Picross e6 - Análise
Sexta temporada.
Há anos a trabalhar na série Picross, a japonesa e sedeada em Tóquio, Jupiter, limita-se, por esta altura, a pouco mais do que actualizar o seu jogo. Sempre presente nas consolas da Nintendo, quem não se recorda de Mario's Picross, Picross DS e agora o segmento "e", para a 3DS, que vai já na sexta edição. Eu costumo dizer que estes são jogos de "hospital" ou de "paragem de autocarro", ou mais genericamente, "jogos de espera", um pouco como as últimas folhas dos jornais, quando chegámos às palavras cruzadas, sopa de letras e outros desafios como identificar as diferenças entre duas imagens quase iguais. É verdade que hoje temos mais oferta nas portáteis e uma grande variedade de géneros cabe sempre quando temos períodos livres apertados, mas Picross e6 é sempre uma opção a considerar.
De facto é um jogo de regras especiais, mas que depois de percebidas e dominadas proporcionam um bom desafio e aos poucos as luzes do nosso cérebro começam a acender, particularmente naquele período da manhã, quando os nossos olhos ainda permanecem pesados e a boca tende a fazer movimentos automáticos de abertura.
É simples jogar a Picross. No modo mais tradicional, têm à vossa frente uma grelha quadriculada com números na parte superior e números na lateral esquerda, fazendo parte das respectivas linhas. Esses números são as pistas sobre os espaços que terão de preencher nas linhas quadriculadas. Os espaços vazios são assinalados a X e os quadrados com cor são preenchidos a negrito. Findo o desafio, uma imagem ganha relevo, em conformidade com a conjugação dos quadrados preenchidos. Para cada desafio existe um tempo limite, de 60 minutos. Os primeiros puzzles até conseguem completar em menos de um minuto, o problema está nos outros, quando chegam a grelhas maiores e com vários números por linha. Além disso, são penalizados sempre que falharem na colocação de um x ou preenchimento de um quadrado.
"É simples jogar a Picross"
Podem sempre recorrer à ajuda, particularmente útil nas grelhas com mais linhas, de modo a evitar um processo de tentativa e erro. Nesse caso os jogos podem ser um pouco mais demorados, mas assim que terminamos uma parte da grelha, é mais fácil preencher o resto, pois as possibilidades vão sendo menores e podemos arriscar com mais garantias de sucesso. É desta forma que o jogo atinge um grau de satisfação típico dos puzzles e quebra-cabeças associados a números. Temos que calcular diversas possibilidades, mas aos poucos vamos exercendo controlo sobre a grelha. Por exemplo, numa grelha de 5 por 5, se numa das linhas existir um número 5, significa que toda ela é preenchida. A partir daí podemos pensar noutros números e começar a excluir possibilidades, usando o x para marcar o quadrado como livre.
Em termos de controlo diga-se que tanto pode ser usada a "stylus" como o "d-pad", a decisão é vossa, dependendo da melhor adaptação. Pessoalmente, continuo a preferir a caneta. Quanto a modos de jogo, a Jupiter optou por manter a linha mais recente, apostando num conteúdo tripartido: Picross, Mega Picross e Micross. No Mega Picross, a estrutura é relativamente similar à de Picross mas com várias grelhas dentro de um enorme quadro (uma pintura), pelo que terão de resolver uma a uma até ficarem com a imagem completa. O Micross é um pouco diferente e adiciona mais alguma complexidade, ao colocar um ou mais números para duas linhas, o que significa que terão na mesma que preencher os espaços recorrendo às regras de Picross, mas com uma nova condição, os espaços preenchidos alusivos ao mesmo número podem ficar em linhas diferentes, mas desde que ligados pela extremidade do quadriculado. Na prática isto oferece mais possibilidades e por isso é um pouco mais difícil de encontrar a solução rapidamente, pelo que alguns poderão sentir-se mais tentados a recorrer à ajuda, por forma a que o erro não tenha que ser detectado a vossas expensas, depois de terem passado imenso tempo à procura da solução, sem qualquer efeito quando a grelha fica completa, o que quer dizer que algo está errado e o jogo não diz onde.
Picross e6 é isto, essencialmente uma edição que em modos de jogo é idêntica à anterior e que se limita a oferecer novas grelhas para resolver. Tudo depende por isso do vosso interesse em querer fazer mais ou menos grelhas, mas com seis jogos lançados só para a 3DS e sem que haja sequer uma mudança na apresentação, vão com cautela. Se quiserem mesmo continuar a jogar mais, já sabem com o que podem contar.