma Gomba gigante. Existem muitos, com variedade suficiente para nos entreter por longos períodos.
A sós ou acompanhados, encontram sempre uma forma de tirar proveito de Star Rush, se for vossa intenção para este final de ano, com uma portátil 3DS. É um jogo um pouco melhor direccionado que Island Tour, mas ainda assim uma proposta assente no padrão tradicional dos mini jogos de tabuleiro, partidas normalmente simplificadas, aptas a satisfazer uma ampla audiência com poucos modos de jogo apelativos e interessantes. Não é o jogo mais competitivo que vão encontrar, nem o mais destacado, até porque esse desiderato é cumprido melhor por outros jogos. Mas se têm mais amigos com 3DS, interessam-se pelo multiplayer e a sorte dos dados não vos faz diferença, podem sempre experimentar.