Paradox critica a divisão 70/30 de receitas e elogia a Epic Games Store
Diz que está na hora da indústria mudar.
Desde Dezembro de 2018, a indústria tem estado envolvida em discussões sobre a forma como a Epic Games Store veio concorrer com o Steam, que dominava no mercado digital PC.
A Epic Games tentou tornar a sua loja mais atractiva para os criadores, exigindo uma percentagem das receitas muito menor que a Valve, algo que mereceu elogios por parte da Paradox Interactive, que considera de "escândalo" a quota de receita exigida pela Valve.
Durante o Gamelab em Espanha, via GamesIndustry, Fredrik Wester da Paradox Interactive disse que a divisão de 70/30 nas receitas é um escândalo e que as donas das lojas estão a ficar com demasiado dinheiro.
"Penso que a divisão de 70/30 para as receitas é escandalosa. Penso que as donas das plataformas estão a ficar com demasiado dinheiro. Para todos os da imprensa aqui, simplesmente citem-me nisto."
A Paradox Interactive tem o mercado de PC como o seu principal alvo e o Steam é um dos seus principais meios de colocar os jogos à tua disposição, algo que motiva Wester a afirmar que o modelo de 70/30 está datado pois foi criado pela Warner Bros nos anos 70 para as cassetes VHS.
"Isso era físico. Custava muito dinheiro. Isto não custa nada. A Epic fez um grande trabalho para toda a indústria pois recebes 88%. Um gesto fantástico. Muito obrigado."
Para Wester, não existem dúvidas, apesar da perspectiva controversa sobre a Epic Games Store, o simples facto de oferecer concorrência ao Steam já é um grande feito e uma vez que exigem menos dinheiro aos criadores, é muito positivo para quem desenvolve jogos.
"Penso que é, especialmente para novos criadores. Eles têm margens menores, para entrar no mercado. Mas penso que também é uma questão de decência. Quer dizer, quanto custa entregar um jogo?"
A Paradox Interactive será a editora de jogos como Vampire: The Masquerade - Bloodlines 2, Empire of Sin, Imperator: Rome e Age of Wonders: Planetfall, jogos que apesar das versões para consola, são principalmente direccionados para a audiência PC.
As palavras de Wester vão ao encontra do que Tim Sweeney, presidente da Epic Games, tem usado para defender a chegada da Epic Games Store - apresentar concorrência para hegemonia do Steam e dar mais dinheiro a quem cria os jogos.
Recentemente, Sweeney disse que os exclusivos são uma forma de combater o Steam e resultam, algo que continuará a ser feito enquanto a Valve não mudar a sua quota de receitas.
"A solução é proporcional ao problema que aborda e os jogadores vão beneficiar com o objectivo final se acabar por ser alcançado?"
Esta foi uma questão deixada por Sweeney perante comentários de quem pedia à Epic Games para acabar com os exclusivos.