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Pirate Pop Plus - Análise

Que rico tributo ao legado GameBoy!

Eurogamer.pt - Recomendado crachá
Uma experiência evocativa da época 8 bit portátil Nintendo que é simultaneamente desafiante e recompensadora a longo termo. E aquele som...

Vivemos tempos marcados por experiências cada vez mais complexas e hiper realistas. Tudo é desenvolvido ao mais pequeno pormenor e os 4K são o futuro. As mecânicas mutiplicam-se em sistemas e quadros de opções (operações) intermináveis, como que a ver quem consegue agarrar o jogador por mais tempo, através de esquemas de recompensas intermináveis. Há atrasado li um artigo numa publicação britânica (EDGE 299), no qual o autor descreve que jogou com um amigo NBA 2K17, numa espécie de "meta game", só pelo factor divertimento, enquanto ambos procuravam perceber a jogabilidade. Um deles levou eternidades até descobrir como lançar a bola. Quando por fim percebeu que era o analógico a servir, já o amigo lhe ganhava por umas dezenas de pontos.

Atenção, não quero com isto criticar jogos que aprofundam conceitos através de múltiplos sistemas e tutoriais, como acontece nos jogos de mundo aberto, aptos a proporcionar um pouco de tudo. Até pelo contrário. É excelente que tenhamos títulos com esta dimensão e que as experiências sejam mais imersivas e realistas (parece-me é que o lançamento de jogos desta grandeza é de tal modo voraz que alguns acabem atropelados sem que lhes seja dado o devido reconhecimento/amadurecimento). Há anos sonhávamos com jogos deste calibre. Mas como em tudo o que se agiganta, os desafios e dificuldades são inevitáveis. De repente tudo se torna descartável (compra-se, joga-se e despacha-se. Finito.). Quando encontramos um jogo que retoma as velhas coordenadas arcade, marcadas pela acessibilidade e desafio, sendo fácil recordar um Pac-Man, Tetris, Super Mario ou Sonic, como títulos aos quais regressávamos vezes sem conta na tentativa de obter um "score" ou realizar um "meta game", descobrimos que a longo termo, mesmo o jogo mais simples é capaz de se transformar em algo grandioso.

Podem comprar imensas coisas na loja.

É o que acontece justamente com Pirate Pop Plus. Até o jogar não sabia nada sobre o seu conceito, nem tinha qualquer expectativa. O meu conhecimento era nulo. Curiosamente, a partir dos primeiros ecrãs deparei-me com uma experiência altamente influenciada pelos "puzzle games" 8 bit da Game Boy, desde logo na imagem de uma consola inspirada na Neo Geo Pocket. Do lado esquerdo o d-pad, ao meio o ecrã e do lado direito somente um botão para a acção, e uma luz para o "power on". Nada parece faltar para evocar com precisão uma experiência de jogo em forma portátil, mesmo quando o jogo corre numa 3DS. Ao centro o ecrã transmite um grafismo monocromático, e sons e trilhas sonoras retro. Se quisermos podemos fazer zoom sobre o ecrã superior, incidir apenas sobre o "monitor" da consola.

Mas se isto é só a imagem de Pirate Pop Plus, o seu conceito é ainda melhor. Na base do ecrã, movimentamos uma personagem para a esquerda ou para a direita, naquilo que parece ser uma espécie de jaula. Através de uma acção que permite disparar algo similar a um arpão com cadeado, rebentamos uns balões grandes que começam por flutuar. Após o rebentamento são libertadas partes mais pequenas, que caem mais depressa e que se nos tocam retiram um coração da nossa vida. Mas também caem recompensas e alguns "power ups". É possível no entanto rebentar com os tais pedaços malignos mais pequenos que tombam mais depressa, desde que sejam rápidos a reagir. O conceito é simples, tremendamente eficaz e altamente viciante.

A dada altura as coisas complicam-se e surgem novas variáveis que podem afectar a nossa prestação, como a deslocação para uma das laterais ou até mesmo para o topo do ecrã. O objectivo passa por sobreviver o mais que puderem à investida. Se forem engenhosos a rebentar os balões, não deixando que as mais pequenas porções toquem o chão, realizam combos, a forma ideal de multiplicarem os pontos. No entanto é imperativo obter frutos (recuperam a vida) e power ups, como escudos protectores, que ajudam quando a acção se intensifica. A música tão chiptune, parece estar mesmo a sair pelo altifalante da GameBoy, como sempre a conhecemos.

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Os pontos acumulados podem depois ser trocados por uma série de bónus que inicialmente estão vedados. Desde logo o ecrã retro iluminado, diferentes cores para o grafismo, cores diferentes para a consola e até autocolantes. Toda uma espécie de "fan service" à nossa disposição que não se esgota tão depressa. Podendo contribuir para uma maior personalização é ao mesmo tempo um tributo especialmente interessante da época Game Boy, particularmente no que toca ao grafismo e jogabilidade. Fosse Pirate Pop Plus publicado no começo da década de noventa e seria hoje um dos jogos mais procurados entre os coleccionadores da velha portátil da Nintendo. É quase uma pechincha na eShop e se comprarem a versão 3DS também podem descarregar a versão para a Wii U. Não é só a vertente nostálgica e retro 8 bit que emergem como triunfantes, é o desafio e a consistência que Pirate Pop Plus proporciona.

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