PlayStation 4, o agora e o depois
A consola completa três meses em Portugal.
PlayStation Plus:
O Plus é o serviço de subscrição da marca, que foi um forte impulsionador da PlayStation 3 nos últimos anos, e que timidamente tem vindo a fazer o mesmo na PlayStation 4. No fundo pode ser visto como uma forma de premiar a fidelidade dos clientes com promoções e vantagens especiais. Antes de explicar exactamente quais, é importante salientar que todos os conteúdos obtidos através deste serviço pertencem ao cliente, desde que este tenha a subscrição ativa, ou seja, é possível abandonar o serviço por algum tempo, depois voltar a adquiri-lo, e ter acesso aos conteúdos descarregados anteriormente.
Isto é uma dúvida frequente, os jogadores ficam legitimamente receosos em perder tudo que adquiriram se deixarem de pagar, o que não é de todo verdade, simplesmente não podem aceder aos conteúdos Plus sem a subscrição ativa num qualquer momento. Ok mas quanto custa? 1 mês de subscrição vale 6.99€, 3 meses 14.99€ e 12 meses 49.99€, esta última é obviamente a mais vantajosa para quem tenciona manter a subscrição ativa todo o ano, representando uma poupança de 33.89€ se pagarmos todos os meses, ou 9.97€ se optarmos pela opção trimestral. A PS4 teima em colocar os seus jogos de nova geração no ar para o Plus, mas se olharmos para o exemplo de Tomb Raider na PS3, que é o jogo de oferta do mês de março, um jogo lançado em março de 2013, isto poderá querer dizer que ainda temos que esperar para ver os blockbusters da PS4 no Plus.
Se eu for um jogador apenas PS4 com PlayStation Plus, tenho recebido um jogo por mês, principalmente os chamados Indie. A biblioteca PS4 ainda está a ser formada e não julgamos que isto seja um mau sinal. Mas fica claro que os possuidores de uma PlayStation 3 e PS Vita são os privilegiados aqui, com a oferta de jogos e conteúdos a ser muito maior.
Mas quais são exatamente as vantagens deste serviço? Não importando a consola já que o Plus é transversal, o mais importante são os jogos grátis que todos os meses chegam à PlayStation Store, estes podem ir de clássicos como Bioshock Infinite, a jogos mais modestos como Thomas Was Alone. Outra importante vantagem são os descontos em vários títulos, que normalmente são 10 porcento mais baratos para membros Plus. Os subscritores têm ainda direito a acesso exclusivo a betas e demos de jogos que ainda não foram lançados, actualizações automáticas para que não percam tempo a instalar o mais recente firmware, e 1 GB de espaço na nuvem para gravar o progresso dos jogos e assim poder continuar a aventura em sítios e consolas diferentes. O Plus garante ainda acesso a Avatares e Temas exclusivos, se não gostarem do habitual fundo azul do menu da consola.
Agora, para deixar o melhor e ao mesmo tempo pior para o fim, a subscrição do serviço Plus oferece a possibilidade de jogar online através da PSN na PlayStation 4, algo que era uma bandeira na anterior geração por ser gratuito. Aqui apenas posso dar os parabéns à Sony pela inteligente jogada de comunicação que escolheu. Não nos vamos enganar, os serviços são o futuro, são a grande aposta das corporações, e se a maior parte do seu sucesso e aceitação está na qualidade, a outra parte está no modo como são introduzidos e comunicados.
O que a Sony fez com o Plus foi brilhante do ponto de vista do marketing, primeiro introduziu-o quando a PlayStation 4 estava ainda a meses de distância, ofereceu grandes títulos e excelentes vantagens, que fez com que nem os jogadores, nem a imprensa, raios, nem a própria concorrência conseguisse dizer mal do serviço, era bom demais para acreditar. Depois, e aproveitando também o ruído à volta das conhecidas medidas protectoras que a concorrência preparava para a sua consola, anunciou que o jogo online fazia parte das “vantagens” do Plus, ninguém ligou, ou pelo menos, a coisa pareceu mais como um “menos mal” do que como uma tragédia. O Plus é obrigatório para jogarem online na PS4, mas isto não parece incomodar a maioria dos jogadores, que vêem associado um valor acrescentado que sentem como investimento.
