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PES 2014 - Antevisão E3 2013 - O porquê da ausência na Wii U e nova geração

Mas FOX Engine já faz milagres.

Vou ser sincero. Fui com muita cautela experimentar o próximo Pro Evolution Soccer, na sua versão 2014, durante a E3 2013. Como fã de jogos de futebol, o anúncio de um novo PES, mas fora da nova geração e Nintendo Wii U, deixou uma incógnita na minha mente. Tinha que saber qual a razão, o porquê desta posição por parte da Konami. A resposta, por incrível que pareça, convenceu. Pelo menos no que respeita à nova geração, tendo sido mais tarde confirmado pelo que vi em FIFA 14, nova geração.

Para além de mais de uma hora a jogar PES 2014, numa PlayStation 3, pude conversar rapidamente com Kei Masuda e Naoya Hatsumi, produtores do jogo, no LACC, bem como com Jon Murphy, PES Team Leader, numa conversa informal num bar em Los Angeles, a quando da festa de lançamento do novo site do Gamer Network, o USGamer.net. Como não podia deixar de ser tudo foi esclarecido, reafirmando com Jon Murphy, o que os produtores tinham dito à horas atrás.

Sobre a ausência da nova geração, foi referido que é uma postura de poderem abordar com calma a nova geração. Parece estranho a Konami adquirir o FOX Engine, que tem tudo para a nova geração, e depois aplicar em PES 2014 na atual geração. Mas a Konami não quer cometer o mesmo erro que na atual geração, saltando rápido para o comboio e entregar um produto que não representa a qualidade que exigem ao seu produto. No fundo a versão PES 2014 será o limar e aperfeiçoar de todo o trabalho feito nesta geração, aproveitando tudo de bom que o FOX Engine tem.

A primeira pergunta que Jon Murphy me fez (sim estava realmente interessado no feedback), foi se tinha notado alguma diferença no jogo. E sim, no primeiro instante que se pega em PES 2014 é perfeitamente notório um novo motor de jogo, principalmente a nível gráfico. A maior diferença está no recorte dos jogadores, nos efeitos de luz, e em todo o ambiente de jogo, tornando-o ainda mais real, muito em virtude em representar com maior clareza o ciclo dia e noite. Escrever sobre este aspeto é bem diferente de o visionar em tempo real. É claro que o jogo ainda está a meio caminho na sua produção, mas principalmente a nível gráfico, o salto é grande.

Para além do aspeto geral, temos os rostos dos jogadores ainda mais detalhados, com maior expressão das emoções, bem como animações mais fluídas e não tão mecânicas. Já se nota diversas correções ao nível da progressão de jogo, como por exemplo a inserção do lançamento lateral rápido sem qualquer paragem, ou ecrã preto a mudar a transição. Este aspeto já estava melhor no PES 2013, mas agora está sem paragens, consoante a contextualização do jogo.

O controlo 360 pareceu mais refinado, mas por outro lado o jogo parece mais lento. Este último aspeto não é mau em si, mas precisamos de mais tempo com o jogo, que ainda está a 70%, para podermos tirar conclusões finais. O jogo beneficia também do motor FOX Engine na vertente das físicas. Apesar de ser o FOX Engine, foi referido que não é exatamente igual ao mesmo aplicado em Metal Gear Solid V, pois as equipas da Konami já têm trabalhado por algum tempo individualmente com ele. Mas no aspeto das físicas, o contato entre jogadores é mais "bruto", mais pessoal e mais vincado ao espaço. Este comportamento em campo levou o nome de M.A.S.S. (Motion Animation Stability System), como uma das novidades para este ano.

Um dos lances exemplo disto foi quando estava junto à linha lateral, sem muito espaço de manobra. Eram dois jogadores adversários, bem perto, mas a forma como o jogador percorreu a linha, circundado pelos adversários foi muito mais calma e real que nas versões anteriores, em situações parecidas. Existe no fundo um maior controlo dos espaços.

Aliado ao novo motor de jogo está também as emoções dos jogadores e sua ligação com o público. Aliás, este tema é tão importante que leva o nome de Heart, como sendo uma das grandes novidades para este ano. Ou seja, leva em conta o estado de espírito do jogador, provocando com que toda a equipa puxe por ele. O mesmo acontece ao contrário, quando um golo elevará a moral de toda a equipa, bem como da claque. O comportamento do jogador influenciará assim a equipa e claque, havendo uma ligação direta quer visual bem como sonora.

"PES 2014 pode estar atrás da concorrência referente à nova geração, mas poderá fechar com chave de ouro a atual."

Sobre a ausência de PES 2014 na Wii U, foi referido que a decisão foi tomada tendo por base o público alvo da consola. Kei Masuda afirma que a Wii U é uma consola mais virada para as famílias e jogos "party". Reafirma o apoio à Nintendo, que estão contentes com os resultados no passado, mas que este ano colocaram a consola Wii U de lado, e que talvez para o ano tenham novidades, isto se fizer sentido estar na Wii U. Esta posição não convenceu, pois o futebol é um jogo de equipa, logo é necessário mais que um jogador real para tirar melhor partido do que o jogo tem para oferecer. PES sempre foi sobre a comunidade, sobre jogar com amigos e familiares, logo uma versão Wii U faz todo o sentido se pensarmos na posição de consola mais familiar.

PES 2014 pode estar atrás da concorrência referente à nova geração, mas poderá fechar com chave de ouro a atual e colocar um pé bem assente na próxima geração. Com o FOX Engine a correr na atual geração é para já como que um limar de tudo o que de bom se fez durante os últimos anos em PES. Olhando para FIFA 14 a correr numa Xbox One, sendo para já uma enorme desilusão (mas já lá vou num próximo artigo), esta poderá ter sido uma boa decisão da Konami.

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