PES 2012
Futebol convida.
Em matéria de passes há aqui uma boa margem de personalização. Há 5 graus que definem o apoio na força e direção dos passes. Além disso podemos desligar a opção que permite aos jogadores controlados pelos jogadores efetuarem passes, remates ou alívios. Quanto ao carrinho automático pode dá para escolher entre normal, duro ou desligado.
As perspetivas de acompanhamento do jogo também continuámos a ter a fantástica câmara de transmissão em direto que muda de ângulo quando os jogadores se aproximam das laterais. Esta opção proporciona um acompanhamento mais próximo do relvado. Se isso é bom para seguir o jogo, já não se poderá dizer o mesmo para quem joga já que não se dá tanto pelas distâncias entre os jogadores. A câmara aérea possibilita uma perspetiva mais abrangente e alargada.
Acompanhamento televisivo ao redor das quatro linhas
Como já dissemos atrás, um dos melhores aspetos sobre PES 2012 é precisamente a forma como os jogadores se encontram modelados, num registo quase fotográfico e bastante realista. Agora até o suor lhes escorre pelo pescoço e os braços têm um aspeto musculado. Também verifiquei que aparecem veias de esforço no pescoço dos jogadores, um pormenor que em jogo jogado não se vê, como é óbvio, mas que nas repetições torna tudo muito real. É impressionante observar os rostos dos jogadores mais conhecidos e mesmo nas equipas como Porto, Benfica e Sporting os jogadores mais representativos impressionam,
O pormenor da luminosidade em campo é outra característica dominante para quem observa os jogos. Os estádios tem uma grande profundidade e o público manifesta-se nas bancadas. Falta mais alguma animação como bandeiras ou movimentos de apoio e cânticos pelos adeptos, mas tudo isso está compensado por um maior preenchimento ao redor do campo. Atrás da baliza dois guindastes de câmaras televisivas movimentam-se quando há lances ofensivos. É engraçado ver os repórteres fotográficos apontarem as objetivas das câmaras na direção da área e há "stewards" que se voltam para as bancadas de modo a controlar. Os treinadores posicionam-se de pé dentro da linha de intervenção. Tudo isto gera mais algum conforto. Dos 31 estádios presentes destaca-se a Luz, Alvalade e Dragão, ainda que nesta altura já deveria estar presente o estádio do Braga. Lamenta-se, de resto, a saída da equipa dos clubes portugueses oficiais.
Assim, só Porto, Benfica e Sporting se encontram oficialmente representados. Ainda que com as transferências da última semana estejam por concretizar (Fabregas está no Arsenal, Falcão no Porto, Aguero e Forlan no Atlético de Madrid) encontramos as equipas devidamente preenchidas dentro da liga portuguesa que não conta com os nomes oficiais das restantes equipas. A maioria dos jogadores estão representados, mas os nomes das outras equipas permanecem fictícios, assim como os seus equipamentos de jogo. As ligas espanhola, italiana, francesa e holandesa encontram-se oficialmente representadas e na liga britânica, apenas o Manchester United está oficializado. A liga alemã não está presente e os clubes mais representativos fazem parte de um pote de clubes europeus licenciados. Em termos de seleções há um grande número de países presentes, mas de um modo geral ainda há muito trabalho pela frente para a Konami até atingir o pleno das principais ligas europeias. É certo que há exclusividades a cumprir, mas isso não é impeditivo de se tentar mais algum esforço e obter mais licenças. Claro que o modo "edit" é sempre uma opção imprescindível, mas é outra coisa quando se avança para o jogo sem trocar os nomes dos clubes. Sobre o modo edit, temos que agradecer à Konami por permitir que importemos os dados do "Option file" da edição PES 2011, alterando tudo automaticamente.
