Phil Spencer fala sobre o pós Xbox Scorpio
Será o fim das consolas tal como as conhecemos?
A divisão Xbox trabalha na publicação deste ano de uma nova gama premium da sua família de consolas: a Project Scorpio. No entanto a Microsoft não vai esperar pelo lançamento da sua nova consola para pensar no que vem a seguir.
Em entrevista com o Gamasutra, Phil Spencer, o responsável pela marca Xbox, falou sobre a sua percepção da marca após o lançamento da Scorpio. Qual será o foco? Será que estamos a caminhar a passos largos para o fim das consolas tal como as conhecemos?
"Eu acredito fortemente no formato consola. E aquilo que ela significa na minha sala de estar, debaixo da minha TV. Eu conecto-me com o comando, e existem possibilidades em termos de opções de energia e actualizações automáticas que me lembram mais uma boxe da TV por cabo do que o meu computador. Não estou a dizer que um é melhor que o outro, mas na consola, basta ligá-la que ela está sempre pronta e é construída só para aquele propósito, que é jogar. Sim, as pessoas podem fazer outras coisas nela, mas ela é construída para isso. Eu acredito nisso".
"É verdade que os planos sobre o que irá acontecer a seguir à Scorpio já estão em andamento. Tens de pensar nisso dessa forma. O que será a próxima coisa? Continuamos comprometidos com as consolas. Pensamos que isso é de uma importância fundamental. Mas é verdade que há uma mudança nesta geração. Isto vai parecer um pouco filosófico, mas durante as décadas em que estive envolvido jogar esteve focado sobre o dispositivo acima de tudo. E depois em segundo lugar no jogador. Eu sou um jogador de consola e de PC. E ainda assim prefiro na maioria das vezes jogar nas consolas."
"Mas o que estás a descobrir agora, se puseres o jogador no centro e disseres tudo bem, o que é que eu quero? Eu quero estar conectado à minha experiência de jogo onde quer que eu vá. O que começamos a olhar é que nós somos a Microsoft, e temos esta posição no PC. Podemos nós fazer da Xbox uma experiência que se expanda, não só nas consolas, mas também na consola para o PC e para os dispositivos móveis?"
Phil Spencer abordou também o tema das gerações de consolas. Será que vamos ter gerações cada vez mais curtas como alguns prevêem, mesmo que por razões económicas, ou poderão alongar-se?
"Existem algumas coisas sobre como funciona o negócio das consolas, em que tu não fazes qualquer dinheiro com o hardware, mas sim com os jogos e com os serviços. Por isso se tiveres numa situação onde estás a investir no hardware, um rápido refrescamento do hardware vai-te prejudicar. Porque obviamente qualquer investimento no hardware tem pouca influência, alguém vai comprar jogos, e irão subscrever-se no serviço Live, provavelmente irão subscrever-se também no Game Pass e outras coisas. E é desta forma que diriges um negócio de consolas".
"É possível que as gerações de consolas abrandem. Porque eu não quero comercializar uma consola que não tenha um verdadeiro propósito em relação àquilo que já existe no mercado. Com o lançamento desta geração, penso que lutámos um pouco porque os jogos da anterior geração já eram muito bons. Por isso quando um jogo de início desta geração foi lançado, se não estivesses na indústria, e olhasses para um jogo de final de geração da 360 não podias dizer a mesma coisa que disseste quando passámos da Xbox para a 360, onde o ecrã passou de 4:3 entrelaçado para os 720p HD. Isso foi óbvio."