PlayStation Now:
O jogo na nuvem, ou se quiserem, o “cloud gaming”, é um sonho antigo, que tem vindo a ser vaticinado como o futuro do nosso querido media. Para quem anda distraído, o serviço na nuvem permite que seja o operador do serviço a processar os jogos nas suas máquinas, substituindo-se à consola ou computador caseiros. Tudo que precisamos fazer, é enviar a informação dos nossos comandos (input) enquanto jogamos normalmente, e o operador faz stream ao jogo para nossa casa em tempo real.
Foi exactamente a pensar neste futuro, que a Sony pagou 380 milhões de dólares pelo Gaikai, substituindo-o pelo que sabemos agora ser o PlayStation Now, mostrado ao mundo em 7 de janeiro passado durante a CES 2014. A companhia disse ainda que planeia ter o serviço a funcionar já este verão nos Estados Unidos, e mais tarde nas restantes zonas do globo, o que mostra que a tecnologia está mais avançada do que inicialmente imaginávamos.
Como comecei por dizer, a PlayStation 4 tem tido uma recepção francamente positiva dos consumidores, no entanto, é impossível não reparar na lacuna criada pela ausência da chamada retro-compatibilidade, ou seja, não podemos correr os nossos jogos das anteriores consolas da Sony na nova consola. A nuvem seria em teoria, uma fantástica oportunidade para preencher este espaço, e ao mesmo tempo continuar a comercializar os jogos recentes através do normal formato físico e da PlayStation Store.
Se considerarmos que durante o CES 2014, os jogos disponíveis para testar este serviço eram Beyond: Two Souls, God of War: Ascension, The Last of Us e o Puppeteer, todos para a PlayStation 3 e todos títulos pertencentes aos estúdios da Sony, temos um bom indicador de que isto é exactamente o que a companhia pretende. Mas antes de fazer futurologia, vamos ver as próprias palavras de um responsável da Sony, sobre a visão que esta tem para o Now:
“A visão para o PlayStation Now passa por permitir que os utilizadores possam aproveitar um enorme leque de jogos nos seus dispositivos de do dia-a-dia, que possuam uma ligação à Internet. A acessibilidade do PlayStation Now significa, por exemplo, que os utilizadores da PS4 na sala, possam continua a jogar um título da PS3 no seu quarto. Ou que os jogadores de Vita possam desfrutar de acesso instantâneo a um jogo onde quer que exista conectividade Wi-Fi, incluindo na rua, depois podem trocar para uma televisão Bravia com suporte, e assim continuar o seu jogo quando chegam a casa.”
Isto é a Sony a preparar-se para o futuro, o dia há-de chegar em que um único dispositivo será capaz de processar todas as nossas necessidades de entretenimento, se isto significa o fim das consolas? Talvez não, mas um único aparelho será a vossa televisão, consola, aparelhagem, vídeo, e quem sabe mais o quê, tudo ao mesmo tempo. Claro, por um preço, e aqui a Sony não entrou em detalhes, mas sugeriu que o Now será um serviço pago, onde podemos alugar jogos, ou pagar uma subscrição.
A ideia de que alguém pode jogar um conjunto de jogos da marca PlayStation sem possuir uma consola é nobre, mas para os gamers como nós, é impensável a proposta de pagar por dois serviços diferentes com uma PlayStation 4 em casa, é por isso que espero que a tal subscrição que a companhia fala seja basicamente o Plus, seria um aumento considerável na sua qualidade. Seria um enorme trunfo para o futuro da PlayStation 4.