Jogar, treinar e presidir
Dentro dos modos de jogo a Liga dos Campeões já desde há várias edições que tem marcado presença e este ano não é exceção. Com a maioria dos clubes europeus participantes oficialmente representados este é sempre um modo de jogo com o atrativo dos jogos à noite. A Taça dos Libertadores também proporcionará um avanço desde o "playoff" até à final, mas opção mais relevante, pela longevidade, dentro dos modos de jogo é mesmo a opção vida futebolística. Este modo agrega três importantes modos de jogo, a Master League, o modo Lenda e a opção "Boss Life". A Master League é conhecida por permitir ao jogador escolher um clube e trabalhar toda a vertente estratégica e desportiva. Nesta edição a ligação à rede permite uma maior aproximação entre os jogadores através do mercado global de transferência e resultados.
Neste caso os jogadores poderão participar em diversas competições entre si e competir por um ranking. No modo lenda o objetivo é tornar um jogador desconhecido num campeão mundial, talvez aquilo que C. Ronaldo tenha apelidado sobre si mesmo há duas semanas, como ser "bonito, rico e bom jogador". O objetivo é pular de clubes o mais depressa possível, cumprindo objetivos traçados para cada jogo e desenvolvendo os treinos dentro de uma série de parâmetros a evoluir. Neste caso o jogador controla apenas o respetivo atleta, esperando que o computador faça o resto. Esta opção nem sempre dá os resultados mais desejados. Ainda que tenhamos de seguir o objetivo traçado, os comportamentos erráticos e os lances desperdiçados dos colegas de equipa podem colocar em causa uma evolução mais rápida.
Todavia, a apresentação destes modos está bem mais aprazível por força de uma série de cenas animadas que exibem porções dos treinos, entrevistas e um contacto permanente com os elementos do clube e agentes desportivos. Deles recebemos indicações sobre propostas de transferência e como está a evoluir a situação na equipa. No modo presidente o objetivo é pressionar o treinador para que tome as melhores decisões e proceder à gestão diária do clube numa série de várias tarefas.
O modo comunidade é o ponto de partida para organizar os mais variados torneios e listas de "ranking" através dos pontos acumulados no final do jogo. Todas as estatísticas daí resultantes ficam guardadas, sendo possível desafiar a qualquer momento algum nosso rival que esteja presente. Saúda-se também o regresso dos desafios de treino. É uma boa forma para aqueles que têm andado ausentes destas lides readquirirem a forma e perceberem como funcionam algumas novas mecânicas como o "teammate control". Estes treinos encontram-se subdivididos por categorias de ataque e defesa, passando pela marcação de livres, dribles e penaltis. Para cada um há três taças a ganhar com maior ou menor dificuldade. Os relato de Pedro Sousa está bem conseguido, com explicações assertivas sobre os lances, ainda que por vezes aconteçam algumas quebras se estivermos a utilizar um clube menos conhecido. Luís Freitas Lobo é uma presença renovada e que entra bem no jogo, descrevendo bem os lances e o tipo de equipas em campo. Uma nota final para a capa do jogo. Não tenho por hábito descrever nas críticas estes pormenores, mas depois de vários anos com ligação a Leo Messi, a Konami escolheu o português C Ronaldo do Real Madrid para figurar no espaço central. Está uma boa imagem, com este a desferir um pontapé, talvez como uma intenção da produtora em rematar forte desta vez. E logo que avançam para o quadro de menus vão encontrar um segmento animado do madeirense a preparar um daqueles livres, num momento de concentração.
PES 2012 é o jogo que os fãs têm procurado. Ainda tem por onde evoluir, mas pelo menos ficámos convencidos que "Seabass" já encontrou um caminho e um rumo a dar ao seu simulador. O desprendimento relativamente aos jogos anteriores ainda não é grande, mas o "gameplay" está melhor. Falta aos produtores do jogo aprumar e desenvolver uma melhor animação dos atletas, assim como uma circulação de bola mais fluída e dinâmica. É verdade que boa parte disso já acontece neste jogo, o que faz de PES 2012 o melhor jogo da série até à data. Esperávamos um pouco mais nos modos de jogo, já que o núcleo destes ainda faz parte do legado recente. Contudo, há mais motivos para fortalecer as comunidades e os jogos em rede. PES 2012 é um bom aliado dentro do futebol virtual.