Park Beyond review - Disneyland Portugal
Um simulador com problemas técnicos.
O género dos simuladores é uma das áreas mais prolíficas do mundo dos videojogos, permitindo-te gerir uma série de espaços diferentes e variados da vida real: desde exércitos ou equipas de futebol, passando por hotéis, hospitais ou cidades inteiras, não existe nenhum segmento de mercado que não tenha servido de inspiração para um videojogo.
Gerir parques de diversões não é algo inteiramente inédito no que diz respeito aos videojogos, com esta temática a servir de base em títulos como Planet Coaster ou a consagrada saga RollerCoaster Tycoon, mas a Limbic Entertainment e a Bandai Namco decidiram tentar a sua sorte com Park Beyond, um novo simulador que te dá a liberdade para criar e gerir os parques dos teus sonhos.
Park Beyond possui dois modos: Campanha e Sandbox
Park Beyond possui dois modos, cada um deles com características fundamentalmente diferentes; em primeiro lugar, tens o modo campanha que te explica passo-a-passo todas as múltiplas mecânicas do jogo, algo deveras útil tendo em conta a enorme quantidade de variáveis a que tens de prestar atenção ao longo da tua jornada. De facto, o jogo é essencialmente um reflexo da realidade empresarial, obrigando-te a gerir todos os aspetos associados a um parque de diversões.
O lucro e a satisfação dos visitantes são os dois alicerces principais em Park Beyond; é necessário construir carrosséis, claro, mas isso é apenas uma pequena fatia das tuas tarefas na gestão do parque. Os visitantes têm fome, por isso tens de construir lojas de comida; os visitantes têm sede, por isso tens de construir lojas com bebidas; os visitantes querem ir à casa de banho, por isso tens de construir um local para tal; os visitantes cansam-se, por isso tens de construir bancos. E assim sucessivamente. Felizmente, existe uma série de modelos pré-programados por onde escolher e, ao longo da campanha, vais desbloqueando ainda mais.
O lucro e a satisfação dos visitantes são a prioridade
Existe um sem-número de fatores que vão ditar o grau de felicidade dos visitantes, sendo que a arrumação e limpeza do parque é um dos principais; é necessário contratar empregados para limpar o espaço, paramédicos para ajudar quem se sente mal, mecânicos que consertam os carrosséis quando os mesmos avariam ou até mesmo pessoas para entreterem os transeuntes. Como podes imaginar, o jogo contém um gigantesco número de opções às quais tens de estar sempre concentrado, correndo o risco de o número de visitantes começar a diminuir.
É tudo uma questão de perceberes se tens os fundos suficientes para fazer as alterações necessárias ao teu parque, medindo aquilo que sacrificas e aquilo que podes obter em retorno. Por vezes, um certo carrossel pode não ter a adesão do público esperada; mas, se baixares o seu preço de admissão, o panorama pode mudar de figura; quiçá, mais vale demolir uma atração pouco usada e, com o dinheiro obtido, construir algo que será mais popular.
Torna-te num arquiteto de montanhas-russas
E por falar em construir, o jogo possui ainda um sistema de construção de montanhas-russas, colocando a tua imaginação à prova e permitindo-te construir as estruturas mais loucas possíveis. O sistema de criação pode ser um pouco assoberbante inicialmente, com algumas regras espaciais e físicas a ter sempre em conta. Vale também a pena notar que a campanha está enrolada numa simples narrativa com algumas personagens bem excêntricas, obrigando-te a completar vários objetivos de maneira que possas prosseguir.
O outro modo presente no jogo, e como já deves imaginar, é o modo sandbox, que te dá um maior controlo sobre a gestão do parque. Existe uma série de variáveis que podes escolher de antemão, desde o espaço de construção, os fundos disponíveis, os objetivos, entre uma série de outras opções. Deduzo que este seja o modo em que os jogadores passarão mais tempo, tendo em conta que todas as restrições da campanha são desativadas e permitem dar asas à criatividade.
Os problemas técnicos estragam a experiência
Infelizmente, o jogo tem alguns problemas técnicos que podem denegrir bastante a experiência. A impressão inicial do jogo foi ligeiramente desapontante, tendo em conta o gigantesco loading até chegar ao ecrã inicial e, posteriormente, mais um enorme loading após iniciar/carregar o jogo. Existem alguns soluços aqui e acolá que podem ser um pouco irritantes e o modo FPS é praticamente inutilizável, com diferentes objetos a colidirem de uma forma quase psicadélica.
O mais problemático para mim, todavia, foi ficar preso numa das missões do jogo que me obrigava a construir 7 atrações distintas no meu parque; por alguma razão, e apesar de ter sem margem para dúvida essas mesmas atrações, o jogo não as reconhecia, impedindo-me de prosseguir.
De facto, não tendo jogado anteriormente qualquer simulador de parques de diversões, Park Beyond foi exatamente aquilo que esperei. Todo o tipo de ações que realizei ao longo do jogo e todas as mecânicas incluídas eram mais do que expectáveis, mas não considero isso algo inteiramente mau; não é necessário reinventar a roda quando a mesma está em perfeito estado. Ao longo de todo o tempo que passei com o jogo, os meus principais apontamentos prendem-se com o seu desempenho e, tendo em conta o seu preço de 50 euros no Steam, contava com uma experiência mais polida.
Prós: | Contras: |
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