Park Beyond - O prazer da construção e gestão
Diversão para toda a família.
A Bandai Namco proporcionou-me a oportunidade de experimentar antecipadamente e em primeira mão Park Beyond, um trabalho direcionado para a construção e gestão de um parque de diversões. Este título foi como uma viagem no tempo, levou-me a tempos longínquos, mais precisamente até à época dourada de RollerCoaster Tycoon ou Theme Park. Bons tempos mesmo.
Park Beyond está a cargo da Limbic Entertainment, estúdio já experiente nestas andanças de jogos de estratégia, com trabalhos no currículo como Tropico 6 e Might & Magic Heroes. São águas já navegadas pelo estúdio, mas agora os ventos levaram-nos até uma temática distinta, à gestão de um parque de diversões, onde coloca o jogador a assumir o papel de construtor e administrador.
Deste trabalho destaca-se logo a componente Campanha, onde pude experimentar 3 missões, serviram como um tutorial para me familiarizar com as ferramentas e possibilidades aqui apresentadas. Esta dita campanha é conduzida por desafios propostos, o jogador tem de executar tarefas para dessa forma poder avançar com a narrativa. Sim tem uma essa componente, mas muito levemente formatada. É uma forma própria de nos apresentar o jogo ao mesmo tempo que liga o jogador às personagens e ao tema central, o amor por parques de diversão.
Finalmente o segmento onde certamente passaremos a maior parte do tempo, no Sandbox de Park Beyond. Aqui temos a liberdade total, assumimos todas as funções da gestão e construção de um parque de diversões. A liberdade é a palavra de ordem, é possível moldar a dificuldade através de vários parâmetros e escolher os mapas, que são vastos e em locais distintos. Temos mapas no deserto, em montanhas, florestas verdejantes, e mais. É um Sandbox com princípios sólidos, transportados para uma jogabilidade direta aliada a mapas que proporcionam experiências únicas.
Na prática e já na fase de construção e criação do nosso parque, temos de começar sempre pela base do negócio que é a escolha dos locais, onde colocar as atrações e os respetivos acessos. Não esquecer de construir uma base sólida de estruturas que possam satisfazer os visitantes, dar as acomodações que tornem a estadia no nosso parque o mais agradável possível. As atrações são variadas, inicialmente temos poucas por onde escolher, por isso há que investir na investigação de novas formas de satisfazer o público sedento de entretenimento. Além das atrações, temos a possibilidade de construir lojas, para complementar a nossa fonte de receita. E por fim, instalações de apoio aos visitantes, como casas de banho, bancos, caixotes do lixo, etc.
A composição do que nos é dado, as ferramentas e as possibilidades de construção, são o esperado, mas dei por mim com alguns constrangimentos no controlo do processo de criação. Determinadas ações não estão fluidas e intuitivas como poderiam estar. Como exemplo dou a rotação de determinadas estruturas, que deveriam ser mais automatizadas quando as queremos colocar junto a um passeio. A rotação das estruturas é um pouco confusa, não senti naturalidade no processo. É apenas um exemplo entre outros que precisam de refinamento para acelerar o processo de construção e, sobretudo, o prazer de construir.
Como é de esperar, a gestão é a parte fundamental. Com várias atrações, lojas, instalações de apoio, o número de visitantes vai aumentar exponencialmente, elevando o desafio de manter tudo a funcionar como um relógio. Há que contratar funcionários para o efeito, como mecânicos, pessoal de limpeza, paramédicos e até animadores. Estes trabalhadores são a base do sucesso, sem um parque limpo e agradável a satisfação cai a pique, levando à diminuição de visitantes e como consequência na receita.
A nível financeiro, podemos gerir tudo, desde os preços das entradas no parque, das atrações e nas lojas de conveniência. As ferramentas são boas e cumprem o propósito. Quem gosta de visualizar estatísticas e gráficos vai adorar, existem várias formas de observar o que se passa em todo o nosso parque, e todos os pormenores são importantes para se trabalhar no sentido da obtenção de uma situação financeira saudável e satisfação de quem nos visita.
Como já referi, a oportunidade de jogar antecipadamente Park Beyond tornou-se numa viagem ao meu passado como jogador, parece que foi aberto o meu baú de memória passadas. Há aqui potencial, é divertido e até recompensador. Obviamente que tem as suas falhas, não é a versão final, há arestas a limar e conceitos de jogabilidade a rever para tornar a experiência mais fluida.